From the smoke in your hair to the blood in your bruise.

73 9 8
                                    

Ponto de vista — Eileen Copeland.

Posso dizer com 58% de certeza que dormi por cerca de 5 horas. Melhor do que nada.

É estranho dormir sozinha em casa, quero dizer... totalmente sozinha. Claro que havia o bando de seguranças que Alex contratou, além das câmeras de vigilância. Mas ainda assim, era muito estranho.

Levantei às 06h10, não me dando ao trabalho de olhar o celular nesse meio tempo. É horrível o sentimento de vazio, de incerteza, de desconfiança. Passei horas e horas dentro do estúdio tentando descobrir alguma coisinha que fosse.

Talvez Alex estivesse certo em dizer que eu passo horas e dias procurando algo que não vai dar em lugar algum.

Mas algo aqui dentro me diz que eu não posso parar, não agora quando tudo se tornou pessoal demais. Quando toda aquela curiosidade se tornou em raiva... talvez vingança? Eu não sei dizer. Eu só quero descobrir de uma vez por todas quem é essa pessoa e se tem tudo a ver com o que aconteceu desde o começo.

Vi uma chamada perdida de minha mãe quando estava entrando no carro, mas é melhor eu deixar para ligar a ela quando eu chegar ao estúdio. O trânsito está caótico por conta das chuvas e eu não quero me pegar num congestionamento logo cedo.

O caminho foi silencioso, eu já estava acostumada com aquela estrada, aquelas casas, aqueles semáforos. Tudo tão monótono que chega a me entediar em certo ponto.

Cheguei ao estúdio no horário certo, mostrando meu crachá para o segurança e estacionando o carro na vaga que eu sempre estaciono. Dou uma leve corrida por conta do chuvisco, fugindo da possibilidade de pegar uma gripe, pois se tem algo que eu detesto é ficar gripada.

Bati o ponto no pequeno equipamento de registro de ponto, próximo ao elevador. Logo, tomei o elevador para o 8° andar, rumo ao estúdio 5, onde eu geralmente fico com a equipe.

Só de pensar na enorme dor de cabeça que o dia vai ser...

— Surpresa! — escuto um coro em uníssono tão alto quando abro a porta dupla que me assusto, dando alguns passos para trás antes de entender o que estava acontecendo.

Praticamente todos os meus colegas estavam reunidos ali com um bolo, salgadinhos e bebidas, balões de festa espalhados e uma faixa escrito "feliz aniversário" estava pendurada de uma ponta a outra.

Meu Deus.

— Parabéns, Leen! Não achou que iríamos esquecer, não é? — Cassie me abraçou forte primeiro, eu nem consegui reagir de uma forma amistosa por ainda estar em choque. Hoje é mesmo dia 25? Não era dia 20? Não, hoje é 25.

Bom, me admira eles não terem esquecido, mas me admira ainda mais eu mesma ter esquecido. Sim, eu me esqueci do meu próprio aniversário.

— Uau, gente, eu não... — comecei, sem saber bem o que dizer, meus olhos estavam inquietos demais e eu tentava agir como se não tivesse realmente sido pega de surpresa. — Não precisava, sério. — abracei Cassie de lado, logo Greg se juntou ao abraço do outro lado enquanto Janine vinha na minha direção segurando o bolo. É, minha chefe me ama mesmo.

— Você é uma das melhores funcionárias que temos na emissora, isso não é nada, Eileen. — ela sorriu, estendendo o bolo decorado com confeitos coloridos e duas velas brancas com os formatos dos números 2 e 7. — Não esqueça de fazer um desejo. — sussurrou e eu forcei um sorriso. Ah, Janine, você não faz ideia do que eu realmente desejo.

Desejo que esse pesadelo acabe logo da forma que for.

E então assoprei as velas em seguida, para a alegria de quem estava ali.

Our Worst Nightmare | Alex Turner (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora