Love like thunder, love like falling snow.

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Um ano e dois meses depois.

Ponto de vista — Eileen Copeland.

Quase um ano e meio se passou desde a morte de Louise e toda aquela situação. Estranho como tantas coisas aconteceram ao mesmo tempo nesse curto período.

Realmente nós tivemos que responder a um processo na esfera criminal, que tramitou em segredo de justiça, mas isso não significou que ninguém ficou sabendo disso. Na verdade, muita gente soube. Mas, com todas as provas que conseguimos ter, além das testemunhas e de Tessa, que foi uma peça chave com sua confissão, nós conseguimos absolvição por unanimidade.

E a vida "voltou" ao normal. Ou pelo menos parte dela.

Alex e eu decidimos sair daquela casa. Não nos sentíamos bem naquele ambiente, mesmo que boas memórias tenham sido formadas ali. Falando em memórias, ouso dizer que depois desse um ano e meio, Alex foi capaz de recuperar as lembranças dele. Não todas, obviamente. Continuamos dando um passo de cada vez, e acredito que não irá levar muito tempo para que ele consiga recuperar tudo.

Eu pedi demissão da Daily Network, decidindo que não seria mais viável para mim e nem para eles se eu continuasse ali. E virar professora na mesma universidade onde eu me formei não era uma má ideia.

— Ainda bem que eu não faço Jornalismo, imagina que chato seria ter você sendo minha professora. Já bastava te aturar em casa. — Hayden me cutucou enquanto cruzávamos o corredor da universidade. Era o primeiro dia de aula do semestre, eu estava miseravelmente nervosa com a ideia de ministrar a disciplina de Práticas de Redação Jornalística.

— Ainda bem mesmo. Seria terrível ter que olhar pra sua cara o dia inteiro. — respondi revirando os olhos, sentindo minhas mãos suarem quando eu estava chegando perto da sala onde a turma do 3° período estava. — Bom, me deseje sorte.

— Boa sorte, você vai precisar. — debochou, vindo me abraçar forte. Por mais desnaturado que Hayden continue sendo, ele era um irmão incrível. — A gente se encontra no intervalo?

— Com certeza. — dei um sorriso para ele e respirei fundo, olhando para a porta fechada. Não que eu não tivesse ideia de como seria, mas ainda assim, aquele ligeiro frio na barriga sempre se faz presente nesses momentos.

Me livrando de todos os meus medos e inseguranças, abri a porta, encontrando uma sala lotada de alunos. Todas as 60 cadeiras estavam ocupadas por futuros jornalistas, e todos os olhos curiosos estavam sobre mim enquanto eu me dirigia para a cadeira e mesa que eu utilizaria, próxima ao quadro branco. Deixei minha bolsa e minha pequena maleta com materiais de estudo e o notebook sobre a mesa, me virando para olhar para eles de forma breve.

— Bom dia, classe. — falei em alto e bom som, recebendo um ''bom dia'' jovial dos alunos, sendo essa uma boa saudação de boas-vindas. Era bonito ver aquelas pessoas de todas as idades ali reunidas com um único propósito. — Acredito que muitos de vocês já devem ter me visto na TV, mas para quem não me conhece, meu nome é Eileen Copeland e neste semestre eu serei sua professora de Práticas de Redação Jornalística. Antes que a gente possa começar a ministrar o nosso conteúdo, eu gostaria de conhecer todos vocês numa apresentação breve, tudo bem? — continuei, dando alguns passos para ficar na frente de todos eles, varrendo os olhos por cada um deles, que permaneciam atentos às minhas palavras.

Alguns minutos depois, começamos uma pequena rodada de apresentações, onde cada aluno dizia seu nome, idade, o que fazia e por que havia escolhido cursar Jornalismo. Acredito que essa foi a melhor forma de começar, todos ali foram extremamente amistosos, arrancando algumas risadas com suas apresentações às vezes não tão convencionais e algumas pequenas experiências.

Our Worst Nightmare | Alex Turner (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora