Ponto de vista — Eileen Copeland.
Eu me torturava com o replay das filmagens da câmera de segurança, que mostrava exatamente o momento em que ela entrava no estabelecimento, sempre muito perspicaz em não deixar as câmeras 2 e 4 nunca pegaram seu rosto, mesmo num ângulo favorável. É nítido que ela trocou duas palavras com a recepcionista, que logo entregou Brian e Alyssa para ela dentro de suas gaiolas de transporte conforme ela assinava aquele maldito fichário. A câmera 1 que abrangia o exterior também não foi capaz de captar nada além da visão de suas costas deixando o local rapidamente em passos não tão rápidos assim, me fazendo pensar por um minuto que tudo foi tão pensado que não havia nenhuma hesitação ou medo de algo dar errado. Isso só me enche cada vez mais de ódio.
Ela continuava a mesma, as mesmas roupas elegantes que cobriam praticamente o corpo todo, o cabelo escovado como ondas ruivas que pairavam por cima dos ombros, o gesticular das mãos nervoso e eu até conseguia ouvir o tilintar irritante da pulseira que rodeava o seu pulso direito. Parecia um pouco mais baixa do que me lembro, mas ouso dizer que é por conta de não estar usando saltos nos pés. Eu poderia assisti-la entrar e sair do local várias vezes, alimentando uma falsa esperança de que eu conseguiria alguma pista em algum frame daquela gravação.
— Pode fazer uma cópia dessa gravação para mim? — perguntei ao gerente administrativo depois de muito silêncio apenas assistindo o vídeo no repeat. A recepcionista olhou rapidamente para ele, provavelmente não entendendo. — Para fins investigativos, a princípio. — fiz um adendo, lhe entregando um dos meus inúmeros pen-drives que eu carregava comigo sempre, o mesmo pen-drive que continha a primeira filmagem no resort onde o corpo de Daniel foi encontrado.
— Investigativos? — ela perguntou, talvez temendo que isso tome um rumo maior, com a chegada da polícia e um possível interrogatório onde ela estaria metida pois querendo ou não foi ela quem atendeu na hora do ocorrido.
— Querendo ou não, está bem claro que ela é uma suspeita em potencial. Tenho que descobrir quem ela é de fato e onde posso encontrá-la. — expliquei da forma mais profissional que pude para não ter que dizer que com certeza foi ela quem envenenou meus pets e que se eu encontrar ela eu não vou hesitar em transformá-la numa peneira com o canivete que guardo em minha bolsa.
— Aqui está. Se pudermos ajudá-la com mais alguma coisa... — o gerente disse, me entregando novamente o pen-drive após transferir uma cópia para ele.
— Apenas se continuarem cuidando da Alyssa e não deixarem ninguém mais além de eu e Alex vê-la... já está de bom tamanho. — respondi, dando uma olhadela para a recepcionista ao lado dele. Não que eu queira culpar terceiros, mas... poxa, ela deveria ter ligado para confirmar com Alex ou comigo. Poderia ter evitado tanta coisa...
Vi Alyssa uma última vez antes de ir, ela parecia bem, estava alerta mas não estava levantando ainda por conta própria por causa da medicação, segundo o médico. Ronronava como sempre ao receber um carinho atrás da orelha, o que me fez dar um pequeno sorriso por saber que ela estava ficando bem.
— Não se preocupe, querida. Logo você vai voltar pra casa com a gente. — sussurrei para ela, tocando a pontinha de seu focinho rosado.
Deixei a clínica alguns minutos depois, puxando o celular para enviar uma mensagem para William. Ele deve ter descoberto algo nesse meio tempo, não é?
''Ei, Bill. Tudo bem?
Me traz uma notícia boa sobre a tal Loreta, por favor. Eu juro que não aguento mais.''
Ele não respondeu de imediato apesar de estar online quando mandei a mensagem a ele. Demorou alguns minutos para ele me retornar, quase ao mesmo tempo que Hayden, que também me mandou uma mensagem.
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Our Worst Nightmare | Alex Turner (CONCLUÍDA)
RomanceBons tempos se passaram e a vida era boa para Alex Turner e Eileen Copeland. Alex continuava sendo bem sucedido com a Empire Corporation e Eileen agora era uma renomada jornalista no Daily Network, um dos melhores telejornais da Inglaterra. Entret...