Capítulo 49

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(⚠️ Podendo despertar gatilho⚠️)

S/n Grimes

Pela manhã, nos reunimos todos no centro da cidade, onde os jovens corriam e as crianças aprendiam a atirar com arco e flecha. Todos treinavam e trabalhavam com total concentração.

— Essa é a nossa vida aqui. Todo dia. Mas teve um preço. - disse o rei, vindo até nós com aquele seu cajado maneiro. — E eu queria mais disso. Eu queria expandir. Criar mais lugares como este. Homens e mulheres perderam seus membros. Crianças perderam seus pais, porque eu os enviei pra batalha contra os acabados quando não precisava.

— Isso é diferente. - meu pai falou.

— Não é. - Ezekiel negou.

— É sim. - papai insistiu. — Os mortos não nos governam. O mundo não é assim fora dos seus muros. As pessoas não têm só coisas boas. Algumas pessoas não têm nada de bom.

— Tenho que me preocupar com o meu povo. - o rei falou, fazendo meu pai respirar fundo.

— Se você se acha um maldito rei, com certeza não age como um. - Daryl falou.

— Tudo isso teve um preço. - disse Ezekiel, parando na frente do caçador. — Eram vidas, braços, pernas. A paz que temos com os Salvadores é difícil, mas é paz. Tenho que me agarrar a isso. Tenho que tentar. - confessou, agora, indo até meu pai. — Embora o Reino não possa concedé-lhes o auxílio que desejam, o rei compreende a sua situação. - disse um pouco mais alto, para que todos nós o escutássemos. — Eu ofereço ao nosso amigo Daryl e a nossa amiga S/n asilo, o tempo que precisarem. Eles ficarão à salvo aqui. Os Salvadores não pisam dentro dos nossos muros.

— Quanto tempo você acha que isso vai durar? - o caçador perguntou, se afastando de nós.

Aos poucos, todos fomos saindo de perto do rei, indo atrás do caçador. Daryl mandou abrir os portões, nós já estávamos saindo da comunidade, quando papai nos parou.

— Vocês não vão. - ele disse.

— Eu não vou ficar aqui. - Daryl falou.

— Eu também não. - digo. — Eu quero lutar.

— Nós vamos, mas não agora. - disse meu pai. — Vocês vão ficar aqui. É a jogada mais inteligente, vocês dois sabem que é. Tentem falar com o Ezekiel. Ou fiquem olhando pra ele até cansar, o que for preciso. Vamos voltar logo.

— Só esqueceu de dizer "vamos ficar bem". - eu disse impaciente. — Ou então, "estarão seguros aqui". Você acredita nisso? Porque eu não.

Encarei os olhos estreitos do meu pai por alguns segundos e depois fui até o meu irmão, o abraçando fortemente.

— Tome cuidado. - digo séria, deixando um beijo em sua testa.

— Você também. - ele disse, seguindo com os outros.

— Sasha! - chamo pela mulher. — Cuida da Maggie por mim. E se cuida também.

— Pode deixar. - ela sorriu fraco.

— Voltaremos logo. - disse Michonne, parando atrás de mim.

— É, o papai já disse isso. - eu falei, sem muita empolgação.

— Vamos acabar com aqueles merdas. - Rosita falou. — E você vai estar lá também.

— Eu não perderia esse momento por nada. - sorri largamente, sendo puxada para um abraço.

— Não arrume problemas. - Jesus apareceu quando Rosita se afastou. — Lembre-se que eu fico lá de cima observando todo mundo. - brincou.

— Não se preocupe, JC. Farei de tudo pra garantir o meu lugar no céu. - entrei na brincadeira.

Love in chaos II - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora