Capítulo 27

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S/n Grimes

Acordei pela manhã com Judith rindo enquanto pulava em cima da cama. Eu sorri mesmo sonolenta e fiz cócegas na garotinha, a fazendo gargalhar.

— Temos mais um longo dia pela frente, Judith. - digo com a voz falhada, saindo da cama com Judith nos braços.

Depois de deixar Carl com a nossa irmã, eu saí de casa e fui até o portão. Vi Maggie no topo de um dos postos de observação, em pé olhando para longe com os braços cruzados.

Subi a pequena escada de ferro e parei ao seu lado, passando a olhar em volta como ela.

— É por aqui que ele vai vir. - ela disse. — Se ele mandar um sinal, vai ser por esse lado. Ou então não vai ser...

— Ele vai mandar. - digo confiante. — E você vai me chamar quando isso acontecer.

Maggie retribuiu o sorriso e voltou a olhar para as árvores não muito distantes, deixando os grunhidos dos zumbis ficarem mais alto com todo aquele silêncio.

— Já pensou no nome do bebê? - pergunto curiosa e animada.

— Ainda é muito cedo. - Maggie deu de ombros. — Tava planejando escolher o nome com o Glenn. - ela falou depois que uma lágrima dolorosa deslizou pela sua bochecha.

— Maggie... - seco sua única lágrima com o meu polegar.

— Eu vi a Judith outro dia. - disse, sorrindo largo. — Ela tá começando a parecer com a Lori.

— É, os olhos são iguais. - acabei rindo baixo. — O sorriso também lembra o dela. - digo, vendo a imagem de Lori na minha cabeça.

— Como tá se sentindo? - Maggie perguntou, mudando de assunto. — Sobre o Daryl e os outros? Eles já deviam ter voltado. Imagino que esteja preocupada.

— Daryl deixou um rádio comigo, mas eu perdi ele ontem no ataque. E não quero pedi outro pro meu pai, ele pode desconfiar. - digo com a cabeça baixa, respirando fundo para não acabar chorando também. — Desde ontem eu venho sentindo um aperto no peito, sabe? - comento. — Quando aquele pessoal invadiu Alexandria eu pensei que fosse isso, mas aí nós acabamos com todos e o aperto não passou. Tô começando a ficar com medo do que essa sensação possa significar.

Maggie não falou nada, apenas entrelaçou a minha mão na dela. Ficamos em silêncio ali por um bom tempo, até que eu decidi descer e ir atrás de alguma outra coisa para fazer.

Não consigo tirar da cabeça que algo ruim aconteceu com o Daryl. Não estou tão preocupada com o Glenn, pois no fundo eu sei que ele está bem e que vai voltar logo, já o Daryl...

Esse aperto no meu peito está me deixando louca. Pode ser que eu esteja perto de ter uma crise de ansiedade, ou pode ser um aviso muito pior.

Enquanto andava pelas ruas ainda manchadas de sangue, vi Carl saindo de um dos becos. Ele passou a andar ao meu lado, passando o braço pelos meus ombros.

— Tava fazendo o quê? - pergunto para o garoto.

— Ensinando o Ron a atirar. - ele respondeu com ar de superioridade. — Ele pediu e eu e o papai estamos ajudando.

— Devia tomar cuidado com aquele garoto. - tento abrir seus olhos. — Aquele menino é estranho.

— Ele só quer proteger a mãe e o irmão. - Carl deu de ombros.

— Diga isso de novo depois que ele tentar te matar. - o olho de canto, fazendo meu irmão bufar e revirar os olhos.

Em casa, Carol, papai, Morgan e Michonne estavam reunidos em volta da mesa. Os quatro conversavam sobre algo, mas se calaram assim que eu e Carl chegamos.

Love in chaos II - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora