Superioridade

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Narrador:

Stéfani estava na cama enquanto a mafiosa se manteve lá embaixo. Haviam discutido outra vez e a psicóloga decidiu subir para não tornar aquilo tudo em algo pior.

Stéfani:

Ela entrou no quarto e eu suspirei pesado. Temendo termos uma outra discursão ou algo do tipo, a analisei enquanto ela me olhava descaradamente com sua frieza inegável. Seus cabelos negros presos em um coque frouxo, os lábios vermelhos... vestida apenas em uma lingerie vinho e um short de seda no mesmo tom.

- Stéfani: Vai ficar parada na minha frente a noite inteira? - questionei paciente.

- Mirella: Eu estou criando coragem, será que dá pra você ficar quieta? - ela rebateu.

Foi impossível não sorrir da sua mudança de postura

Ela fechou os olhos por alguns segundos...

- Mirella: Eu errei. - ela respirou fundo. - Me desculpa. Eu quero mudar isso.

- Stéfani: Misericórdia. - me surpreendi. - Doeu tanto pra falar isso?

- Mirella: Eu não sei mais me cuidar sozinha. - ela disse com um olhar tímido. - Você pode cuidar de mim?

Eu sorri enquanto ela se mantinha estática esperando uma resposta. Seu corpo tensionado e sua expressão tímida. Por ter o corpo parcialmente despido, pude ver seu diafragma relaxar e contrair, mostrando sua respiração mais intensa, e em sequência ela mordeu os lábios me confirmando que realmente estava nervosa.

Narrador:

Stéfani sussurrou um "vem aqui" e deu dois tapinhas sobre a própria perna. Mirellla caminhou até ela, sentando-se em seu colo com uma perna de cada lado. A morena tocou seu rosto o acariciando lentamente na região do maxilar.

- Stéfani: Eu só precisava disso. - explicou com paciência e tranquilidade. - Que me mostrasse que é capaz de aceitar quando erra e está disposta a mudar isso. Não vou gritar ou te julgar por isso ou qualquer outra coisa que faça, apenas quero que seja leal e paciente comigo, paciente com os meus medos. Eu não vivia assim, eu nunca havia cometido crimes até uma semana atrás e ar de frieza e superioridade nunca foi comum pra mim.

As mãos da menor deslizaram pelas costas da mais velha, arranhando com a ponta da unha em sutileza.

- Stéfani: Sua violência com sua família me assustou. Eu tive medo. - a pequena confessava.

- Mirella: Eu nunca gritaria ou levantaria a mão para você... - a menor a interrompeu.

- Stéfani: Entende que quase todos os casos de agressão no mundo começam com um "eu nunca faria isso"? E acaba que no fim fazem pior? - a menor explicava de forma eficiente. - Não estou dizendo que venha a fazer, mas sim que isso deve mudar.

Mirella apenas a encarava, escutando atentamente.

- Stéfani: Eu vi e entendi sim que você foi posta em pressão, que estava em um momento de impulso e tudo bem. Mas depois que passou... não justificava a agressividade toda.

- Mirella: Eu mataria por você quantas vezes fosse necessário.

- Stéfani: Eu prefiro que viva comigo ao invés de se por em perigo por mim. - a morena tocou seus lábios e em seguida deu um beijo rápido.

- Mirella: Tudo que quisermos mudar, podemos mudar. Mas ninguém vai tocar em você com brutalidade, goste você que eu me arrisque ou não.

- Stéfani: E por que faria isso?

- Mirella: Porque você me ajudou a sentir algo que eu nunca achei ser possível. - a morena disse enquanto sentia as unhas da outra arranharem sua nuca. - Eu te amo. É tão difícil entender isso?

- Stéfani: Mirella você matou aquele homem a facadas na área de lazer da vó das suas filhas. Entende a gravidade disso? Não é sobre amor, é sobre seu extinto de vingança e violência.

- Mirella: Talvez eu também tenha feito por vingança e se você não concorda com o motivo, ótimo. Eu nunca afirmei ser a dona da verdade. - A morena a olhou nos olhos. - Mas ninguém machuca a mulher que eu amo, e continua respirando.

Stéfani tentou falar, mas foi impedida pela morena que
rapidamente a beijou.

- Mirella: Por favor... - a morena pediu em um sussurro e outra vez foi impedida por uma resposta negativa.

- Stéfani: Ainda estou estressada com seu episódio de surto de superioridade.

Vamos de maratona?

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