era previsto

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Stefani:

- Mirella: Tem certeza? - questionou antes que eu levasse a última garfada a sua boca.

Bem ela tinha 28 anos e eu estava dando comida na boca, enquanto dividíamos o alimento. Eu talvez estivesse sendo tudo que julguei uma completa idiotice a alguns anos atrás.

- Stefani: Tenho. - respondi convicta. - Posso levar elas na consulta enquanto você fica na reunião.

As crianças teriam uma consulta com a pediatra, qual era a mesma desde a gestação. Finalmente estávamos entrando em uma vida estável e normal, longe de toda aquela adrenalina repentina, cheia de informações novas que eu ainda não conhecia. A vida de Mirella era bem movimentada e eu vinha aprendendo bastante com isso, entretanto, era bom ter como problemas apenas situações rotineiras relacionadas a criação das nossas filhas.

- Madelaine: Ok... podem ligar pra médica da Rafa? - questionou apressada ao descer as escadas. - Ela está tendo contrações.

A morena já tinha o parto natural previsto pra esta semana, bem já esperávamos que isso acontecesse brevemente pois a criança também já estava em posição. Mirella entrou em contato com a médica obstetra, responsável pela criança e pelo trabalho excepcional garantido por ela durante o momento de parto.

Bianca:

Foi indicado a nós que deixássemos uma banheira com água quente, por esse efeito da temperatura servir como um anestésico e atenuar as contrações. Diminuindo a necessidade de intervenção médica caso ocorresse algum imprevisto.

- Rafa: Amor, está doendo muito. - a morena caminhou pelo quarto enquanto eu me mantinha dando suporte a ela.

Em um momento de desespero em diminuir sua dor, segui as indicações médicas sobre o tal "parto na água".

Ajudei minha esposa entrar na enorme banheira com a temperatura
em exatamente 37° graus, o suficiente para dar a ela um relaxamento muscular e diminuir a sensação dolorosa que todas aquelas contrações causavam. Ademais, isso seria ótimo para a Madi. Durante os nove meses em que estava sendo gerada, ficou dentro do útero imerso no líquido amniótico.

Por isso, ao nascer na água, em temperatura e ambiente semelhante ao do útero, podia sentir menos os efeitos externos, como luz e barulho, chegando ao mundo de forma mais natural e menos traumática.

Retirei o moletom que vestia e então me posicionei atrás dela, deixando que ela repousasse sobre meu corpo e descansasse a cabeça em meu peito. Rafa podia ter mais mobilidade para dar a luz como queria, e eu estaria ali, dando suporte a ela e facilitando isso.

- Bianca: Consegue sentir melhorar? - questionei após alguns segundos, e ela apenas respondeu em baixo tom, que sim.

Nos deparamos com a presença de Larissa que tinha o celular elevado ao ouvido, enquanto recebia instruções médicas.

- Mirella: Ok, eu nunca vi isso. - a morena revelou. - E não é lindo como dizem. É terrível. - mencionou um pouco dispersa ao observar-nos.

- Bianca: Cala a boca, sua idiota. - respondi rapidamente.

- Mirella: Rafa, precisa se concentrar e contrair. - a loira repassava o que a médica falava. - Sua obstetra está a caminho, mas pode fazer isso sem intervenção médica.

- Rafa: Eu estou com medo. - ela revelou baixo.

- Bianca: Tivemos uma gestação saudável, e de baixo risco. - a tranquilizei. - Está tudo bem, podemos fazer isso juntas.

Muitos pais tinham medo de que o recém nascido se afogasse, entretanto isso não acontecia. O fato era que nos primeiros segundos a criança ainda respirava através do cordão umbilical, qual era cortado após uns minutos que a mãe recebesse a criança no colo. Esse momento era muito importante para estabelecer vínculos das crianças com os pais.

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