☠Twenty Five☠

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Sábado, 8 de janeiro, 2020

Paris, França

— Acredito que esse não é o ponto, eu sou ótimo no que faço gracinha. — se aproximou tocando no olho tatuado em seu braço. — Você não tinha essa quando lhe conheci, parece tanto com o meu. — sussurrou. 

— Talvez seja, me lembrar da pior coisa que eu fiz. — respirou pesado. 

— Olho por olho, dente por dente. — tocou a cicatriz que tinha em sua bochecha causada por Park. — Não foi minha intenção machucar você, sabe disso né? — olhou no fundo dos olhos, jabuticabas. — Não era para ser assim gracinha. — notou que estava ficando sentimental demais, contudo, Jungkook não estava tendo nenhuma reação digna de atenção extra. 

— Só falta falar, "Não é isso que está pensando" — falou. 

— Venha comigo para Las Vegas? Podemos recomeçar, rebobinar tudo. — o tom de voz de Jimin chegou em um timbre doce que por um momento Jungkook quase se rendeu, mas foi levado a lembranças que ele não queria lembrar e logo a garrafa de um milhão foi jogada no chão. — Ei isso custou um milhão. — reclamou. 

— Da onde tirou tanto dinheiro? Conheci você e não tinha o suficiente para isso, conseguiu no trabalho falso ou na faculdade falsa? Ou melhor, ganhou tudo isso depois que matou meu pai? — ele começou a se exaltar, havia um pedaço de vidro na mão de Jungkook que deixou todo o corpo de Park em alerta. 

— Ganhei esse dinheiro com a morte do  meu pai, que o SEU pai matou. — Jimin se irritou e quebrou a taça usando para levar até Jungkook. A situação não estava boa, os dois com sangue nos olhos. — O dia em que você estiver disposto a ouvir como seu pai merecia isso, eu estarei aqui, mas não tente comprar briga por algo que você não sabe, ele não merece nem um pouco do esforço que você tá fazendo. Então cresça. — Jimin largou o pedaço no chão e antes que pudesse se virar Jungkook o atacou, mas Park era treinado. 

O mesmo segurou a mão que estava com o vidro e bateu com força no balcão até ele soltar, então Jimin o imobilizou colocando uma de suas mãos na nuca do mais novo. Entregou o cartão para o barman assustado e se abaixou para falar no ouvido de Jungkook. 

— Uma pessoa morreu porque eu fiz de tudo para te manter bem, não fui eu quem saí ganhando. Está magoado e frustrado, mas vai continuar assim se não deixar de ser teimoso. —  O barman voltou com o cartão e Jimin pegou. — até logo gracinha. — usou o ponto de pressão no pescoço dele para que ele desmaiasse e saiu pela porta da frente como se nada tivesse acontecido. 

Jungkook tinha o dom de resgatar o coração de Jimin do lugar mais escuro que poderia ter, mesmo assim Park tinha noção do quão instável ele estava e de tudo que passou em sua cabeça, por isso mesmo o amando, ele teria que ter cuidado em dobro para com Jungkook, porque já estava claro antes e isso não mudou, Jeon teria a coragem de matá-lo mas Jimin não teria a coragem de fazer o mesmo com ele. As oportunidades de Jungkook matá-lo eram bem grandes, tendo em vista o quão fraco o mais velho fica quando está perto dele. 

Durante aquela conversa Jimin sentiu que desabaria em algum momento, ou deixaria o "Eu te amo" (que nunca disse) escorregar de sua língua. Ele sabia exatamente o que sentia por ele, sabia que aquele sentimento era o mais Mortal, e que sim poderia ser o motivo de sua morte, faria de tudo para não sentir, mas era a única coisa que o lembrava de sua humanidade, de que ele é um ser humano e ele pode sim, sentir. 

[...]

Domingo, 9 de janeiro, 2022

Paris, França. 

Aquilo doía um pouco em Jimin, a cena se repetia em sua cabeça como em um lopping infinito. Mesmo que se esforçasse em esquecer aquilo ele não conseguia. Ele não confessaria, mas tinha tanta inveja daquele inglês sem graça que não conseguia guardar sem ter a companhia de uma boa dose de gin puro. 

Á 15 metros estava Jungkook, do lado esquerdo do restaurante enquanto Jimin estava no extremo do outro lado. Longe o suficiente para não ser percebido. 

Não foi sua intenção encontrá-lo no melhor restaurante francês de Paris, mas parecia que o destino não tinha pena dele e só queria foder com a vida dele. O clima parecia de romance, comida na boca, risadas, mãos dadas em cima da mesa e toques desnecessários no rosto um do outro. Era uma situação tão melosa que por pouco Jimin não quis vomitar. Tentava o máximo evitar olhar, mas parecia impossível quando se sentia tão incomodado com aquilo.

Talvez  seus ciúmes estivesse impedindo dele enxergar direito a situação, ou estivesse distorcendo tudo. A questão é que o clima de romance era quase inexistente ali, e um pouco forçado. Jungkook não podia negar o que sentia por Jimin, não podia fugir, mas de qualquer forma ele tentava. 

Noah Cavill era um inglês muito bom de cama, carinhoso, rico, sendo criado por uma família de ex militares. Jungkook o conheceu quando o contratou para ser seu treinador e desde então não podia mais se livrar de um relacionamento de quase um ano. 

Mesmo de costas para Jimin ele o percebeu ali, e sua cara não estava nada boa por isso se manteve retribuindo os carinhos do namorado.  Ele sabia que seu pai não era uma boa pessoa, já teve a chance de experimentar isso às vezes, mas pensar que foi tudo parte de um plano e de que ele foi traído da pior forma, só de pensar do tempo que ele ficou vendo o corpo de seu pai enquanto tentava pegar aquela chave do chão, mudava sua cabeça e o tornava tão agressivo quanto seu progenitor, ele queria matar Jimin, mesmo não tendo tanta coragem assim. Ele sabia que se ele tivesse uma oportunidade de verdade ele não conseguiria concretizar porque ele o amava e, porque ele não era seu pai. 

Vermelho Sangue - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora