Capítulo 35

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Daryl Dixon

Eu tava sentado na frente da lareira apagada, sozinho naquela casa pequena e vazia. A solidão nunca foi um problema pra mim, mas desde que eu conheci a S/n, ficar sozinho se tornou uma tortura.

Dormir sem ela, sem sentir o seu cheiro e a sua pele, isso tira a minha paz. Mas o que eu posso fazer?

Rick é o meu melhor amigo, eu realmente o enganei. Não tiro o direito dele de se sentir traído, por mais que tenha exagerado um pouco.

Nunca foi a minha intenção machucar a S/n, mas eu precisei deixá-la. Ficar seria pior. Eu quero que ela seja feliz, seja comigo ou não.

Imagino como ela deve estar agora, e me sinto mal por isso. Odeio pensar que ela pode estar chorando, se sentindo abandonada outra vez, mas foi necessário.

Eu tinha que deixá-la ir. Pelo menos, é isso que eu tento colocar na minha cabeça.

Saio dos meus pensamentos quando ouço alguém bater na minha porta. Levantei em um pulo e fui ver quem era, imaginando qualquer pessoa, menos ela.

— Bárbara? - olho estranho para a mulher sorridente parada ali na minha porta. — Aconteceu alguma coisa?

— Não. - ela respondeu, entrando na minha casa sem nem ser convidada. — Eu só fiz uns biscoitos e queria trazer alguns pra você.

— Valeu. - agradeci sem jeito, pegando o prato de suas mãos.

— Também queria agradecer por tudo que você tem feito pela comunidade. - Bárbara dizia com um sorriso largo, me deixando cada vez mais desconfortável.

— Não precisa agradecer. - digo com a cabeça baixa. — Eu tenho que acordar cedo amanhã, então... - tento colocá-la pra fora sem ser muito grosseiro.

— Ah, claro! Eu não vou te incomodar mais. - ela balançou a cabeça repetidas vezes. — Boa noite!

— Boa. - forcei um sorriso, me surpreendendo com os lábios dela tocando os meus.

Bárbara havia se inclinado e puxado meu rosto, colando nossas bocas em um selinho demorado e estranho. Eu fiquei paralisado, não consegui me mexer ou simplesmente sair dali.

As mãos da ruiva seguraram meu rosto com força, enquanto as minhas apertavam o prato cheio de biscoitos. Quando ela se afastou, sorriu maliciosamente e caminhou até a porta.

— Até mais. - ela disse por fim, indo embora.

Continuei parado no meio da sala tentando raciocinar que merda tinha acontecido ali, buscando alguma explicação.

Coloquei o prato com biscoitos em cima do balcão da cozinha e voltei para a sala, me jogando no sofá.

Deitado ali no meio daquele escuro, a imagem da S/n veio na minha cabeça outra vez. Agora ela não chorava mais, ela ria alto e tirava a roupa daquele jeito lento e provocante que só ela sabe fazer.

Eu vi os lábios dela sendo umedecidos pela sua língua e senti sua pele quente em minhas mãos. Ouvi os seus gemidos manhosos em meu ouvido e vi seu olhar nada inocente enquanto eu beijava sua boca.

Afastei aqueles pensamentos da minha cabeça e olhei para baixo, respirando fundo ao ver o volume em minha calça.

Como sempre, a pequena Grimes me deixou duro sem nem tocar em mim.

Resolvi tomar um banho gelado e depois caí nu na cama. Passei quase a madrugada toda acordado, pensando na S/n e no quão idiota eu sou.

De manhã, acordei com alguém batendo na minha porta de novo. Catei minhas roupas do chão e fui ver quem era, dando de cara com o Rick.

Love in chaos II - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora