Conectados

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Puxei a camiseta para baixo ajeitando minha calça e finalmente saindo daquele banheiro ou acabaria presa ali em minha própria cabeça enquanto lembranças do que fiz retornavam para me assombrar. Ao abrir a porta vi doutor Ethan na porta fortemente cercado por guardas ainda mais armados.

Ignorei todas aquelas coisas apontadas para mim e fui para minha maca me sentando nela cruzando minhas pernas juntas com o olhar um tanto perdido. Ainda estava muito focada em minha cabeça e na bagunça que ela estava se tornando cada vez mais que eu passava nesse lugar ou perto dessas pessoas.

— Fui informado o estrago que fez mais cedo minha cara. — Ethan disse me fazendo erguer a cabeça para encará-lo, estreitei os olhos o vendo sorrir lentamente como se tivesse a mínima chance contra mim. Do nada ele levou a mão ao bolso retirando um pequeno controle de seu jaleco o segurando entre seus dedos e balançando diante de meus olhos. — É melhor se comportar. Esse controle pode matar aquele alienígena com um simples apertar de botão. — Ameaçou estreitando os olhos tentando me dizer que não estava blefando.

— Não se preocupe. O que é seu está muito bem guardado Doutor. — A última palavra saiu repleta de escarnio de meus lábios. Ethan deu um passo para trás ainda atento aos meus movimentos.

— Eu não faria nada se fosse você Arya. A vida do seu precioso alien está literalmente em minhas mãos. — Retrucou ainda sendo cercado por guardas. Olhei calmamente para todos ali abrindo um sorriso leve e assustador, o suficiente para que alguns dessem um passo para trás evitando estar tão perto de mim.

— Não conte sempre com a sorte Ethan. Ela te abandona em momentos que mais precisa. Sou uma real prova disso. — Informei abrindo os braços me mantendo bem quieta sentada na maca.

— Você verdadeiramente mostrou do que é feita não é mesmo Arya? — O homem questionou embalando mais coisas sem dar a chance para que eu lhe respondesse a altura. — Assassinou a sangue frio pessoas inocentes que apenas queriam a evolução de uma humanidade prevenida contra ataques alienígenas ou até mesmo ataques vindos de nós mesmos. — Completou como se estivesse sendo o salvador da pátria.

— A humanidade é suja, Ethan. É nojenta. É prejudicial com exceção de poucos. Acredite quando eu lhe disser, alienígenas nunca viriam aqui. Se eles estão mesmo lá fora possuem tecnologias avançadas o suficiente para estarmos na idade da pedra na visão deles. — Contei vendo uma das mãos do homem apertando diante dos reais e verdadeiros fatos. — Se viessem não importaria se alguém recriasse um soldado perfeito e poderoso, os demais não teriam a mínima chance contra armas de verdade. — Cruzei os braços arqueando uma sobrancelha.

— É ai que está malditamente errada minha querida. Você não será a única que conseguiremos criar. Nossos experimentos não terminaram ainda e nem vão. — Ethan contrapôs não querendo perder aquela discussão, o que era uma idiotice, já que eu praticamente ganhei com minhas ultimas palavras. — Está defendendo supostos alienígenas Arya? Mesmo se eles estivessem dispostos a extinguir a humanidade completamente? — Questionou querendo colocar algum peso sobre minha cabeça.

— Sabe o que? Imaginando meramente a situação e claro dependendo das pessoas que eles exterminassem eu estaria totalmente ao lado deles. — Me levantei indo até Ethan com as mãos erguidas mostrando que não faria nada, o que não adiantou já que os guardas ligaram suas armas, prontos para atirar. — A raça humana não sabe quando parar Ethan, você e os psicopatas desse lugar apenas provam meu ponto. Pessoas morreram, sofreram e foram torturadas em função de uma experiência que ninguém tinha certeza se daria certo. Algumas pessoas tem a mania de querer brincar de Deus, mas elas se esquecem de que são apenas humanos. Simples e patéticos humanos, que brincam com a vida de outros para atingir um objetivo cego e tão impensável, mas que na cabeça de alguns faz sentido. — Murmurei rangendo meus dentes com força.