Posso resolver isso

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Stéfani:

A viagem demorou cerca de 4 horas, Minnesota era próximo de Los Angeles, mais do que parecia. Quando chegamos era por volta das 22:00 da noite. As meninas estavam na sala cada uma com um aparelho tecnológico em mãos. Vestidas em pijamas iguais e donas de uma expressão atenciosa.

- Beatriz: Mamãe! - uma das gêmeas correu em direção a mim, e rapidamente a peguei no colo.

A garota distribuiu beijos pelo meu rosto e envolveu os bracinhos no meu pescoço, escondendo o rosto sequencialmente.

-Mirella: Não vai nem falar comigo? - a loira após colocar Isabella no chão, questionou tocando as costas de Beatriz, que deu uma gargalhada apaixonante.

Beatriz foi pros braços de Mirella e sequencialmente peguei Isabella, que ficou acariciando meu pescoço e deitou a cabeça em meu ombro. A garota sorriu tímida quando avistou minha mãe. Elas já haviam se falado por chamada, porém, as garotas ainda eram extremamente tímidas.

- Isabella: Oi... - ela soou rouca, intimidada.

- Viviane: Oi. - minha mãe respondeu calma, tímida, com um sorriso angelical.

Isabella ergueu o rosto e a encarou por alguns segundos, enquanto eu e Mirella observávamos pacientes. Beatriz havia corrido atrás de Bianca, ela era geralmente mais fechada. Foi a que levou mais tempo pra se acostumar a revelar afeto comigo, e meus pais entendiam que possivelmente isso também acontecesse.

A garota sussurrou em meu ouvido se podia chamá-la de vó, e aquilo foi chocante pra mim, mesmo que acidentalmente já tivesse chamado durante as ligações. Tanto ela quanto Beatriz. Mas pessoalmente, aquilo foi como concretizar nossa realidade. A realidade que cerca de um ano atrás, era inimaginável pra mim. Eu só imaginava uma vida em paz, em meio a tanta desilusão e desgraça. E agora... eu tinha duas filhas, na verdade 3, com Madelaine. E bem... uma delas estava prestes a chamar minha mãe de vovó.

- Isabella: puis-je les appeler grands-parents? - (posso chamá-los de avós?) questionou novamente, desta vez em francês, ao alternar o olhar entre mim e Mirella.

Meus pais não falavam francês, e ela se sentiu confortável em questionar assim. Era uma forma de não soar mal educada ao fazer o chamado, ou fazê-los entender o que queria fazer em seguida.

- Beatriz: Pouvons-nous, mamans? - (podemos, mamães?) Não havíamos percebido sua volta, porém seu questionamento soou curioso.

- Mirella: ils peuvent. - (podem.) minha esposa respondeu, com os olhos pouco marejados e um sorriso magnífico. - ils aimeraient l'entendre, mes amours. - (eles adorariam ouvir isso, meus amores.)

- Viviane: Ok... - minha mãe soou baixo, na tentativa de relembrar-nos que ainda estava ali.

- Isabella: Desculpem-me. - ela pediu calma, olhando para os meus pais, com um sorriso doce.

A garota desceu do meu colo e segurou a mão da minha mãe com paciência.

- Isabella: Posso te mostrar a casa, vovó? - questionou, fazendo assim minha mãe sorrir em surpresa e seus olhos marejarem automaticamente.

- Viviane: Pode, meu bem. - ela respondeu ao ver Beatriz se aproximar sem dizer nada, e segurar a mão do meu pai.

(...)

Mirella segurou minha mão em uma forma de carinhosa e sorriu, me puxando para abraçá-la assim que meus pais subiram as escadas sendo guiados pelas gêmeas e o cachorro, que evidentemente elas não se separavam por um segundo.

- Stéfani: Eu pensei que a parte afetiva fosse demorar. - mencionei e Minha deixou um beijo em minha testa.

- Mirella: É.. eu também pensei. - concordou.

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