🎭
Vejo meu filé tostado só queimando na espreguiçadeira. Molho os lábios vendo a cena e a mina já me encara, parece que sabia que eu tava olhando ela.
── Toda gostosa. ── analiso ela.
── Pai! ── escuto o grito da Isa.
Eu queria deixar ela em casa, mas a mulher que manda na casa, né. Mas é bom trazer a pretinha pra conhecer novos lugares.
── Fala minha pretinha. ── caminho até a mesma que sorrir feliz.
── O miranha tá todo sujo de areia. ── aponta pro cachorro.
Quem é miranha? A porra do cachorro que eu achei na rua, nem cresce o cabelo e pá. Mas é mó fofinho.
── Tu vai limpar ele, né? ── pergunto.
── Eu não consigo. ── choraminga.
── Não consegue. ── imito ela com a voz fina escutando sua risada.
Vou até meu benzinho e me sento do lado dela, todo espremido. A mesma toca no meu rosto olhando pra cima.
Toco na sua barriga levemente vendo ela plana. Saporra não cresce não?
── Essa barriga não tá muito pequena pro meu filho não? ── pergunto.
── Fez com o dedo? ── me olha ── Você viu o tamanho dele? É uma sementinha quase, quando ele crescer. Minha barriga vai crescer junto.
── Bem que tu podia ficar em casa né. ── Mariana me encara confusa ── Deixar o trabalho de lado...
── Não. ── fala bruta.
── Por que não? ── cruzo os braços e me sento na cadeira puto.
── Porque eu não vou largar o trabalho que eu amo. Não passei cinco anos estudando atoa.
── Saudade do tempo em que o homem trampava e a mulher ficava em casa. ── penso alto e em seguida recebi mó tapão nas costas.
── Some daqui, Filipe! ── me empurra e saio da cadeira ── Vaza.
Mostro a língua pra ela e ando até a pretinha, o cachorro corre até mim e dou tapinhas na cabeça dele. Sei mecher com cachorro não.
── A mãe ta brava? ── Isa pergunta.
── São os hormônios. ── começo a ajudar ela a fazer o castelo de areia.
── Qual é a fita? ── pergunto no telefone com xamã.
Xamã: A fita é que tu tem que fazer um rolo aí carai. Conheço uns cara top daí.
Filipe: Que cara mano? Sei nem falar português imagina espanhol. ── entro no meu quarto.
Xamã: Os cara é brasileiro né. ── lambo os beiço vendo a preta passar o creme no corpo.
Filipe: Então tá suave, marca o horário e eu vou lá. ── a preta me analisa e passa o creme na barriga.
Xamã: Pode pá, parceiro. Falou.
Filipe: Falou.
Desligo a chamada e deixo o celular no chão, tiro a blusa sedutoramente e Mariana me olha com deboche.
── Eu não vou transar com você. ── fiquei triste na hora.
── Por que, preta? ── tiro a bermuda e chuto ela pra longe do quarto.
── Para de show, Filipe.
Me jogo na cama e cruzo os braços, fico de costas pra preta e faço um bico na boca.
── Sem. Show. ── repete as palavras.
── Não falou "sem birra". ── escuto sua risada gostosa e dei um sorrisinho, mas ela não viu.
── Titi mamãe, agora eu tenho três bebês.── abraça minhas costas.
Sinto seus lábios em minhas costas e me arrepiei. Feiticeira.
── Qual o vudu? ── me viro pra preta que me olha confusa.
── Que vudu, menino?
── Vudu pra fazer eu ficar tão xonado em ti. ── ela gargalha.
── Não é vudu. ── gargalha ── Foi chá.
── Chá?
── Chá de boceta. ── diz e gargalha alto.
Bicha besta.
Isinha e o miranha
Presente de ano novo de vocês. 💖
01.01.22
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Terça de Tarde
RomanceNão a nada que possa fazer, quando duas almas estão destinadas a ficarem juntas. Esse é o caso de Filipe e Mariana, o destino os uniu de forma "estranha", porém isso não modificou o sentimento que um tem pelo outro. ━━ Terça de Tarde, ela em cima...