Can you hack your mind being riddled with the wrong memories.

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Ponto de vista — Eileen Copeland.

"Não."

Uma pequena e simples palavra nunca doeu tanto em mim, e eu nunca pedi tanto para que isso fosse uma brincadeira de mau-gosto do Alex. Embora eu saiba que ele não é uma pessoa que brinca com esse tipo de coisa. Mas ali, enquanto eu olhava para sua expressão embotada e seus olhos confusos, eu realmente esperava que ele me respondesse outra coisa.

— E-eu deveria me lembrar? — ele perguntou, seus olhos inquietos não pairavam sobre mim por muito tempo, intercalando entre o Dr. Nolan e seus pais. — Quem são vocês? O que aconteceu?

— Alexander, você sabe quem são essas pessoas? — o médico perguntou apontando para Penny e David, que esperavam ansiosos por uma resposta. Alex olhou para eles por breves momentos, semicerrando os olhos por alguns segundos.

— E-eu não sei, eu acho que sim. — respondeu confuso enquanto encarava os pais, como se estivesse se esforçando muito para lembrar. — Mãe e... pai? — murmurou e pude escutar o suspiro de alívio de Penny enquanto ela concordava fervorosamente com a cabeça. Eu não conseguia entender. Como Alex conseguiu lembrar dos pais dele mas não se lembrou de mim?

— Isso, querido. Somos nós, estamos aqui com você. — Penny disse com a voz embargada, indo até ele para passar a mão sobre seu rosto. Olhei para o médico novamente, como se eu estivesse suplicando para que ele me explicasse com os olhos. Ele gesticulou para que eu o seguisse até fora do quarto.

— Acalme-se, Eileen. Podemos estar diante de uma das sequelas que eu disse que poderiam surgir caso ele acordasse. — respondeu em um tom acolhedor enquanto eu tentava manter a calma. Embora eu esteja muito feliz e aliviada por Alex estar vivo e acordado, eu não consigo deixar de ficar triste e apreensiva com toda a situação. Saber que ele não se lembra dos entes, dos momentos que viveu, da sua vida...

— Então, ele perdeu completamente a memória? — perguntei cruzando os braços e olhando para a janela, vendo que os pais de Alex pareciam conversar com ele. Ele parecia tão confuso e amedrontado. Eu nunca imaginei que o veria assim um dia.

— Eu não diria isso. Podemos estar nos deparando com uma simples confusão mental após o coma ou então com a chamada amnésia retrógrada, que é muito previsível após traumatismos cranioencefálicos. — explicou devagar para que eu pudesse entender. — Esse tipo de amnésia afeta a memória declarativa ou explícita, ou seja, toda lembrança que possa ser expressa com palavras. Mas ela afeta, sobretudo, a memória episódica, que é definida como as lembranças de eventos, lugares e emoções passadas, e a memória autobiográfica, que está vinculada a eventos específicos da vida pessoal. Já a memória implícita ou instrumental, que é a memória que reflete o aprendizado de habilidades ou capacidades motoras, como por exemplo tocar o piano ou dirigir um carro, geralmente é preservada em casos de amnésia retrógrada.

— O senhor realmente acha que pode ser o caso dele? — perguntei depois de assimilar tudo. Era um tanto difícil absorver todas essas informações ao mesmo tempo sem saber direito do que se trata exatamente. — E é permanente?

— Depende da gravidade. Vamos fazer alguns exames e estudos antes de dar um diagnóstico. — respondeu, pegando uma caneta e o prontuário de Alex que estava abaixo de seu braço, anotando algumas coisas. — Pode ser que seja uma amnésia retrógrada gradualmente classificada, onde as memórias são recuperadas depois de um tempo. Mas por enquanto, só um diagnóstico irá dizer.

— Meu Deus... é como se isso nunca fosse acabar. — murmurei engolindo em seco, cobrindo o rosto com as mãos e segurando a vontade de chorar pela enésima vez no dia. Senti o aperto dele no meu ombro.

Our Worst Nightmare | Alex Turner (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora