Capítulo 02

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S/n Grimes

— Mecânico. - digo enquanto seguia Daryl pela floresta.

— O quê? - o homem me olhou confuso.

— O que você fazia antes do apocalipse. - explico. — Faz bastante sentido. Você entende de veículos, principalmente de motos.

— Isso não importa. - ele disse de forma rabugenta, me fazendo respirar fundo. — Não importa há muito tempo.

Me calei e continuei seguindo Daryl pela floresta, até chegarmos em uma casa pequena e velha.

— Achei esse lugar com a Michonne. - o homem falou, olhando para a casa.

— Eu esperava uma loja de bebidas, mas tudo bem. - digo decepcionada.

— Isso é bem melhor. - disse o caçador, indo na direção da casa.

Daryl encheu uma caixa de madeira com alguns frascos de bebida que encontrou dentro de um quartinho. Ele me entregou a caixa e passou na minha frente, entrando na casa, que mais parecia um chiqueiro.

— Disse que queria uma bebida, aí está! - ele falou enquanto me servia.

— O que é isso? - pergunto antes de beber.

— Bebida caseira. - ele disse.

Olhei para ele desconfiada e bebi tudo de uma só vez, sentindo minha garganta arder. Daryl riu de mim, disfarçadamente, mas riu.

— Esse troço é horrível! - digo, fazendo uma careta engraçada.

— Melhor pegar leve. - Daryl falou, observando eu encher o copo outra vez.

— Na verdade, esse aqui é pra você. - estendi o copo para ele, mas o homem negou.

— Alguém precisa ficar de guarda. - foi sua resposta. — Beba bastante água.

— Pode deixar, Sr. Dixon. - falei entediada, enquanto o homem se afastava.

Depois de mais alguns goles naquelas bebidas horríveis, eu fui explorar a casa. Daryl fechava às janelas e resmungava de qualquer coisa que saia errado.

— Tá, mas quem compra um negócio desse? - pergunto rindo, pegando um sutiã rosa gigante cheio de bitucas de cigarro.

— Meu pai. - Daryl respondeu. — Ele era um imbecil. Colocava um troço desse em cima da TV e usava como tiro ao alvo.

— Seu pai atirava dentro de casa? - franzi o cenho, o olhando estranho.

— Ele era um monte de lixo mesmo. - disse o caçador. — E quando eu conheci esse lugar, com aquele barracão lá fora, lembrei que meu pai tinha um lugar igual a esse. Tem uma poltrona pra ficar sentado só de cueca e ficar bebendo até não aguentar mais. Também tem os baldes bonitos pra cuspir tabaco depois que sua esposa fala pra você parar de fumar. - ele dizia, apontando para as coisas que tinha ali. — E aqui tem a sua internet. - pegou um jornal velho, o jogando no chão.

Daryl se calou ao ouvir grunhidos de zumbi, ele mandou eu ficar em silêncio e se aproximou da janela.

— Quantos? - perguntei quase em um sussurro.

— Só um. - ele respondeu.

— Vai matar ele? - continuei perguntando.

— Só se ele ficar fazendo muito barulho. - o caçador deu de ombros.

— Tá, então... se vamos ficar presos de novo, vamos aproveitar. - jogo um dos fracos de bebida em sua direção. — Sente aí, vamos jogar um jogo.

Love in chaos II - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora