Guess what?

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Ponto de vista — Eileen Copeland.

E com aquela notícia eu fui dormir tão perturbada quanto o garotinho que diz ver gente morta no filme "O Sexto Sentido", mesmo com Alex me tranquilizando e dizendo que provavelmente aquela seria a última vez que veríamos ela pois ele já cuidou de todos os detalhes para que ela nunca mais aparecesse nas nossas vidas. A cara dele ter pensado em contratar um assassino de aluguel para dar conta do serviço.

Não digo que pensava em ter notícias dela tão cedo porque estaria mentindo. Na verdade, pra mim ela tinha morrido. Então eu acho que a presença dela ameaça um pouquinho. Quer dizer, ameaça muito porque ela teve a coragem de aparecer na Empire para fazer uma campanha publicitária. Ah, só de pensar nisso minha cabeça volta a doer.

E agora, eu acabo de chegar ao estúdio, batendo o ponto na maquininha e esperando o recibo ser impresso para eu o jogar dentro da bolsa como eu sempre faço. Mais um dia estava começando e digamos que eu não estava pronta.

— Bom dia, Leen. — Cassie, a auxiliar administrativa me cumprimentou assim que eu entrei no estúdio principal, onde os programas eram gravados.

— Bom dia, Cassie. Janine já chegou? — perguntei deixando minha bolsa sobre uma das mesas e vendo que o jornal da manhã estava prestes a acabar. Acho que faltavam um total de 4 notícias para serem anunciadas antes de acabar para começar um outro programa de culinária.

— Já, ela quer falar com você. — respondeu e eu senti um leve frio na espinha. O tempo passa mas essa frase ainda traz um efeito capaz de trancar o cu que não passa nem vento.

— Ok… — murmurei, nem me sentando na cadeira e apenas seguindo sala afora, cruzando o corredor e subindo um lance de escadas até um ‘’camarote’’ que o estúdio tinha, que era a sala onde Janine ficava a maior parte do tempo.

Nesse meio tempo minha cabeça já formou 56 paranóias diferentes. E se for sobre o caso do Cooper? E se eu tiver feito alguma merda? Caralho, e se quiserem me tirar daqui e colocar alguém no meu lugar? Se eu tiver que ser transferida? Ou demitida? Meu Deus, como eu vou falar para Alex que eu fui demitida?

Se eu chegar pra ele e disser: ‘’Alex, promete que você não vai surtar? Eu fui demitida.’’, isso seria suficiente para desencadear um total de 120 perguntas sobre o motivo e ainda seria capaz dele bater aqui na porta da Janine perguntando: ‘’Você é idiota ou fez curso? Como teve a audácia de demitir a melhor jornalista que já pisou nesse lugar?’’. Ou algo parecido para não dizer que ele seria inteiramente capaz de armar um boicote no sigilo contra a emissora.

Ok, eu só estou ansiosa demais. Acho que no final, é só uma coisinha besta e eu que me cobro demais.

— Janine? Queria falar comigo? — falei após dar duas batidas na porta e a abri devagar, colocando apenas minha cabeça para dentro da sala pintadas em tons de vermelho carmim e preto. Janine estava sentada em uma das cadeiras atrás da mesa repleta de papeladas, mas ela não estava sozinha, Hugh Parker, o diretor-executivo de jornalismo que era o braço direito de Janine aqui dentro, estava em pé encarando como encaminhava o final da gravação através da enorme janela de vidro.

— Eileen. Sim, pode entrar. — Janine respondeu após estreitar os olhos para mim, abaixando a caneta em mãos e a deixando sobre a mesa de vidro. Entrei na sala nem sabendo se deveria fechar a porta ou se deveria deixar aberta para facilitar caso eu precise sair correndo. Fiz um aceno de cabeça para Hugh depois que entrei, e só agora ele notou minha presença aqui.

— Eileen, como está? — perguntou prestativo. Estou morrendo mas passo bem, obrigada.

— Bem… o que gostariam de falar comigo? — perguntei sendo direta porque se tem algo que eu odeio é ficar ansiosa. Janine olhou para Hugh e vice e versa, com um olhar que eu não sabia o que significava mas tinha algo aqui dentro que dizia que parecia algo importante.

Our Worst Nightmare | Alex Turner (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora