Capítulo 30

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S/n Grimes

Dois meses depois...

Estava deitada no peito de Daryl depois de uma noite agitada, lendo o livro que ele me deu semanas atrás enquanto seus dedos acariciavam levemente o meu cabelo.

— "Nem tudo que está em pedaços precisa ser concertado. Às vezes, só precisa ser amado. Seria uma pena se só as pessoas inteiras fossem merecedoras do amor."

— O que exatamente isso significa? - ele perguntou curioso, com os olhos fixos no teto.

— Que pessoas quebradas também podem ser amadas. - explico, fechando o livro e jogando o mesmo ao meu lado na cama. — Pra amar, você tem que sentir o amor. Você precisa sentir esse sentimento por alguém que tire seu fôlego. E esse alguém não precisa ser perfeito.

— Eu não sou perfeito. - ele disse. — Você me ama mesmo assim?

— Não ligo para os teus defeitos. - eu falei com sinceridade. — Foi exatamente isso que fez eu me apaixonar por você. O jeito que você lida com seus traumas, o jeito que você se mantém firme mesmo estando mal. Eu sou apaixonada pelo teu jeito e por tudo em você. Não tem nada em você que eu não goste. Tudo em você é perfeito pra mim.

— Você fala isso agora. - bufou.

— "É fácil amar a luz. Então me mostre a sua escuridão." - citei. — Não lembro exatamente onde eu li isso, mas se encaixa perfeitamente aqui. - o encarei com admiração, tirando os fios de cabelo que caíam sobre seus olhos. — Você não consegue explicar, mas sente. Seus olhos sempre dizem a verdade. - digo com um sorriso bobo nos lábios. — Já ouviu aquele ditado? "Um beijo vale mais que mil palavras."

— Se acredita nisso, eu posso beijar o seu corpo todo agora mesmo. - ele disse com um pouco de malícia, grudando nossos lábios em um selinho demorado.

— A sua linguagem do amor é o toque. - eu disse ao me separar do beijo. — E eu amo isso.

— Só não espere muito de mim. - Daryl falou com a voz baixa. — Eu meio que já fui esgotado. Uma vida de merda com pessoas mais merdas ainda.

— Sua história pode não ter começado bem, mas isso não define quem você é. - digo, segurando o seu rosto com minhas mãos. — Não são as nossas habilidade que mostram quem realmente somos, são as nossas escolhas. - o homem me encarava sério, mas eu podia ver o brilho em seus olhos. — Eu vou te levantar novamente. Eu vou te reerguer.

— Eu não consigo demonstrar os meus sentimentos. Nem sei o que é amar direito, mas eu acho que é aquilo que eu sinto toda vez que olho pra você. - disse o caçador, me olhando de um jeito bobo.

— Eu posso te ensinar a amar. - digo, colando nossas testas. — Esse amor pertence a nós dois.

— Pra sempre. - ele disse com a voz grossa e um pouco rouca, entrelaçando as nossas mãos.

Deitei novamente em seu peito, agora, abraçando sua cintura com força. Daryl fazia movimentos circulares em minhas costas nuas, fazendo o meu corpo dar uma leve arrepiada.

— Posso te contar uma coisa? - ele perguntou meio receoso.

— Claro. - concordei, me encolhendo mais em seus braços fortes.

— Naquele dia depois da festa da Deanna, eu tava com raiva por ter visto você e o Spencer conversando. - confessou um pouco sem jeito.

— Ah, então o motivo das minhas pernas terem ficado bambas daquele jeito foi por causa do Spencer? - olho para ele enquanto ria.

— Mais ou menos isso. - ele deu de ombros.

Ri fraco outra vez e voltei a deitar minha cabeça em seu peito, que subia e descia lentamente.

Love in chaos II - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora