XXVII - ENCONTROS

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Rose dava um nó apertado em uma trouxa de tecido amarelado. Ela havia separado pães e bolos para a viagem de Inarê e os outros. O volume era muito grande, além disso, também tinha um saco de linho com uma garrafa de cerâmica contendo licor, juntamente com algumas frutas e cogumelos. Ela organizava os itens na mesa de madeira enquanto o resto do grupo se preparava para a viagem.

Náidius aguardava juntamente com Diego na clareira, agora vestido com as suas próprias roupas. Logo Inarê saiu da casa com uma bolsa de tecido no ombro, aljava com flechas e seu arco nas costas. Ele usava uma capa marrom com capuz, preferia não se arriscar em alto mar com gente estranha.

— Estamos todos prontos? — o elfo perguntou.

— Ainda falta Sônia — Náidius falou.

Sônia surgiu em seguida, saindo pela porta da casa segurando o seu vaso de planta. Ela olhou para o grupo, preparada para partir, entretanto, não muito confiante naquela viagem, era como se sentisse um mal pressentimento.

— Eu preparei algo para vocês — Rose falou, sorrindo ao oferecer os seus quitutes.

— Minha irmã.

Inarê a tomou em seus braços, apoiando a cabeça dela em seu ombro. Ele estaria a deixando novamente e mal puderam passar mais tempo juntos. O elfo se preocupava, ele sabia que poderia ser perigoso deixar a jovem sozinha por tanto tempo. Por mais que fosse seguro a sua moradia naquela clareira, ainda assim não poderia confiar nas pessoas que uma hora ou outra poderia rodear por aquelas bandas.

— Me perdoe — Inarê falou. — Me perdoe por minha ausência e por minha falta de atenção.

— É por uma boa causa. Não se culpe pelo seu coração ser tão bom e generoso — ela falou, sorrindo e aconchegada no abraço do irmão.

— Me prometa que ficará na floresta, sem idas na cidade.

— Você sabe que não posso prometer isso.

— Rose... — Inarê franziu o cenho, preocupado. — Eu não sei por quanto tempo viajarei. Por favor, eu só quero uma garantia que ficará segura.

— Não se preocupe, eu ficarei bem.

Inarê estava inseguro, mas respirou fundo. Precisava confiar em sua irmã e acreditar que ela ficaria bem, afinal, ela sempre ficou. Ele se afastou dela e segurou em seus ombros, olhando fixamente em seus olhos, mas sem falar nada.

— Você sabe o que fazer caso haja problemas.

— Pode ir tranquilo, meu irmão. Eu estaria aqui esperando por você.

Inarê assentiu, franzindo a testa, embora ainda muito inseguro. Ele se juntou a Náidius e Diego, pronto para partir.

— Náidius! — Rose falou, acenando para ele. — Boa sorte! Espero revê-lo novamente.

Náidius se enrubesceu, não sabia como reagir e nem o que falar. Ficou em silêncio até notar a face sorridente de Rose se entristecer pela falta de resposta. Ela deu de ombros enquanto ia ao encontro do seu irmão entregar os seus preparos.

— Bem, vamos indo! — Inarê falou.

— Boa viagem! — Rose falou, acenando enquanto os rapazes adentravam na trilha pela floresta. — Vão em paz e que tudo ocorra bem!

Inarê sorriu, olhando para trás, para a irmã enquanto retribuía o aceno. Notou Sônia ficando para trás, ainda parada, talvez pretendia se despedir de Rose a sós, ele preferiu não questionar.

Assim que o grupo se aprofundou mais na trilha, Rose se virou para Sônia, sorridente como sempre.

— Bem, — Sônia falou, envergonhada — obrigada pelo tempo em que passamos juntas.

Legend - O Mago Infernal (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora