Ao abrir meus olhos minha cabeça estava confusa e dolorida. Gemi pela dor a movendo para os lados tentando observar onde eu estava. Amarrada firmemente sobre uma mesa de aço. Não lutei, apenas voltei ao lugar ouvindo um bip ecoando pelo cômodo. Puxei ar lentamente aguardando para ver quem iria passar por aquela porta.
Ela se abriu e uma mulher passou por esta, arregalei os olhos não acreditando em quem estava vendo. A porta se fechou novamente e a mulher andou até parar ao lado da minha cama. Minha expressão deve ter lhe dito o quanto eu estava pasma de vê-la ali.
— Ingrid? — questionei franzindo o cenho, a mulher abriu um lento e sombrio sorriso ao negar lentamente.
— Muitos me confundem com ela, é normal. Dividimos a mesma aparência de qualquer maneira. — Ela disse e constatei que somente nisso elas eram parecidas, porque o tom de voz e a sombra nos olhos dessa mulher pareciam completamente distintos da mulher que eu conhecia.
— Quem é você? — Perguntei a vendo puxar o lado esquerdo de seu jaleco mostrando seu nome bordado em azul no bolso em seu peito.
Dra. Valquíria
— Por que está aqui? — Indaguei a vendo entortar a cabeça e passar uma mão por minha bochecha, um arrepio percorreu meu corpo, e não era um arrepio nada bom, pelo contrário, lutei para afastá-la, mas tudo o que ela fez foi rir.
— Porque eu queria ver de perto a cobaia que minha querida e nojenta irmãzinha tentou salvar. — Disse com uma falsa cara de pena. — Até conseguiu por alguns instantes, mas falhou como sempre. Ingrid não sabe mesmo quando parar de tentar ser heroína. — Sacudiu a cabeça em negação mostrando que não era a primeira vez que isso acontecia.
— Onde ela está? — Tentei erguer meu corpo para pegar em seu pescoço, mas as amarras eram fortes demais. Valquíria riu colocando uma mão na parte de baixo da mesa onde eu estava presa e a forçou deixando-a na vertical. Forcei meus pulsos, mas não funcionou.
— Está por perto minha cara. Mas dessa vez você não poderá salvá-la ou vice-versa. — Sorriu malandra enquanto foi indo até a parede apertando um botão que fez algo apitar e a parede branca desaparecer dando espaço para um vidro, como uma janela que cobria tudo onde uma vez foi à parede.
Eu me desesperei ao ver Ingrid presa a uma mesa como a minha do outro lado do vidro, ela se debatia tentando escapar, mas falhava assim como eu. Assim que ela me viu seus olhos arregalaram e sua respiração engatou. Seu olhar se foi para Valquíria e seu desespero aumentou criando uma bola de preocupação e temor em minha garganta. Agora definitivamente eu sei que essa mulher deve ser louca.
— Sempre tentando ser a heroína do dia não é mesmo irmã? — Valquíria disse indo para perto do vidro parando e bloqueando minha visão de Ingrid.
— E você sempre sendo a maldita psicopata não é mesmo irmã? — Ingrid rebateu furiosa. Valquíria gargalhou jogando a cabeça para trás achando tudo aquilo muito engraçado. No canto eu vi um homem pegando uma arma completamente diferente das quais eu já vi na vida. Não parecia humana, muito menos com as que os guardas usualmente usam.
— Psicopata? — Valquíria questionou arqueando uma sobrancelha. Ela virou de costas para Ingrid caminhando até mim segurando meu rosto entre seus dedos com força forçando que eu olhasse para Ingrid. — Não. Apenas alguém interessado em prevenção contra esses malditos seres alienígenas em nossa Terra. Apenas quero proteger a humanidade. — Disse como se fosse à salvadora da pátria.
— Salvar a humanidade a extinguindo com testes que aniquilam completamente a cobaia? Um pouco contraditório não acha? — Provoquei a encarando diretamente. Seus olhos varreram meu rosto pegando cada misero detalhe apertando mais minha bochecha causando uma picada de dor.
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Conectados
RomanceEla acordou sem saber onde estava muito menos o que havia acontecido, tudo o que tinha certeza é que algo dentro de si mesma parecia diferente. Conseguiu escapar por sorte, mas tudo o que encontrou foram mais perguntas e um alienígena que parecia pu...