Rose dava um nó apertado em uma trouxa de tecido amarelado. Ela havia separado pães e bolos para a viagem de Inarê e os outros. O volume era muito grande, além disso, também tinha um saco de linho com uma garrafa de cerâmica contendo licor, juntamente com algumas frutas e cogumelos. Ela organizava os itens na mesa de madeira enquanto o resto do grupo se preparava para a viagem.
Náidius aguardava juntamente com Diego na clareira, agora vestido com as suas próprias roupas. Logo Inarê saiu da casa com uma bolsa de tecido no ombro, aljava com flechas e seu arco nas costas. Ele usava uma capa marrom com capuz, preferia não se arriscar em alto mar com gente estranha.
— Estamos todos prontos? — o elfo perguntou.
— Ainda falta Sônia — Náidius falou.
Sônia surgiu em seguida, saindo pela porta da casa segurando o seu vaso de planta. Ela olhou para o grupo, preparada para partir, entretanto, não muito confiante naquela viagem, era como se sentisse um mal pressentimento.
— Eu preparei algo para vocês — Rose falou, sorrindo ao oferecer os seus quitutes.
— Minha irmã.
Inarê a tomou em seus braços, apoiando a cabeça dela em seu ombro. Ele estaria a deixando novamente e mal puderam passar mais tempo juntos. O elfo se preocupava, ele sabia que poderia ser perigoso deixar a jovem sozinha por tanto tempo. Por mais que fosse seguro a sua moradia naquela clareira, ainda assim não poderia confiar nas pessoas que uma hora ou outra poderia rodear por aquelas bandas.
— Me perdoe — Inarê falou. — Me perdoe por minha ausência e por minha falta de atenção.
— É por uma boa causa. Não se culpe pelo seu coração ser tão bom e generoso — ela falou, sorrindo e aconchegada no abraço do irmão.
— Me prometa que ficará na floresta, sem idas na cidade.
— Você sabe que não posso prometer isso.
— Rose... — Inarê franziu o cenho, preocupado. — Eu não sei por quanto tempo viajarei. Por favor, eu só quero uma garantia que ficará segura.
— Não se preocupe, eu ficarei bem.
Inarê estava inseguro, mas respirou fundo. Precisava confiar em sua irmã e acreditar que ela ficaria bem, afinal, ela sempre ficou. Ele se afastou dela e segurou em seus ombros, olhando fixamente em seus olhos, mas sem falar nada.
— Você sabe o que fazer caso haja problemas.
— Pode ir tranquilo, meu irmão. Eu estaria aqui esperando por você.
Inarê assentiu, franzindo a testa, embora ainda muito inseguro. Ele se juntou a Náidius e Diego, pronto para partir.
— Náidius! — Rose falou, acenando para ele. — Boa sorte! Espero revê-lo novamente.
Náidius se enrubesceu, não sabia como reagir e nem o que falar. Ficou em silêncio até notar a face sorridente de Rose se entristecer pela falta de resposta. Ela deu de ombros enquanto ia ao encontro do seu irmão entregar os seus preparos.
— Bem, vamos indo! — Inarê falou.
— Boa viagem! — Rose falou, acenando enquanto os rapazes adentravam na trilha pela floresta. — Vão em paz e que tudo ocorra bem!
Inarê sorriu, olhando para trás, para a irmã enquanto retribuía o aceno. Notou Sônia ficando para trás, ainda parada, talvez pretendia se despedir de Rose a sós, ele preferiu não questionar.
Assim que o grupo se aprofundou mais na trilha, Rose se virou para Sônia, sorridente como sempre.
— Bem, — Sônia falou, envergonhada — obrigada pelo tempo em que passamos juntas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Legend - O Mago Infernal (Livro 3)
FantasíaÓrion Kilmato ao perceber uma grande evolução de seus poderes é sequestrado por estranhas criaturas demoníacas e confinado na misteriosa prisão mágica, Danjú. Convém a Náidius, o seu primo, resgatá-lo, e para isso, vai contar com ajuda da maga Sônia...