Our Worst Nightmare | Alex Turner (CONCLUÍDA)

Do me a favour and stop asking questions.

Ponto de vista — Eileen Copeland.

Se eu disser que eu não fiquei paranoica a semana toda, obviamente eu estaria mentindo. É claro que eu fiquei com uma pulga do tamanho de uma bola de gude atrás da orelha que não parava de me deixar louca com as possibilidades. Por um lado, eu queria explodir de êxtase se fosse o Harry, Sam ou qualquer outra pessoa que não fosse Louise. Mas por outro lado eu queria explodir de ódio se fosse ela.

— Você está com essa cara desde ontem. — Alex comentou com a voz distante enquanto preparava o café na nossa cafeteira italiana. E eu optei por fazer um chá para não ficar de estômago vazio pois eu não queria tomar café. Do jeito que eu sou, é capaz de eu acabar vomitando o café todo antes de chegar ao estúdio.

— Que cara? — perguntei distraída ao tirar a chaleira de água fervente do fogão e colocando um pouco dentro da xícara que já continha o sachê de chá de hibisco. Tão distraída com meus pensamentos paranóicos que acabei me queimando ao deixar a água respingar nos meus dedos. — Merda. —  resmunguei num reflexo, largando a chaleira sobre a pia.

— Além de estar com essa cara ainda está distraída. — Alex continuou, indo imediatamente até a geladeira e apertando um dos botões do painel para deixar cair um cubinho de gelo do compartimento externo da porta. Ele veio rapidamente até mim, começando a passar o cubo por meus dois dedos para aliviar a dor e para evitar que criasse uma bolha de água, e mesmo que eu tenha recuado a mão por um reflexo, continuei deixando que ele espalhasse o gelo pelas pontas dos meus dedos com delicadeza. — Amor, por que você está assim? É por causa da entrevista? — perguntou levantando meu queixo com a mão livre para que eu olhasse para ele. O ruim de namorar Alex é que ele me conhece bem. Muito bem. O desgraçado é um grande observador quando quer.

— É… sei lá, Al. Eu só tô nervosa. — respondi em meio a um suspiro frustrado. Não quero mentir para ele sobre o real motivo, até porque pela cara que ele fez, é capaz dele saber que eu estou inquieta por outra coisa. — E se eu tiver que entrevistar ela…? — perguntei baixo e Alex inclinou a cabeça para o lado, juntando as sobrancelhas.

— Amor, num festival com mais de 15 artistas, qual a probabilidade? — Alex perguntou como se fosse retórica e assim que eu abri a boca, ele continuou: — E ainda que seja ela, eu tenho certeza de que você vai agir com ética e não vai deixar ela te intimidar.

— Eu sei, mas é que desde que ela ressurgiu de um buraco, eu tenho um pressentimento muito estranho. — revelei enquanto ele deixava o cubinho de gelo terminar de derreter sobre minha mão e direcionou sua mão gelada para meu rosto apenas para tocar meu nariz e me fazer arrepiar um pouco com seu dedo gélido tocando a ponta quente e levemente oleosa do meu nariz.

— Não precisa ter, você é melhor do que isso. Você sabe que é. Qualquer coisa manda ela voltar pro esgoto. — Alex continuou dando de ombros e eu ri. Essas frases dele seguem icônicas, aposto que ele está aprendendo a ser assim de tanto conviver com Matthew e Hayden. — Melhorou? — perguntou segurando minha mão e encarando as pontas dos meus dedos avermelhados. Assenti com a cabeça, logo o vendo dar um beijinho ali para ‘’sarar mais rápido’’.

— Obrigada, pitelzinho. — dou um sorriso para ele e um selinho antes que ele corresse para não deixar as torradas queimarem dentro da torradeira elétrica do outro lado da cozinha.

Alex estava certo e eu deveria me acalmar. Afinal, qual a probabilidade?

[...]

— Cassie, você pode jogar um tijolo na minha cabeça, por favor? — perguntei baixo para Cassie nos bastidores enquanto eu encarava o script da entrevista onde o título era um lindo ‘’Entrevista Exclusiva — Louise Verneuil’’. Alex, você me paga por me iludir com a história da probabilidade.