Capítulo 10

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S/n Grimes

A hora do Bob chegou. Nos despedimos dele e depois o enterramos. Foi muito difícil para a Sasha, vi isso em seus olhos. Tínhamos perdido um dos nossos, estávamos todos tristes.

— Esse é o caminho pra Washington. Ficaremos nele enquanto for possível. Se não der, sabem o nosso destino. - disse Abraham, entregando um mapa para o meu pai. — Quando o Eugene chegar aos cientistas de lá, as coisas vão melhorar. Esse grupo tem que estar lá pra isso. Vocês têm que estar lá.

— Eles estarão. - Maggie falou, me olhando brevemente.

— Nós estaremos. - Michonne sorriu fraco, tendo os olhos do meu pai sobre ela.

— Sim, estaremos. - ele disse.

Abraham caminhou até o ônibus com Rosita e Eugene, sendo seguido por Maggie, Glenn, Tara e Beth. O casal parou e olhou para mim, mas eu dei às costas para eles e fui até o riacho.

Ainda tinha sangue entre as minhas unhas, e eu ainda conseguia sentir o gosto ruim em minha boca.

— Você está bem? - uma voz grossa e rouca ecoou atrás de mim.

Olhei para trás e vi Daryl parado com sua besta nas costas. O caçador sentou ao meu lado, colocou a besta no chão e permaneceu me encarando, enquanto eu olhava para a água.

— O Glenn foi embora. - digo baixinho, lutando para não deixar as lágrimas caírem.

— Vamos encontrar eles. - pela primeira vez, Daryl Dixon estava sendo positivo.

— Eu nem sei porque meu pai ainda insiste em ficar aqui. - confesso, olhando para ele com um olhar estranho.

— Ele acha que é seguro pra você, o Carl e a Judith. - o homem falou, me olhando nos olhos.

— Nenhum lugar é seguro. - murmurei, voltando a olhar para a fraca correnteza.

Senti a mão grossa e áspera de Daryl deitar sobre a minha, com a outra ele pegou um pouco de água e jogou nas minhas mãos. Eu observava todo o processo, o via esfregar as minhas mãos gentilmente.

— Não era você ontem à noite. - ele disse, focado em limpar as minhas mãos.

— Era sim. - rebato, ainda observando o que ele fazia.

— Não, não era. - Daryl negou, passando a olhar para mim. — Você esfaqueou aquela mulher como se não fosse nada. Olhou pra ela como olhou pra àquele homem antes do Terminus.

— O que você quer Daryl? - pergunto impaciente. — Saiba que você não é o meu pai, então não tente me dar ordens ou ficar fingindo que se importa!

— Eu me importo. - ele me calou, me encarando profundamente. — É por isso que estou aqui.

— Está perdendo o seu tempo. - desvio meus olhos dos dele. — Eu não valho o esforço.

— Precisa parar de ficar se diminuindo ou perguntando se é boa o suficiente. - ele disse sério, voltando com o seu tom rude e grosseiro. — Pare de tentar ser boa para as pessoas e seja boa pra você. Pergunte se os outros são ou não suficientes pra você! - seus dedos pousaram em meu queixo e me fizeram olhar para ele novamente. — Você é boa, S/n, bem diferente de mim. Você merece o mundo. E eu acredito que você ainda vai conquistá-lo sozinha.

— Não quero conquistar o mundo sozinha. Quero que você e todos os outros estejam comigo. - digo. — Não sou forte o bastante pra fazer isso sozinha.

— Nenhum de nós é. - Daryl falou simples. — Fingimos ser fortes, quando na verdade estamos quebrados. Completamente em pedaços.

— Eu te acho forte. - fui sincera.

Love in chaos II - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora