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— Tae o que foi isso? — Perguntei ainda a sua frente sem olhar por cima de meus ombros. Nada em mim poderia desviar dele nesse momento, então alguém teria que responder sem minha atenção.

— Eu não sei. Algo tomou conta de mim, como uma grande fúria querendo ser libertada e causar o caos. Desculpem-me por isso, não sei o que houve. — Disse com um tom de voz rouco e preocupado olhando para todos os seus amigos. Segurei suas mãos lhe passando toda a calma necessária.

— Algum de vocês entendeu o que aconteceu aqui? — Questionei finalmente virando para encarar os rapazes. Mas os únicos a erguerem as mãos foram Namor e Astra, o que me deixou ligeiramente surpresa. — Como pode saber? — Perguntei a minha nova amiga vendo um sorriso desenhar em seu rosto e sua sobrancelha arquear.

— Sou uma pessoa que gosta de ler. Muito. — Deu de ombros me fazendo sorrir gostando de saber disso. — Mas eu sei que Namor deve ser mestre nisso então vou deixar para ele explicar. — Informou recebendo um aceno positivo do mesmo.

— Pra que todos compreendam eu vou precisar da sua biblioteca Jimx. — Namor pediu recebendo um aceno de Jimx que não demorou em ficar de pé e sair da sala conosco logo atrás.

Seguimos pelos corredores quando ele subitamente parou em frente a uma porta e a abriu passando por esta nos dando a chance de entrar. Tudo o que eu pude ver foram estantes e mais estantes de livros cobertas até o teto. Girei ao redor da sala impressionada quanto a isso, eu notei o sorriso de Taeryn ao ver minha cara de espanto, mas eu não iria dizer nada para retrucar, seria inútil.

— Eu tenho certeza que iria amar ficar presa nesse lugar. — Murmurei ouvindo os rapazes rindo. Namor tomou a frente sem dizer mais nada e se dispôs a procurar pelas enormes prateleiras.

Dispersamos olhando ao redor também para passar o tempo porque levando em conta quantos livros deve haver aqui pode demorar um pouco para que Namor encontre o que procura.

Peguei um dos livros observando a capa bem feita e bem cuidada do que parecia ser uma fantasia, como livros da terra. Em uma determinada prateleira encontrei livros um ao lado do outro remontando o Sistema Khytera, cada livro contando sobre um planeta e até mesmo sobre os sóis e o acordo Alfa Khy o que me deixou bem interessada.

— Então é por isso que sabe o que aconteceu com Taeryn? — Perguntei olhando para o lado encontrando Astra parada não muito distante com os braços cruzados. Ela riu enquanto um ligeiro brilho passou por seus olhos.

— Livros são ótimos para distrações e aprendizado. Jimx faz questão de manter esse lugar sempre cheio e bem limpo. Eu o agradeço por isso porque sempre que estou entediada venho pra cá e me perco aqui dentro. — Contou olhando ao redor parecendo ter boas memórias daqui.

— Perdi as contas de quantas vezes tive que vir buscá-la porque ela simplesmente desaparecia. Depois de incontáveis rondas na cidade ou no castelo aqui era minha última chance. — Jimx disse tendo minha atenção enquanto ajudava Namor com os livros.

— Encontrei. — Namor disse descendo de uma escada rapidamente como se não temesse uma possível queda ou quebrar alguma parte do corpo. Ele saltou de alguns degraus e caiu perfeitamente em pé no chão indo até uma mesa no centro da sala colocando o livro sobre esta e o abrindo.

— Que livro é esse? — Yoonan perguntou se aproximando e ficando do lado esquerdo de Namor. O vi suspirar lendo rapidamente como um raio.

— Um livro que eu li quando criança, eu nunca achei que ele fosse realmente ser de valia no futuro. — Afirmou ainda bem concentrado. Parei ao lado de Taeryn sentindo seu braço me envolvendo e puxando para mais perto, como se precisasse do contato comigo para ficar calmo. — Nele é contado mais de nossos dons se eu posso dizer assim. Como sabem cada planeta é origem de um poder. Moonya é a inteligência além do normal, Homphyn é a velocidade, Pandora é metamorfose e todos os demais como já sabemos afinal nascemos lá. O que não nos contam quando crianças é que todos esses poderes são voláteis e perigosos se usados da maneira errada. — Dizia ainda focado no livro, mas ele parecia ciente que era o centro da atenção da sala.

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