Sábado, 29 de novembro, 2003
Seul, Orfanato Pingo de Chuva.
- Quem é você, e, porque está falando comigo como se me conhecesse? - Hye falou sem nenhuma dificuldade, falou mais do que todos os anos que se passaram desde que seus pais morreram.
- Deve ser porque eu lhe conheço, gênio, sou amigo do seu pai, tenho sua guarda porque sou seu padrinho. Meu Deus você é inteligente e burro em paralelo. Temos muita coisa para fazer, se você falar enquanto anda já vai adiantar meu dia. - O indivíduo não parecia mentir e não seria Hye que o contestaria.
O Homem de aparentemente 35 anos levou o pequeno para um hotel, perto do aeroporto. Hye não era um menino de muitos discursos, mas tinha muitas perguntas. Contudo, o bloqueio causado pelo trauma vivido o impedia de fazê-las.
- Eu sei que há muitas dúvidas garoto, principalmente de quem eu sou exatamente e o porquê de não ter me conhecido antes, todas as perguntas serão respondidas de forma simples. a) você não me conheceu antes porque não moro aqui, já da para constar que sou americano e eu tenho um leve rancor pelo seu país. b) fiquei sabendo da morte de seus pais um pouco tarde e tendo em vista que você tem um grande histórico de brigas e expulsões foi difícil lhe encontrar. Ah eu me chamo Edward Kim se já não comuniquei-lhe . - Edward kim diferente do afilhado parecia adorar falar, mas mesmo com tantas inquisições Hye só queria que uma pergunta fosse respondida.
- Quem é Jeon Jeongsu? - perguntou, a expressão do mais velho mudou para confusão, raiva e receio.
- Onde ouviu esse nome? - questionou se sentando no sofá que havia naquele quarto de hotel.
- Seok falou antes de sufocar no próprio sangue. - mesmo após anos o mais novo nunca esqueceu aquele nome, aquela cena, quiçá o fato de ter tido uma visão tão cruel já não tinha mais falas como uma criança normal.
- Ele trabalhou com o seu pai, conosco, seu pai era contador da marfia coreana, Jeon deserdou a alguns anos, roubou parte do dinheiro e fugiu para a América, hoje ele esta crescendo no império das drogas. - o clima estava pesado, Hye podia sentir o frio percorrer por suas espinhas.
- E o que meu pai tem a ver com isso? - indagou, ele parecia paralisado, ele só precisava de respostas, mas não sabia se realmente queria ouvi-las.
- Pense garoto, seu pai era a única prova, única testemunha de quem roubou o dinheiro, toda a sua família exceto você sabia disso, ele matou sua família como queima de arquivo. - ao fim daquela frase Kang pareceu ter sido puxado para um túnel do tempo onde reviveu toda aquela cena, olhando por outra perspectiva e por uma cabeça três anos mais madura ele se deu conta do porque seu irmão em seu último suspiro lhe disse aquele nome ao invés de qualquer outra coisa. Seu irmão queria que ele o vingasse.
- Eu vou matá-lo - proferiu frio, direto, sem hesitar, sem medo.
O que despertou uma certa curiosidade no mais velho, ele nunca viu tanta certeza em uma criança quando o assunto era vingança, logo Hye que era o mais doce dos filhos.
- Certo, quer matá-lo? Eu não irei lhe impedir, mas Jeongsu pede mais do que uma simples vontade, você terá que querer isso com todo seu corpo e alma, viver para isso, deixar isso te consumir, estar disposto a esperar anos sem ter certeza se sairá vivo. - quanto mais ele falava, mais se aproximava da criança que no que lhe concerne, mesmo com medo, não se mexia.
Kang Hye estava seguro de si, tão seguro que quando pôs os pés em solo estadunidense, e encarou sua nova casa um galpão fedorento e escuro ele não se importou, sua ideia nunca mudou mesmo com todos os anos que se seguiram, mesmo quando completou seus 10 aniversários, com um treino rigoroso, os estudos em casa.
[...]
Terça, 11 de Abril 2006
New York, Estados Unidos
- Agora sei o que quero de aniversário. - Hye com seus 10 anos proferia, o mesmo usava uma regata branca com seu rosto sujo de gracha e corpo suado do treinamento físico e cansativo que fazia todos os dias.
- E o que quer? - perguntou Ed. Colocando sua luva para mais uma sessão de treino, onde Hye provavelmente iria se ferir.
- Uma nova vida, eu não quero mais ser Kang Hye, você disse que temos que ser inteligentes antes de termos força e habilidades, também é preciso inteligência para usar uma arma. O sobrenome que Kang está sujo, preciso de uma identidade nova, como se eu fosse uma pessoa perfeita e não soubesse nada desse meio. - para um menino de 10 anos Kang mostrava uma inteligência e determinação fora do comum.
- E tem uma ideia de nome? - se sentou olhando para ele curioso, sobre o pedido do menino. Edward Kim não era tão amante de crianças assim, por isso se manteve afastado de seu afilhado, trabalhava como assassino de aluguel.
Quando soube da morte do melhor amigo, tudo que pensou foi no filho mais novo, ele procurou por Kang Hye por toda a Coreia após descobrir que o mesmo havia sobrevivido provavelmente com a ajuda do seu sistema de segurança, seus esconderijos. Tudo que Kim queria era vingança por condenar seu afilhado a uma vida de trauma e tristeza, por tirá-lo de sua família, todavia Kim já estava visado demais para conseguir isso sozinho, já era conhecido no meio. Mas não Hye, um garoto desconhecido, sobrevivente de um ataque, com vontade de vingança. Kang hye era a única chance de ter Jeon Jeongsu morto.
- Primeiro vamos falar da minha data de nascimento. - o menor parecia inspirado, estava pensando sobre isso durante meses até tomar essa decisão. - 23 de junho de 1995. - mês e data do assassinado de sua família, Hye queria ser lembrado diariamente do porque permaneceu vivo, do seu objetivo.
- O aniversário de morte dos seus pais? porquê? - ele perguntou, o porque de ele querer torturar a si mesmo com uma data tão dolorosa?
- O dia que Kang Hye morreu e Park Jimin nasceu...
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Vermelho Sangue - Jikook
FanfictionUm acontecimento, um trauma, uma pessoa responsável por toda a mudança na vida de Park Jimin. Nunca mais vai ser a mesma coisa, jimin nunca mais será o mesmo, todo o amor deu lugar a uma vingança, um objetivo? MATAR o assassino de sua família. Um ob...