Sou a borboleta que morreu sufocada
A fênix, cuja as asas foram cortadas
O peixe que fugiu do mar
O agricultor que perdeu sua plantação
Sou o palhaço que perdeu o riso
A flor que foi arrancada da terra
e ficou trancafiada dentro de um lixo
Sou o corpo morto que esqueceram
de acender velas no dia de finados
Sou a cidade que foi atingida por um tornado
Sou um coração triturado
que se esconde atrás de uma carcaça humana. ~m.
Amara durante o tempo que ficou exilada, por trás da marca conseguiu potenciar os seus poderes para conseguir arranhar a tranca e assim conseguir alguns acessos ao mundo; cada vez que ela fazia esse acesso com o mundo precisava de décadas para voltar com os seus poderes mas ela sempre vazia pela sensação de liberdade. Mas em uma dessas vezes, uma coisa inusitada aconteceu, ela se apaixonou perdidamente e imediatamente por um humano; aquela grande paixão a primeira vista não precisou nem de palavras ou de toque para saber que eles se amavam e iriam se amar eternamente, que durou poucas horas, mas foi o suficiente para que ela conseguisse mudar a vida dos dois para sempre.
O homem pelo qual ela se apaixonou se chamava Lucius, e desse amor tão curto e tão intenso surgiu uma pequena vida que iria trazer grande orgulho para os seus pais; aquele foi o dia mais feliz da vida deles e eles se lembrariam daquilo para sempre. A gestação durou nove horas e foi muito mais dolorosa do que eles esperavam mas no momento em que a criança nasceu mais nada fazia sentido pra ela nem mesmo as horas de dores e a fraqueza por estar na terra importavam, porém não houve tempo para despedida, Amara simplesmente teve que ir embora sussurrando o nome da sua mais nova e eterna paixão que ficou sem a mãe e iria levar consigo somente um colar para preencher esse vazio.
A criança era um gracioso menino com uma coragem gigante dentro de si mas que ainda iria enfrentar muitas dificuldades, com lindos olhos o tom mais claro de cinza e uma pele clara; o seu nome vinha com grande força em seu significado.
- O meu pequeno vai se chamar Draco, porque você vai ser meu pequeno dragão corajoso e forte, nesse mundo terrível de pecado e ganância.
Depois de seu nascimento e de sua mãe voltar para a prisão, Draco passou a crescer e aprender no mesmo ritmo que todas as outras crianças; ele teve uma infância difícil e uma adolescência ainda pior, então acabou procurando um refúgio que só encontrou em livros misteriosos que seu pai tanto tinha em casa. E toda a sua adolescência difícil, fez com que aquela criança graciosa que nasceu de um amor profundo, fosse guardada no fundo de seu coração somente esperando o seu momento de Misericórdia.
Amara não teve forças para sair de sua prisão durante anos e isso quebrava o seu coração mais do que ter sido presa ali por seu único irmão, mas cada vez que ela conseguia arranhar a fechadura, ela conseguia se sentir conectada com o seu filho e Draco mesmo sem saber exatamente o que era, se sentia em extrema paz.
Só que quando Amara se desconectava do filho ela não tinha ideia do que acontece com o menino, todos os poderes que ele tinha herdado da mãe ficavam ainda mais fortes ao ponto de ser impossível de se controlar; mas em um acaso sem explicação certo, o menino com grandes poderes já estava em seu máximo e por esse motivo não houve conexão com a sua mãe causando na mesma uma tristeza sem medidas. Mas aquela tristeza logo foi substituída por raiva contra o seu irmão, desencadeando assim o apocalipse.
Durante todos os eventos do Apocalipse envolvendo os garotos Winchester e seu irmão Chuck, em nenhum momento Amara tentou se conectar com o Draco, porque em seu coração entristecido não conseguia suportar a ideia de não sentir mais aquela sensação. E quando tudo acabou e ela voltou a ficar ao lado de Deus no céu, mais nada que ela fizesse parecia ter sentido, mas estar ao lado de alguém que amava ela ajudava a não desmoronar.
Mais a verdade sobre o Draco, é que ele nunca tinha deixado o seu lado gracioso para trás por causa da sua dificuldade com o mundo, desde pequeno ele desenvolveu poderes e seu pai para tentar entender acabou se tornando um caçador de criaturas sobrenaturais; também sendo uma maneira dele procurar pela sua amada e pela mãe do seu filho.
Na primeira crise de sobrecarga de poderes Lucius não estava preparado, então quando acabou ele não soube como esconder todos os resquícios de poder sobrenatural; o que fez com que um caçador experiente como o Bobby Singer logo fosse atrás do seu menino. Bobby não demorou para encontrar eles, mas assim que começou a investigar sozinho a vida daquela família, sabia que sozinho nada poderia ser feito.
Era uma noite de domingo comum para os humanos e para alguns seres sobrenaturais, aquela era a primeira vez depois três meses investigando que Bobby iria agir mas diferente das outras vezes, ele não sabia exatamente o que fazer; e então quando deu por si, já estava batendo na porta sem distintivos falsos ou mentiras ensaiadas, ele era apenas ele.
Quem abriu a porta foi o Draco, naquela época ele tinha apenas cinco anos mas já demonstrava saber muito sobre muitas coisas.
- Quem é você? -ele perguntou não soltando a trava da porta, do motel em que estavam hospedados, deixando apenas uma fresta da porta aberta que permitia Bobby olhar somente para os olhos do menino.
- Olá Draco, eu vim falar com o seu pai. -Bobby mesmo sem saber o porquê sorriu pro menino que ainda continuava encarando ele, até que ele sumiu e um homem que ele conhecia como o pai do menino apareceu.
- O que faz aqui Bobby Singer? Não é o melhor momento.
O ruivo não se espantou por Lucius saber quem ele era, porque todos os caçadores daquela parte do Texas conheciam ele e sua história de vida e como ele ajudava as outras sem nunca pedir nada em troca; todos confiavam a sua vida e de quem amavam nas mãos do caçador, mas Lucius ainda não tinha certeza nessa ideia.
Na cabeça de Lucius tudo que ele pensava era em como despistar o caçador e poder focar somente em ajudar o seu filho, que logo iria começar mais um de seus surtos de poder e alguma coisa dentro dele dizia que aquele seria pior que o primeiro e assim continuaria, sempre piorando.
Um barulho dentro do quarto chamou a atenção dos dois, fazendo Lucius desistir de manter a porta fechada e esconder a sua insegurança em relação ao Bobby no fundo de sua mente e permitir que ele entrasse no quarto; vendo o Draco encolhido no canto do quarto com pequenos redemoinhos em sua volta e os olhos roxos.
Lucius se assustou com a maneira que aconteceu daquela vez, mesmo que ele soubesse que iria piorar; mas Bobby sendo um caçador anos mais experiente, assim que entrou no quarto logo depois do loiro não perdeu tempo olhando e tentando identificar o que acontecia, correu até a porta fechando e trancando e foi fazer o mesmo com a janela.
- Precisamos fazer os símbolos de proteção, ele vai chamar atenção. -Lucius falou começando a se mexer pela primeira vez, indo atrás de tinta preta que passou a levar sempre com ele.
Eles trabalhavam com sincronia para a melhor proteção do Draco e deles, Bobby já tinha mais os mesmos pensamentos e ao olhar o mesmo ali sofrendo com aquela sobrecarga de poderes; se lembrou dos meninos que ele considerava quase seus filhos, os meninos Winchester.
- E o que vamos fazer agora? -o ruivo perguntou terminando o último símbolo que conhecia e se aproximando do Lucius que estava encostado na parede de frente pro Draco.
- Esperamos passar, e depois mudamos de lugar de novo, mas acho que ele vai ficar mais tempo desacordado do que da primeira vez; porque tudo agora, vem com mais intensidade.
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Purple Eyes - Dramort
FanfictionCada pessoa na terra contem um poder em especial; as vezes o seu poder é de fazer biscoitos como ninguém, de ajudar alguém quando precisa, de ter o melhor abraço que alguém pode querer, ou então de ter poderes que nem você consegue controlar. A desc...