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— Tem certeza que está bem Herat? — Taeryn perguntou parado recostado à porta do lavatório de nosso quarto. Retornamos para o mesmo minutos atrás para que eu conseguisse tomar um banho por estar suada do treino.

— O que quer dizer Tae? — Questionei arqueando uma sobrancelha enquanto terminava de secar meu cabelo, ele saiu da porta até mim me puxando delicadamente para mais perto envolvendo um de seus braços ao redor de minha cintura me prendendo contra ele.

— Eu sei o que está fazendo Arya. — Sussurrou perto de minha orelha me fazendo fechar os olhos encostando minha cabeça em seu peito. Sua voz estava baixa, rouca com um tom de aviso bem evidente que me fez arrepiar.

— E o que eu estou fazendo? — Perguntei no mesmo tom sem olhá-lo. Envolvi meus braços ao seu redor me sentindo segura ali, como se nada mais fosse me machucar, ali eu não precisava pensar em cada passo que teria que dar ou até mesmo pensar em como me defender para que não me machuquem ou até mesmo me matem. Ali era meu lugar de paz infinita. Abraçada a Taeryn.

— Eu senti sabia? — Disse me fazendo tremer da cabeça aos pés. — Senti seu medo, seu pânico, foi tão forte que por um momento minha visão desfocou. Tudo ao redor girou me deixando zonzo. Não minta pra mim Arya. Jamais. — Respondeu sério e me repreendendo.

— A Astra me levou até a sala onde ela costuma treinar. Onde estávamos quando vocês nos encontraram. A primeira vez que ela abriu as portas eu simplesmente travei e tudo voltou como um flash. As lembranças dos testes vieram como um filme diante dos meus olhos, eu podia ver eu mesma lutando contra aqueles alienígenas para entretenimento daqueles psicopatas. Então eu travei e entrei em pânico. Astra me tirou dali o mais rápido que pode e eu contei a ela o que aconteceu. — Murmurei sem mover minha cabeça do seu peito.

— Então como entrou lá quando te achei? — Perguntei curioso. Sorri suavemente contra sua blusa o apertando contra mim.

— Eu enfrentei meu medo depois de uma conversa sincera com a Astra. — Contei afastando dessa vez para olhá-lo. Taeryn estava me encarando esperando que eu continuasse. — Não queria que medos me tornassem fraca. Muito menos agora, não quero que descubram e usem isso contra mim Tae. Não quero ser fraca. — Minha voz falhou na última frase, mas antes que eu chorasse. Taeryn ergueu sua mão livre e a passou por minha bochecha com uma expressão séria no rosto.

— Você nunca seria fraca Arya. Não diga isso novamente e não na minha frente. — Disse sério com uma expressão brava no rosto. — Desde que nos conhecemos naquele inferno tudo o que você tem feito é ser minha salvadora. Protegendo-me, me ajudando e muitas outras coisas mais. Aceitou-me como sou mesmo que sejamos diferentes. Você sozinha virou aquele lugar de cabeça para baixo, se vingou de cada um que te fez mal e nos tirou de lá me trazendo de volta pra casa. Isso sem quebrar permanentemente nenhuma vez. Você Arya é a mulher mais forte que eu conheço. Perdeu muito e ainda sim me salvava. Eu amo quem você é. Medos todos têm e fraquezas também, mas nenhum desses pode nos ferir quando sabemos que elas estão ali e lutamos contra. — Aconselhou encostando sua testa na minha. Sorri lhe dando um beijo agradecendo por suas palavras.

— Rie iou maor. — Murmurei acariciando a ponta de seu nariz com o meu. Os olhos de Taeryn alternaram entre o dourado e castanho.

— Rie iou maor. — Respondeu sem hesitar. — A próxima vez que sentir medo ou pânico não tenha medo de me falar sobre isso Arya. Estamos juntos, somos um do outro e isso também quer dizer sem segredos. Temos que ser abertos sobre isso sempre. — Pediu e eu sabia que ele estava certo.

— Ok. — Concordei sem dizer mais nada. — Às vezes eu esqueço que podemos sentir o que o outro sente. — Disse o fazendo rir. Taeryn ainda sorria levemente enquanto passava o polegar por meu rosto, o silencio se estendeu por mais algum tempo, mas não era algo constrangedor, junto de Taeryn não era.

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