Amesterdã

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1 mês depois...

Mirella:

Eu já estava consideravelmente bem. Não sentia mais dores, as cicatrizes já estavam quase invisíveis e meu psicológico bem melhor.

Nem Lipe, Bianca, Rafa ou Stéfani sabiam que eu estava viva. Isso havia se mantido oculto durante todo meu período de cuidados. As únicas pessoas que eu via eram meus seguranças, minha mãe, Tábata e Amanda.

Criamos uma significativa intimidade e eu já me sentia bem perto delas. Passei a considerar Tábata como irmã e estávamos indo aos poucos com esse laço familiar. Eu sentia uma tremenda saudade das gêmeas, e as veria logo. Mas antes... eu buscaria a mulher que preenchia quase todos os meus pensamentos ultimamente.

- Tábata: O que está fazendo? - a Morena questionou sentando-se ao meu lado.

Ela tinha um cappuccino em mãos e eu um celular. Seus olhos atentos me analisavam com ternura e um sorriso fraco em seus lábios começavam a surgir.

- Mirella: Rastreando algo. - eu disse propositalmente.

- Tábata: Alguém... - ela me corrigiu e eu assenti em silêncio.

Por sorte a localização ainda estava funcionando.

Stéfani ainda usava o bracelete e eu agradeci mentalmente.

- Tábata: Onde você vai? - ela questionou confusa quando levantei pegando as chaves do carro e um sobretudo preto.

- Mirella: Amsterdã.

- Tábata: Você vai pra Holanda... agora? - questionou confusa. - São 2h da madrugada Mirella.

Eu pretendia chegar lá pela manhã, a encontrar pelo período da tarde e trazê-la comigo na mesma noite. Ninguém me impediria.

- Tábata: Ok, vou com você. - ela disse rapidamente após notar meu silêncio constante e expressão séria.

- Mirella: Tem roupas no carro. - avisei antes de sair e deixar a porta aberta para que ela viesse.

Não precisávamos de mala, voltaríamos rápido. No máximo se tudo desse errado, passaríamos um dia a mais.

Stéfani:

Minha vida estava retornando aos poucos. Eu estava trabalhando por meio tecnológico, com uma agência, havia abandonado a psicologia. Eu não conseguiria ajudar ninguém, pois eu era um alguém que precisava de ajuda a muito tempo.

Comecei a fazer aulas de italiano durante as manhãs, sessões terapêuticas durante a tarde e... durante a noite eu costumava chorar ou adiantar algumas coisas do trabalho. Eu estava a mesma destruição de antes... antes dela.

Cheguei em casa aquela noite e minha cabeça doía. Eu estava sozinha outra vez, no meu médio apartamento que mais parecia um local com decoração fúnebre. Tudo sempre apagado e aquele humor terrível emanando por ali.

É... eu estava perdida e não fazia a menor questão de consertar isso. Não era preguiça, era só... frustração.

(...)

Acordei um pouco fora de hora e tomei café a caminho da aula. Perdi metade do conteúdo porque esqueci os cadernos e sai completamente frustrada pois não tinha como anotar tudo na palma da mão. Minha mãe me ligou assim que sai do campus e quando eu estava indo em direção ao carro, o avistei sendo rebocado. Sim, pra completar meu ótimo dia eu havia estacionado no lugar errado mesmo que tivesse milhares de vaga ali.

Ivana - ligação:

- Stéfani: Ah... que ótimo, meu carro foi guinchado. - reclamei frustrada.

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