In other words, until eternity.

114 6 6
                                    

Cinco anos depois.

Os primeiros raios de sol vindos do leste teimavam em invadir o cômodo pelas frestas das cortinas, ainda que uma grande nuvem estivesse tentando ofuscar o brilho daquela manhã. O clima estava excepcionalmente propício para transformar aquele dia num "dia de ficar na cama o tempo inteiro sem fazer absolutamente nada". Bom, isso se não fosse pelo pequeno trem desgovernado abrindo a porta do quarto, praticamente voando sobre a cama de casal onde os dois estavam tendo um sono tranquilo e sem preocupações até o momento.

— Mamãe, acorda! — bradou excessivamente animada, sacudindo os ombros da mulher e tirando seus fios de cabelo do rosto para vê-la acordar quase de supetão com o susto. — Mamãe, 'tá acordada? — perguntou encarando-a com as grandes íris, a vendo abrir os olhos de uma vez e ficar parcialmente deitada na cama.

— Agora tô. O que houve, querida? — perguntou espantando o restinho de sono que ainda tinha ao bocejar levemente e tirar alguns fios do cabelo castanho da garotinha do rosto, vendo que ela estava elétrica demais àquela hora da manhã.

— Sabe que dia é hoje? — perguntou ficando em pé, equilibrada na cama e tentando não pisar em nenhuma parte do corpo da mãe ou do pai que estava sob o edredom. A mulher sorriu abertamente, assentindo com a cabeça. Sabia exatamente que dia era hoje.

— É claro que eu sei. Feliz aniversário, meu amor. — a puxou para um abraço apertado, enchendo seu rosto de beijos carinhosos. A garotinha gargalhou, sentindo leves cócegas quando a mãe arrastou os beijinhos para próximo de seu ouvido. — Mas... o combinado não era a mamãe e o papai pularem na sua cama para te dar os parabéns e não o contrário?

— Era, mas eu não aguentei ficar na cama por muito tempo, eu vi o sol nascer da janela do meu quarto e... — explicou, mas se calou e fez um biquinho levemente emburrado ao ver que seu pai ainda não havia acordado. — Papai, acorda! Você não acordou ainda. — olhou para o lado, ficando de joelhos e engatinhando para ficar por cima do corpo dele que estava deitado de lado. Ela afastou alguns fios do cabelo dele apenas para ter seu ouvido livre para aproximar a boca. — Papai, seu preguiçoso, acorda. — fingiu que ia gritar ao inspirar profundamente, mas apenas sussurrou as palavras, logo sentindo o pequeno corpo ir de encontro com o colchão quando o pai a empurrou, a fazendo rir.

— Eu sabia que não deveria ter deixado você comer algodão doce ontem, mocinha. Você está com energia para abastecer uma cidade inteira. — Alexander resmungou brincalhão enquanto fazia leves cócegas na garotinha ao lhe cutucar na região das costelas.

As manhãs eram assim, relativamente. Geralmente, a menina acorda por volta das 07h00 para ir à escola, sendo que seu despertador era um dos pais que a acordava carinhosamente para que comece a se arrumar e não correr o risco de chegar atrasada. Mas naquele dia em especial, ela havia acordado sozinha e bem mais cedo do que o habitual.

— Então, você viu o sol nascer da janela do seu quarto? Isso quer dizer que você está acordada desde às 05h45, hein. — Eileen fez os cálculos, vendo a filha ficar sentada entre eles, afastando os fios do rosto.

— Eu sei, mas é que eu tô tão ansiosa pra hoje, vai ser incrível! — soou animada, fazendo uma pequena dancinha ao remexer os ombros para lá e para cá, fazendo os pais rirem com sua comemoração. — O vovô e a vovó vão vir, né? — perguntou para o pai, que fingiu pensar um pouco.

— Vão sim, querida. Sheffield é um pouco longe, mas eles não perderiam isso por nada. — sorriu para ela, apertando levemente seu nariz e a vendo dar um sorriso aberto, exibindo uma fileira de dentes que seria perfeita se não estivesse faltando um incisivo lateral.

— Seus amiguinhos vão vir também, filha? — Eileen perguntou, ficando sentada e esfregando levemente os olhos. A menina fez que sim com a cabeça, levantando o olhar cúmplice para os pais como se estivesse escondendo algo. — Quantos vão vir? — perguntou, já desconfiando desse simples olhar. Mãe é mãe.

Our Worst Nightmare | Alex Turner (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora