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[...]

— Que tipo de filme é esse? — o alien indagou com uma expressão chocada enquanto os créditos rolavam pela televisão.

— Isso é um filme sobre uma invasão alienígena na Terra. — esclareci notando sua expressão tornar-se cada vez mais sombria.

— Eles realmente nos imaginam dessa maneira? Seres horrendos que invadem planetas, que destroem prédios e matam pessoas friamente? — Taeryn questionou um tanto indignado após o filme ter acabado. — Eu sei que há povos hostis fora de sua galáxia, povos em que o único objetivo é conquistar e extinguir espécies dominando a população que restou, mas não são em maioria. Eu não sou assim, somente cai aqui por acaso e olhe como acabei. — Completou balançando as mãos enquanto ainda olhava para a tela da televisão, um tanto consternado.

— É como eu disse Taeryn. Humanos não compreendem muitas coisas então fazem tudo a sua maneira, como suas imaginações permitem e para todos eles, ou pelo menos a maioria, os povos de fora da Terra ou até dessa galáxia são perigosos. Isso se não pensam que não existem. — Respondi calma dando de ombros achando tudo muito cômico, a expressão no rosto do alien era engraçada o que me fazia fechar bem a boca para não acabar rindo.

— Isso é loucura. — Disse cruzando os braços se recostando ao sofá bravo. — Então é por isso que eles me prenderam por anos dentro daquele tubo naquele lugar pavoroso? Por que suas imaginações são limitadas apenas ao perigo? — Vociferou me fazendo parar de sorrir, suspirei sabendo que em partes ele tem razão.

— Como eu disse no começo, seres humanos temem o que não entendem, muitas vezes exterminam antes e fazem perguntas quando já é tarde demais. Creio que isso seja um defeito, não sei, depende muito da situação. — murmurei olhando para a televisão que já passava um filme completamente novo. — Nem todos são assim e acho que isso é boa coisa, mas às vezes os ruins se sobrepõem e estragam tudo o que tocam com seus pensamentos retrógrados ou fechados. — sacudi os ombros não conseguindo colocar exatamente tudo em palavras.

— Por que os defende se você é tão vítima quanto eu? — Taeryn virou bravo me encarando fixo e com uma expressão séria no rosto, longe da engraçada de antes, fechei os olhos apertando as mangas de minha blusa com força.

— Porque eu tenho que ter um pouco de fé Taeryn. Se eu pensar que todos fizeram aquelas monstruosidades comigo eu vou me tornar um monstro sedento pela morte de todos eles. — falei mais alto assustando o alien. — Não quero ser essa pessoa Taeryn, não quero mesmo. — Meus olhos encheram de lágrimas que logo tratei de secar, não quero ser fraca, não agora. — Minha mãe não era assim, eu tenho vagas lembranças dela brincando comigo e sempre sorrindo, ela não planejava matar ninguém, apenas aproveitava o tempo comigo. — Sussurrei fungando um pouco para prender mais o choro na garganta.

— Entendo seu lado. — Ele cochichou pegando minha mão entre as suas e a acariciou ternamente. — Desculpe por minha explosão, apenas fiquei chocado em como vocês nos enxergam aqui na Terra. — Se desculpou franzindo o cenho olhando para minha mão evitando meus olhos.

— Não explodiu. Você apenas ficou indignado, eu sei disso porque se tivesse mesmo explodido como diz as coisas teriam quebrado ao nosso redor. — Brinquei enquanto Taeryn apenas deu um sorriso de leve.

— Pode ter razão. — Taeryn murmurou olhando ao redor feito uma criança que acabou de aprontar algo que os pais não aprovariam. O que me fez rir ainda mais. —Está tudo intacto, então você tem mesmo razão. — finalizou arqueando as sobrancelhas rapidamente.

— Quer assistir mais um filme? Quem sabe aprender mais um pouco sobre a Terra? — Indaguei o vendo pensar por alguns momentos até fazer um bico e assentir rapidamente correndo até a tela da televisão para escolher algo que lhe prendesse como o primeiro filme o fez.

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