Olhos verdes

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Stéfani:

- Isabella: Ah... - a garota me olhou confusa. - O que faz no quarto da minha mãe?

Seus olhos verdes estavam foscos, ela não emanava a mesma leveza que Beatriz. Me relembrava a morena, relembrava o olhar vazio de mãe.

- Stéfani: Eu.. - procurei palavras e da expressão séria dela surgiu um sorriso.

- Isabella: Não me importo, só queria ver sua reação. - ela explicou paciente e notei que ela agia como Mirella.

Era como uma cópia em tamanho reduzido...

- Isabella: Mas já que está acordada... - ela me olhou eloquente. - Vai me ajudar em algo.

- Stéfani: Não tenho opção?

- Isabella: Não. - ela revirou os olhos. - Você não tem opção.

Ela segurou minha mão, mas antes de me puxar pra qualquer lugar que estivéssemos indo naquela casa, me olhou de cima a baixo.

- Isabella: Você fica bem nas roupas dela. - ela disse com um sorriso de canto referindo-se a blusa de Mirella qual eu vestia.

Caminhei ao lado da pequena garota de cabelos claros e olhos verdes até uma sala bem diferente já vista por mim. Parecia um escritório ou algo do tipo, bem detalhado e intercalando entre o vermelho sangue e o preto fosco.

- Stéfani: O que está fazendo? - questionei ao vê-la sentar-se na cadeira principal e tirar da gaveta lateral da mesa um caixa mediana preta.

- Isabella: Tia Bia pediu que fizessem um café da manhã pra mamãe. É aniversário dela. E.. - ela me olhou de relance. - Ultimamente ela não tem estado bem.

Me aproximei e ela me encarou séria, persuasiva e paciente. Me explicou que procuraria um momento oportuno pra entregar a mãe quando estivesse a sós com a morena e sua irmã gêmea, a compreendi.

- Stéfani: Do que precisa?

- Isabella: Posso ser menos boba e consequentemente menos mimada, e com toda certeza, mais inteligente que a Bea. Mas ainda sigo as regras da minha mãe... - ela disse com a dicção quase perfeita.

Eu sorri com sua fala e ela sorriu de canto me encarando tranquila com seus belos pares de olhos verdes.

- Isabella: Preciso que me ajude a embalar isso. Ainda não posso mexer em tesouras e a tia Rafa está ocupada. - ela disse convicta.

Abri a caixinha preta e lá estava um belíssimo colar da Cartier cravejado em diamantes.

- Stéfani: É... incrível. - comentei e ela assentiu.

- Isabella: Ela não te contou, não é? - ela questionou
após meu silêncio continuo. - Sobre a data...

- Stéfani: Não. - respondi paciente enquanto a
ajudava a colocar a caixinha em algo lacrado e
decorativo.

- Isabella: Ela só não se sente confortável... - ela
disse paciente, tocando minha mão. - Ainda.

Eu assenti deixando um sorriso terno.

- Stéfani: Mas me conta, como você arrumou isso?
Você só tem 5 anos! - mudei o foco do assunto e
ela sorriu sentando sobre a mesa.

- Isabella: É simples, olha só... - ela pegou o celular
qual era seu. - Eu só preciso escolher e mostrar ao
Lipe. O que você quer?

- Stéfani: Não quero nada. - disse sincera e ela
revirou os olhos.

- Isabella: Se eu estivesse na sua posição claramente
diria que queria muitas coisas. - ela tocou meu
braço. - Vamos lá... escolhe algo.

- Stéfani: Mas... eu não quero nada.

A notei olhar pra tela por alguns minutos e alternar
o olhar entre o que passava na timeline e a mim.

- Isabella: Não importa, gostei disso e combina com você. - ela mostrou algo rapidamente e nem pude ver direito.

- Stéfani: o que você está fazendo? - questionei
confusa e séria. - Para, não quero.

- Isabella: Eu só estou presenteando minha futura... -
ela pensou em como dizer.- Madrasta. - soou com
dificuldade. - e já enviei ao Lipe, não dá mais pra
negar.

Eu a encarei séria e ela deixou um sorriso forçado
entendendo que havia aprontado.

Ela era completamente diferente da irmã. Era
como Bianca e Mirella, ambas representando uma
parte diferente de si. Bea carregava doçura e tinha
um jeito carinhoso. Isabella era mais séria, solitária
e costumava falar com civilidade. Odiava estudar
mas ia sempre bem nas coisas. Eu aprendi muito
sobre ela, a observando.

- Stéfani: Acha que ela vai gostar? - questionei
baixo, interativa.

- Isabella: Ah... ela sim, mas a conta bancária dela claramente não. - ela disse dispersa.

(...)

Descemos as escadas lentamente e podemos
notar que Mirella já estava acordada. Sua voz
ecoava na enorme casa enquanto ela conversava
com um empregado da cozinha e com Rafa. Não
entendi o que diziam já que a língua falada era
francês.

Me aproximei com Isabella e a garota sentou-se
ao lado da tia e da irmã. Repousei as mãos nos
ombros da morena e ela elevou uma das mãos
acariciando uma das minhas.

Rafa desviou o olhar enquanto falava algo com
Bia que não tirava o foco do celular. Vi seu
sorriso e fiquei tímida. Mirella segurou minha mão
me guiando pra sentar ao seu lado.

- Mirella: Onde você estava? - ela questionou baixo, apenas pra mim, paciente.

- Stéfani: Uma das suas filhas me sequestrou. -
respondi e ela sorriu de canto.

Enquanto comíamos , Mirella mantinha umas
das mãos em minha perna. Onde seus dedos hora
ou outra arrastavam-se em lentidão fazendo um carinho paciente.

(...)

Vi as crianças sairem na companhia de Lipe, e ao que escutei elas teriam treinamento de algo.
Mirella não as incentiva das responsabilidades mesmo que estivessem a "passeio". Rafa e Bianca se levantaram para acompanharem as sobrinhas e por fim fiquei a sós com a morena.

Mirella ainda carregava um olhar cansado e agora um tanto quanto preocupante, algo a incomodava e eu sentia que ela estava prestes a dizer. Então mudei o foco a desejando parabéns em um timbre baixo, quase em um sussurro e ela sorriu fraco. Aproximei o rosto e deixei um beijo demorado próximo ao seu maxilar, descendo pro seu pescoço.

Mirella:

Voltei ao foco depois que ela se afastou mordendo o lábio inferior com um sorriso maldosamente saliente enquanto sua mão acariciava minha coxa.

- Mirella: Precisamos conversar... - a olhei paciente e ela assentiu em silêncio.

Deixei um beijo rápido em seus lábios e levantamos para irmos até um lugar mais reservado.

Eita, oq será que vem aí? 😬

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