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🪁

Cheiro minha última fileira sentindo o pó entrar em meu nariz

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Cheiro minha última fileira sentindo o pó entrar em meu nariz.

Ela mentiu pra mim.

Maria Mariana, mentiu pra mim.

Ela me disse que ia pro baile, mas cadê ela? Vi seus amigos, mas não ela. Tento ligar pra ela, mas não atende. Perguntei dela pra minha irmã e nada.

Eu tava putasso.

Mas ver ela saindo do baile de fininho, com um Mano na cola... fez meu sangue ferver. Eu só saí do camarote e segui eles discretamente.

Quando vi aquele filho da puta, pensando minha mulher naquela maldita árvore... Eu não sei oque me deu.

Só peguei ele pela blusa e taquei no chão, tava cego de raiva desse filho da puta. Ainda por cima, Mariana tentou me tirar de cima dele.

Nem sei oque eu fiz, mas só parei de bater quando percebi que ele não respirava mais.

Alívio. Menos um filho da puta.

Mas ver a tristeza no olhar da minha preta... acabou com meu ano.

Seus lábios tremiam levemente, seus olhos transbordavam o choro sentido, seu rosto estava vermelho por causa do choro.

Eu. Te. Odeio.

Essas palavras me machucaram tanto, preferia levar um tiro.

Quando vi que ela desmaiou... quase entrei em pânico. Peguei ela no colo e fui em busca do primeiro carro a minha frente, peguei emprestado do Mano e fui com o maluco segurando Mariana.

Levei ela pro hospital mesmo, pelo menos na rua eu tô podendo ficar. Mas essa arma na minha cintura...

── A crise de asma foi intensa. ── A enfermeira diz.

Depois que me filtre no pó, levei minha mãe e Kaiçara aqui no hospital. Tamo só a quatro horas aqui. Tive que agilizar o trabalho de merda desse povo.

Minha mãe tá aqui do meu lado, triste e quase tendo crise de asma também.

Kaiçara não olha na minha cara, os olhos dela tão vermelho e o nariz igual, chorou pra caralho 

── Mas ela tá bem? ── Kaiçara pergunta.

── Sim, apenas está bem cansada. Recomendo deixar ela de repouso por alguns dias para voltar a se acalmar. ── passo a mão na cabeça ── Eu volto com a alta dela. ── explica e sai.

── Eu te levo pra casa. ── murmuro para o menino.

── Deus me deu duas pernas, valeu. ── retruca. Ousado!

── Quer ir pra casa não, mainha? ── pergunto a senhora.

── Não meu fi. ── concordo com a cabeça.

Terça de Tarde Onde histórias criam vida. Descubra agora