"Bichinho feio e burro"

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Stéfani:

O relógio já marcava cerca das 13:00 e estávamos quase todos na cozinha enquanto Mirella interagia com o resto da família. Ela estava apoiada ao balcão enquanto eu estava apoiada em seu corpo, de certa forma abraçada a ela.

- Bianca: Por que colocou as meninas de castigo? - Bianca questionou confusa ao pedir para levá-las a um passeio e Mirella não permitir.

- Mirella: Brigaram outra vez. ela explicou.

- Lipe: Estávamos no carro, indo pra escola... - Lipe apareceu, se direcionando até a geladeira. - E elas simplesmente começaram a discutir por absolutamente nada. Já passou da hora de você intervir.

- Mirella: E eu vou fazer o que? - ela questionou óbvia. - Gritar com elas? Porque já conversei horrores, não tenho nem voz pra isso.

- Lipe: Quem sabe parar de dar exemplo. - ele alternou o olhar entre Mirella e Bianca. - Brigando pela casa como gato e cachorro.

Bianca revirou os olhos e Mirella sorriu de canto. Mas era verdade, o exemplo estava se tornando atitudes, e as atitudes se tornando hábito. Quanto mais longe isso fosse, mas comum se tornaria, e isso seria visível muito mais vezes.

- Stéfani: Concordo com o Lipe. - mencionei e Mirella me olhou rapidamente. - Que foi? Vocês parecem gato e cachorro mesmo, é o dia inteiro gritando pra lá e pra cá.

- Rafa: Está se tornando rotineiro e elas estão aprendendo junto. - Rafa comentou. - Vocês já são mães e parecem duas crianças no auge da pré escola.

- Bianca: Ja sei, Mi. - a morena falou pela primeira vez. - gente marca horário.

- Mirella: Mas você não pode se atrasar, caso contrário não dá tempo de colocarmos tudo em pauta. - Mirella respondeu de forma paciente.

- Rafa: Desisto, não tem jeito. - a morena rebateu, pegando a bolsa sobre o balcão e eu sorri.

Acompanhamos Rafa e Bia até a ultrassonografia morfológica, onde finalmente descobririam o sexo do bebê e teriam atualização sobre a gestação. Rafa já estava com mais de 20 semanas, e isso já era mais que necessário para saber e avaliar o tamanho do bebê, monitorar os batimentos cardíacos e identificar possíveis malformações.

Mirella:

Estávamos na sala de espera de um dos melhores hospitais de Saint Paul em Minnesota, cidade em qual vivíamos atualmente. O tempo de espera não seria devidamente longo, porém os exames incluídos para o dia, sim. Stéfani tinha a cabeça deitada em meu ombro enquanto mexia no celular, Rafa se mantinha em silêncio e Bianca apenas aparentava estar calma. Mas eu sabia que não estava, ter o papel materno era um dos seus maiores desejos e... eu sabia que por dentro ela estava mais que apavorada e insegura de não realizá-lo da forma correta.

- Mirella: Está tudo bem, ok? - sussurrei ao seu ouvido de maneira discreta.

Ela assentiu em silêncio e sorriu de canto.

(...)

O celular de Stéfani começou a tocar insistentemente. Ela levantou-se e me puxando pela mão, nos levou pra fora da sala de recepção, onde era proibido fazer telefonemas. Ficamos no corredor por alguns minutos até que a chamada encerrasse, ela tinha uma expressão bem confusa e completamente surpresa.

Ao finalizar a ligação, a morena me olhou de forma duvidosa.

- Mirella: O que foi? - questionei confusa.

- Stéfani: É... a escola das gêmeas, Isabella pediu que ligassem pra mim. - ela disse surpresa.

- Mirella: Vai precisar ir lá, não é? - questionei e ela assentiu um pouco tímida. - Ela confia em você, caso se sinta confortável em ir, tudo bem.

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