Capítulo 12

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Daryl Dixon

Eu estava acordado. Estava acordado ouvindo toda a conversa da Carol com a S/n.

Eu ouvi ela dizer que gosta de mim, e como eu sou indecifrável.

Mas, e eu? O que eu sinto?

Sendo sincero, eu não tenho certeza.

S/n é como uma droga. Quanto mais sinto o seu gosto, mais preciso prová-lo. Ela consome os meus pensamentos e invade os meus sonhos. Ela tem total controle sobre mim.

Aquela garota pode me destruir apenas com um olhar e fazer eu me render à ela apenas com uma palavra, um único toque.

Nunca senti isso por ninguém antes. Então, como vou saber o que estou sentindo?

E se eu machucar ela? Eu me importo com ela, não posso feri-la.

Nossa diferença de idade é notável, eu nem sei o que ela viu em mim. Eu não sou o cara certo, não devia estar fazendo o que estou fazendo com ela. Eu não devia pensar nela da forma como eu penso.

Se o Rick descobrir eu tô morto. Ele disse que eu era seu irmão, e eu o considero da mesma forma.

Estou transando com a filha do meu irmão, meu melhor amigo. Eu estou mentindo, enganando ele. S/n e eu estamos brincando com ele bem embaixo do seu nariz.

Isso não é certo, mas eu não consigo me controlar.

Sua risada, sua voz doce, seu jeito atrapalhado, suas histórias e curiosidades malucas. Tudo isso me deixa mais atraído por ela.

Eu queria saber o que tem nela que chama tanto a minha atenção. Queria poder dizer o que eu sinto sem me sentir culpado, sem sentir dúvida.

Eu queria poder beijá-la na frente de todos, sem me preocupar com quem está nos olhando.

Mas eu não posso.

Quando amanheceu, decidimos subir em um prédio mais alto pra ter uma melhor visão da cidade. Rick foi encontrado aqui, cercado por centenas de mortos. Não podemos arriscar, ainda mais tendo um bebê com a gente.

Tinha alguns zumbis no meio da cidade, mas conseguimos passar por eles e chegar no prédio.

Passamos primeiro por uma ponte cheia de corpos e barracas. A maioria tinha se transformado.

A porta que dava acesso ao prédio estava presa com uma corrente, mas tinha espaço suficiente para passarmos. Carol foi na frente com o Rick, sendo seguido por Sasha e Tyreese, depois Gabriel e a bravinha, depois o Carl, a S/n e eu.

— Que bom que a gente não tomou café da manhã. - digo ironicamente, passando por aquele pequeno espaço.

Entramos em uma das várias salas que tinha ali, algo parecido com um escritório. A vista que dava pra ver pela grande janela de vidro era horrível. Aquela cidade estava destruída, assim como todos os outros cantos dessa merda de mundo.

— Alguém aí tá com sede? - a voz doce de S/n ecoou pela sala, olhei para ela e a vi com um sorriso fraco no rosto.

A garota enchia seu cantil em um bebedouro que havia no canto da sala, ela e o irmão sorriam um com o outro. Eu fiquei encarando ela de maneira séria como sempre, sem nenhuma expressão, mas eu sorria por dentro.

Love in chaos II - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora