Conhecê-la

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Narrador:

Stéfani ainda respirava pesado sobre a cama, vestida em um robe após sair do banho juntamente da mafiosa.

- Mirella: Cansada? - a morena questionou carinhosa, aproximando-se da cama.

Vestida agora apenas em uma calça jeans colada, e a parte superior das roupas íntimas a mostra. Mirella a olhou cautelosa, tocando seu rosto com lentidão ao mesmo tempo em que analisava o sorriso fraco e bobo nos lábios da mulher que amava.

- Stéfani: Muito. - ela praticamente sussurrou ao levar as mãos ao abdômen definido da outra que se mantinha em pé.

- Mirella: O que você quer? - a loira questionou baixo após alguns segundos observando as mãos da pequena deslizarem por seu abdômen.

- Stéfani: Que fique aqui mais um pouco. - a pequena buscou sua mão.

Mirella acatou o pedido e deitou na cama, a encaixando por trás, a abraçando por alguns segundos. Podia sentir o cheiro doce do hidratante emanando da pele bronzeada da mais nova... seus dedos deslocaram-se até o fecho do robe o abrindo e de forma desajeitada o retirando do corpo da menor, a deixando nua outra vez.

Os dedos da maior tocaram de forma sútil a cintura delicada e bem marcada da morena, percorrendo até a bunda e contornando a tatuagem "Yes Sir".

- Mirella: Quando fez? - questionou com um tom de voz doce.

- Stéfani: A algum tempo. - a morena virou-se de frente, repousando a mão sobre seu rosto e acariciando seu maxilar. - Na Colômbia.

A morena a olhou nos olhos profundamente, notando o castanho agora mais claro. Tocando sua pele com carinho, a trouxe mais pra perto selando seus lábios em um beijo paciente.

- Stéfani: E quando fez essa? - questionou tocando a tatuagem delicada nas costas da loira qual mostrava uma ave saindo da gaiola.

- Mirella: Após meu pai descobrir minha sexualidade. - ela respondeu paciente.

- Stéfani: Acho que já questionei sobre isso outra vez... mas quero saber mais de você, se estiver confortável em falar. - soou compreensível.

- Mirella: Foi algo complicado e delicado. Meu pai tinha pensamento retrógados e eu paguei pela sua mente pequena. - ela afastou alguns fios de cabelo da loira, os colocando de lado. - No início brigávamos muito e quando ele concretizou que não era uma fase e sim que era meu verdadeiro eu, as coisas passaram a um passo para o perigo.

- Stéfani: Como? - questionou curiosa.

- Mirella: Após um jantar em família, ele caminhou até meu quarto. Colocou uma arma na minha cabeça e sussurrou ao meu ouvido em alto em bom tom "Se você beijar uma garota, estará morta". Eu apenas me mantive em silêncio, durante a madrugada fugi de casa e fodi minha melhor amiga. - a loira contou com um sorriso hilário. - Nos gravei entre beijos e o enviei na mesma madrugada.

- Stéfani: Então você sempre foi a rebelde? - questionou com um sorriso fraco.

- Mirella: Digamos que sim. - ela confirmou. - Acho que eu sempre gostei de atiçar os limites da morte.

- Stéfani: O que aconteceu depois?

- Mirella: Ele me expulsou de casa, por 8 meses. - ela disse séria. - Mas fiquei bem, foi bom... aprendi a me cuidar e percebi que estava livre. Como um pássaro fora da gaiola.. foi quando fiz a tatuagem. O armário nunca me foi confortável e foi necessário.

Se olharam por alguns minutos enquanto esperavam a sensação de cansaço passar. Stéfani ainda acariciava o maxilar da loira enquanto encarava seu belo par de olhos castanhos.

- Stéfani: E depois? voltou pra casa? - ela sussurrou o questionamento, recebendo um beijo molhado na testa.

- Mirella: Sim, e por mais que tudo aparentasse estar indo bem... Eu sempre o ouvia dizer pelos cantos que eu e quem que que seja que estivesse comigo iria para o inferno.

Stéfani sorriu de canto e Mirella a olhou confusa...

- Stéfani: "Se por te beijar tivesse que ir depois para o inferno, eu faria isso. Assim poderia me gabar aos demônios de ter estado no paraíso sem nunca entrar..."

Mirella sorriu instantaneamente e um sorriso delicado surgiu de maneira doce. Sua expressão mostrava o quanto se sentia confortável a tendo nos braços e o quanto agora parecia estar livre.

- Stéfani: Eu amo você... - a pequena sussurrou baixo a abraçando mais forte.

(...)

- Mirella: Se veste, as crianças já devem estar chegando. - a loira sorriu após levantar-se e deixar um tapa forte na bunda da menor.

Stéfani:

Mirella recebia as filhas enquanto eu recuava um pouco para atender o telefone.

Ligação on:

- Stéfani: Oi mãe... - eu falava eu português depois de muito tempo.

Sua voz doce me trazia tranquilidade tanto quanto a visão de Mirella abraçando as filhas após se agachar para ficar na altura delas. Minhas mãos deslizaram para dentro do bolso no moletom e um sorriso fraco involuntário me tomou.

- Stéfani: Estou bem também, como anda o papai? - questionei atenciosa e minha mãe comentou sobre como estavam bem e como tudo estava bem mais estável agora.

- Stéfani: É... eu o encontrei em um evento em Londres, foi desconfortável... mas ele não tinha o direito de contatar vocês depois de tanto tempo me fazendo sofrer. - mencionávamos sobre Jp. - Sim, ela me defendeu. - minha mãe questionava sobre a "tal mulher" que estava comigo.

E eu analisava a tal mulher sorrir pra mim pegando uma das filhas no colo e me chamar de forma carinhosa. Evitei beijar sua boca pelo fato das gêmeas estarem ali e não poder imaginar suas ambas reações... beijei o rosto das pequenas que fizeram o mesmo e logo em seguida vi Mirella as levar para o andar de cima.

- Stéfani: Mas por que ele falou tanto sobre mim? Sim eu estava com uma mulher e ele achar que isso me diminuiria diante de vocês é algo completamente ridículo e invasivo. Ele não tinha e nunca teve o direito de falar sobre mim desde que me abandonou.

- Viviane: Bem.. eu só queria que soubesse, deve ficar cuidadosa quanto a ele. Jp aparenta ser alguém vingativo.

- Stéfani: Vingativo por um passado doloroso que ele mesmo causou? - questionei incrédula com um sorriso irritado.

- Viviane: Só toma cuidado, ok meu amor? - eu afirmei tomar. - E essa mulher? Quem é?

- Stéfani: É ela mamãe... ela voltou. - eu disse temerosa, Minha mãe teria questionamentos e eu temia por isso.

- Viviane: Por que alguém planejaria a própria morte? - minha mãe questionou.

- Stéfani: Foi necessário, mamãe.

Notei que Mirella descia as escadas agora sozinha, caminhava em direção a mim de forma ritmada. Suas mãos foram postas em minha cintura ao mesmo tempo em que seu rosto afundou-se na curva do meu pescoço distribuindo beijos.

"Quero conhecê-la, quero saber com quem anda pelo mundo."

Mirella ouviu, afastou-se rapidamente e pude ver seus olhos castanhos me encararem. Eu busquei resposta no seu olhar e sua expressão indecifrável me mostrava seriedade.

- Stéfani: Mãe... - fui impedida pelo dedo indicador de Mirella tocar meus lábios, me silenciando.

Uma de suas mãos soltou minha cintura pegando o celular, a outra me manteve por perto me prendendo ao seu corpo.

- Mirella: Eu adoraria conhecê-la, senhora Viviane. - eu ouvi seu sotaque carioca soar pela primeira vez. Era a primeira vez que eu a ouvia falar português.

3/7

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