Capítulo 51

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Daryl Dixon

Depois que eu peguei o caminho contrário da S/n, encontrei Richard treinando com um arco e flecha. Ele disse que precisava da minha ajuda, me conseguiu uma besta nova e me contou seu novo plano para fazer o Ezekiel concordar em lutar contra os Salvadores.

Richard me entregou outra arma, se encheu de munição e me levou para não muito longe do Reino. Nos escondemos atrás de dois caminhões e esperamos os Salvadores passar.

O plano do Richard era matar um pequeno grupo de Salvadores para atrair mais deles. Ele deixou uma trilha de onde estávamos até o estoque de armas que ele mesmo plantou, que ia até a cabana de uma pessoa que, segundo ele, o Ezekiel gostava.

Eu perguntei quem era, mas ele disse que era uma pessoa solitária. Eu fiz mais perguntas, encarando o homem com desconfiança e raiva. O jeito que ele falava sobre aquela pessoa, as características... eram semelhantes a Carol.

— Ela vai morrer de qualquer jeito. - esse era o seu argumento. — Quando os Salvadores vierem e encontrarem os amigos mortos, se prestarem pra alguma coisa, vão seguir o rastro que eu plantei. Eles vão até o depósito de armas e depois pra cabana, e vão atacar essa mulher.

— Qual é o nome dela? - eu precisava ter certeza, precisava saber se era mesmo ela.

— Talvez eles a matem, talvez não. - Richard me ignorou, sem parar de falar sobre aquele seu plano covarde. — Mas vai mostrar ao Ezekiel o que ele precisa fazer.

— Qual é o nome dela? - repito a minha pergunta, sem deixar de encará-lo.

— Ela é durona. - me ignorou outra vez, dando de ombros. — Talvez ela viva.

— Fala a porra do nome! - perco a paciência, aumentando a voz.

— Carol. - ele finalmente respondeu. — Esperava que você não a conhecesse, mas acho que você não se importa, porque você sabe o que precisa acontecer.

— Não. - nego, passando por ele.

— Talvez ela sobreviva. - Richard insistiu, vendo eu colocar a minha mochila nas costas. — Olha, é assim que isso pode acontecer. É assim que podemos nos livrar dos Salvadores, como todos nós podemos ter um futuro. Ela está vivendo lá sozinha, esperando pra morrer.

— Não! - grito na sua cara, me afastando dele.

— Se não fizermos nada, muito mais pessoas vão acabar morrendo! - o homem falou, me fazendo voltar até ele. — Pessoas que querem viver!

— Fica longe da Carol, tá me ouvindo? - paro à pouco centímetros dele, me controlando pra não acabar com sua raça ali mesmo.

No mesmo instante, o som de motores começou a ficar mais alto. Eram os tais Salvadores que o Richard disse que passariam por nós.

Ele tentou me fazer seguir com aquele plano, tentou agir sozinho, mas eu o derrubei antes que ele conseguisse fazer algo. Eu esmurrei a cara daquele idiota, mas o cretino conseguiu me derrubar e pegou sua arma.

Ficamos os dois apontando para a cara um do outro, ele com um rifle e eu com aquela besta. Eu nunca deixaria que algo acontecesse com a Carol, nunca aceitaria algo assim.

Se for preciso matar esse desgraçado pra manter a minha amiga viva, eu farei isso.

— Vai ter mais. - ele disse, ainda apontando seu rifle pra mim. — Ou esses vão passar por aqui depois. Vamos ter outra chance. Mas estamos ficando sem tempo. Se você e o seu pessoal quiserem atacar os Salvadores, precisão fazer isso logo, e vocês precisam do Reino. O que temos que fazer exige sacrifícios de um jeito ou de outro. Caras como nós... já perdemos tanto.

Love in chaos II - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora