And the clean coming will hurt and you can't never get it spotless.

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Ponto de vista — Eileen Copeland.

Eu juro que eu estava esperando qualquer coisa menos isso.

E agora, meus olhos ansiosos não conseguem desviar da cena dos peritos levando o corpo de Maximiliano para a autópsia.

Eu havia chegado há cerca de 5 minutos, ainda estava tendo uma movimentação anormal de peritos, autoridades, médicos. Eu me sentia como uma agulha em um palheiro, e apenas quando vi o delegado pude ter um pouco de calma porque eu sabia que ele iria me explicar tudo. Ou ao menos tentaria.

— Meu Deus... como isso aconteceu? — perguntei a ele quando chegamos no seu gabinete. Ele apontou para a cadeira à sua frente para que eu pudesse me sentar e logo fez o mesmo ao dar a volta na sua mesa.

— Foi muito inesperado até para nós. Ele não respondeu à chamada e um dos colegas de cela informou que ele não estava respirando. — explicou, pegando uma caneta e fazendo algumas anotações. — Acredita-se que ele já esteja morto há algumas horas, só a perícia irá dizer.

— E tem alguma chance de isso ter sido um homicídio ou suicídio? — perguntei e ele negou com a cabeça.

— Não tem marcas de agressão no corpo, nenhum dos outros detentos se queixou de algo também. Não tinha como ele se suicidar. — disse e eu esfreguei as mãos no rosto. Lá se foi a minha esperança de dar um fim nisso. Maximiliano era uma das peças chave para a resolução disso e agora ele está dentro de um saco preto a caminho do necrotério. — Não tem nenhum indício de perfuração ou...

Ele dizia, mas se calou num momento de reflexão. Levantei o olhar para encará-lo, observando a expressão assombrosa que seu rosto tomou em poucos segundos.

— Merda. — proferiu, levantando-se rapidamente e me deixando sem entender nada. Optei por me levantar e segui-lo, pois aparentemente ele deve ter tido uma epifania ou alguma pista sobre o que aconteceu. Ele seguiu até a recepção, parando diante do atendente que sempre ficava ali e controlava quem entrava ou saía. — Kevin, a mulher que veio aqui ontem ver o Pascal, ela trouxe alguma coisa?

— Mulher? Que mulher? — questionei quando escutei ele dizer que Maximiliano teve uma visita ontem. Se for quem eu estiver pensando...

— Não trouxe nada, só um bolo pequeno. — respondeu e logo o delegado se virou para mim.

— Uma mulher veio ontem aqui dizendo ser a assessora do advogado de Maximiliano. Ficou por cerca de 10 minutos, talvez menos. — respondeu e eu franzi o cenho, com as inúmeras possibilidades e perguntas passando na cabeça como flashes de câmeras. — Quero que recolham uma amostra desse bolo.

— Já recolhemos, senhor. O teste primário apontou a presença de cianeto, especialmente no recheio. — uma das agentes se manifestou, provavelmente uma das peritas. Então ele foi envenenado, e a pessoa que trouxe esse bolo é a principal suspeita.

— Você tem o nome dessa mulher que veio aqui ontem? Ou imagens de câmeras, qualquer coisa. — perguntei ao rapaz da recepção, ansiosa e sentindo que eu estava a ponto de explodir com tantas informações ao mesmo tempo.

— Vou checar nos registros. — ele respondeu, digitando rapidamente no teclado do computador.

— Você tem alguma ideia de quem pode ser? — Logan me perguntou e antes que eu pudesse confirmar com a cabeça, o rapaz deu um limpar de garganta para que pudéssemos olhar para a tela do computador.

As câmeras de segurança da recepção apontam que a mulher chegou por volta das 18h47, carregando a sacola de papel pardo com o bolo dentro. Considerando os trajes e os movimentos, eu sabia muito bem quem era.

Our Worst Nightmare | Alex Turner (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora