Capítulo 30

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Dean acordou tarde, o céu já estava começando a ficar escuro novamente fazendo ele perceber que nem ao menos havia visto a luz do sol naquele dia e escutando barulhos na sala soube que tanto a sua mãe quanto o seu irmão haviam chegado no bunker. O loiro levantou da sua cama e depois de passar pelo banheiro seguiu até a biblioteca, encontrando a sua mãe sentada em volta da mesa, e pelo rosto dela, ele já soube para onde o seu irmão tinha ido.

- DEAN! ACHO QUE TEMOS UM PROBLEMA. -Sam gritou no corredor fazendo tanto o Dean quanto a Mary correrem até lá.

No momento em que o loiro chegou onde o irmão, estava se surpreendeu por encontrar o quarto onde o Draco estava ficando, completamente vazio, diferente dos últimos dias quando o loiro sumia, mas quando entravam no quarto as coisas dele estavam lá naquele momento não havia nada que indicassem que alguém usava aquele quarto.

As únicas coisas que tinham no quarto era um caderno que Dean havia visto ele escrever nele durante toda a viagem, três envelopes brancos com nomes escritos neles e o cajado do Caladriel; Sam pegou o caderno vendo que já estava aberto em uma determinada página e leu o que estava ali.

"Se vocês acharam esse caderno e estão lendo ele, espero que os três estejam bem, porque o fato de vocês estarem lendo isso significa que eu não estou mais com vocês; eu sempre imaginei que deixaria algo assim pro meu pai porque eu acreditava que iria acabar morrendo antes dele, mas não aconteceu e hoje eu entendo que tudo bem, graças a vocês.

Eu sempre tive ótimas pessoas cuidando de mim, meu pai, o Bobby, vocês, minha mãe e agora eu achei outra pessoa, então saibam que eu fui embora e vou ficar bem com isso, eu deixei uma carta pra cada pessoa separadamente. Neste caderno estão as primeiras páginas do livro do Caladriel, com o tempo vou mandar mais páginas por email, mas não tentem me achar através dele.

obs: fiquem com o cajado, vocês vão saber usar ele melhor que eu. Obrigada por tudo"

Todos pararam por alguns segundos em silêncio, se observando, tentando entender o porque eles haviam sido abandonados ou no caso da Mary que não se sentia confortável perto do loiro, ela tentava entender o porque se sentia estranha em relação ao que estava acontecendo.

- Então ele foi mesmo embora? -a loira perguntou pegando o envelope que estava com o seu nome, porém antes que tentasse pegar o cajado Castiel apareceu no quarto de um lado da cama enquanto que do outro lado apareceu a Escuridão.

Tanto o anjo quanto a Amara não traziam em seu rosto sinais claros de que o acontecimento que fez com que eles se juntassem no mesmo lugar não era algo que eles decidiram em consenso, cada um estava ali por um motivo que era completamente diferente da outra pessoa, e os Winchester que já sabiam que nos últimos tempos Amara somente ficava ao lado do seu filho começaram a imaginar o que estava acontecendo no céu, para que o Castiel que sempre considerado como da família havia se transformado em inimigo.

- Me entreguem o cajado, ele pertence a Deus e aos Anjos. -o moreno de olhos azuis falou sério em sinal claro que não estava disposto a tentar explicar, ele tinha aquela mesma expressão de quando o loiro conheceu ele.

- Esse cajado é um artefato mágico, ele não pode ficar em mãos de qualquer um, não entreguem ele a Deus e aos anjos. -Amara falou calma mais em seu coração ele podia sentir como o mundo seria se aquele cajado caísse em mãos erradas, e sentiu medo pelo seu filho.

- Esse cajado foi uma missão dada ao Dean, eu vou levar o cajado para o céu. -Castiel falou tentando se aproximar da cama, mas tudo que Amara fez foi levantar a sua mão.

E o anjo já sabia o que aconteceria a seguir se ele não desistisse naquele momento, ele já tinha visto a Escuridão fazer isso com outro anjo quando ela ainda procurava pelo seu irmão, ele se lembrava claramente de como o anjo havia virado cinzas sem o mínimo esforço.

- Se foi uma missão dada ao Dean, então pegue o cajado Dean, fique com ele e tente usar o poder do mesmo. -Escuridão falou mesmo sabendo que não iria funcionar, ela tinha que provar para aqueles que estavam ali de forma menos agressiva possível por alguém especial.

O loiro pegou o cajado na mão fazendo uma fazendo uma luz forte preencher o quarto em que estavam e o corredor do bunker enquanto que algumas palavras em latim foram ouvidas por todos "Iam et iam monuit, cum dominus maneant"; a mão do Dean começou a esquentar como se o que tivesse ali fosse algo que não pertencesse a ele, indo contra tudo o que o Castiel havia falado sobre a missão ser sua e o cajado deveria ficar com ele.

A peça mágica era poderosa e não permanecia e nem iria permanecer a ele, era um item mágico que não deveria cair nas mãos erradas, nem de humanos e principalmente de seres sobrenaturais porque eles não saberiam como usar o poder, como havia sido escrito a tanto tempo.

E então quando a luz diminuiu Dean não viu mais um cajado com cabo de madeira que parecia ter sido esculpido a mão e uma pedra mágica e preciosa na ponta, agora em sua mão estava um objeto que parecia mais com um lápis comprido, mas ainda lembrava o que momentos antes foi um cajado. Todos com exceção da Amara pareciam surpresos com o que havia acontecido ali, e nem ao menos conseguiam esconder isso em seus rosto.

- Aquele frase era em latim, o que significa? -Mary perguntou se aproximando do seu filho e tendo a certeza de que ele estava completamente bem mesmo depois de toda aquela luz forte e brilhante.

- "Já havia sido avisado, com o dono deve permanecer " era o cajado avisando que não pode estar na mão de qualquer um, ele tem um dono desde o momento em as peças separadas se tornaram uma só. -Amara falou vendo que todos pareciam surpresos, com exceção do Dean que parecia estar com mais medo do que outra coisa.

- Deus não vai ficar feliz com isso, ele queria o cajado para o céu. -Castiel falou vendo que não existia mais um cajado e também não existia mais o livro do Caladriel, era como se toda a sua missão tivesse sido destruída, o que realmente aconteceu.

- Meu irmão vai entender, foi ele que criou a lenda e ordenou a criação do cajado e suas regras. -Amara falou tranquila como se agora todos os problemas tivessem sido resolvidos pelo menos por enquanto, ela apontou para as cartas em cima da cama e sorriu verdadeiramente- Draco vai ficar bem, ele foi embora não para fugir, mas para poder começar a viver, não se preocupem, estou de olho nele.

Tanto a Escuridão quanto o Castiel sumiram do bunker da mesma forma como apareceram, deixando os Winchester em silêncio tentando entender o porque a vida deles sempre dava uma reviravolta e mesmo quando dava todas as pista de que iria melhorar ele parecia ainda sim querer mostrar que tudo podia dar errado.

Purple Eyes - DramortOnde histórias criam vida. Descubra agora