XXXV - A BUSCA

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Inúmeras velas iluminavam um ambiente inóspito e gelado. Castiçais de formato triangulares, contendo três velas de cada lado, eram suspendidos do teto através de correntes douradas, enquanto, nas paredes, em vão nas paredes, outras iluminavam em uma chama amarela e dançante. Um altar no centro daquele salão, feito do mesmo material do piso, era composto por um bloco enorme de granito escuro e uma escada esculpida na própria rocha. Acima, estava uma bola transparente de cristal, estava centralizada em um círculo pintado de vermelho com o pentagrama.

Uma jovem de longos cabelos lisos e castanho escuro, acendia cinco velas vermelhas em cada ponta da estrela desenhada no círculo. Com um punho cheio, ela deixava cair delicadamente uma fina areia de cor carmim. Os grãos caíam por cima da área do círculo, sendo bem espalhados. Com a outra mão, a jovem posicionada cinco pequenos cristais rolados de sodalita, cada uma em frente da vela, em seguida, aglomerados de cristais de pirita.

— Conseguiu encontrá-los? — Uma voz preocupada quebrou o longo silêncio ao adentrar no salão.

Um homem de trajes brancos caminhava apressadamente no ambiente soturno. Ele portava um pequeno e curto rabo de cavalo em seu cabelo escuro. Os olhos amendoados, levemente e naturalmente estreitos miraram nos olhos também estreitos da jovem, por aparência, que arrumava os itens ao redor da bola de cristal.

— Millo, — ela falou — ainda não comecei. E eu preciso de você para isso.

Ela transbordada certa tranquilidade, porém, ela sabia que precisava de toda calma para realizar aquele ritual, afinal, ela era quem mais sabia manusear a areia carmim, e quem conseguia melhor controlar os próprios sentimentos.

— Ganna, estou impaciente.

Millo andava de um lado para o outro. A sua aflição era eminente, pois, o seu filho e a filha de uma amiga estavam desaparecidos, além de um outro bruxo do segmento. Isso era devastador para ele. Ele era padrinho de Alissa e havia prometido a sua mãe que não a deixaria correr perigo. Ele como pai, compreendia a preocupação e sentia na pele aquela inquietude.

— Está pronto! — Ganna falou, pegando do altar um punhal. Ela olhou para Millo — Tranque a porta e fique ao meu lado.

Millo assentiu. Rapidamente fechou a pesada porta dupla de madeira e a trancou com uma chave gorge. Não demorou muito, se posicionou ao lado de Ganna.

Ganna suspirou forte, levando a lâmina do punhal a palma de sua mão, não pensou muito e desferiu um corte, posteriormente, entregou a lâmina à Millo, para que repetisse o feito. Os dois bruxos, no último degrau da escada e com sangue derramando de suas mãos, ergueram os punhos para a altura da bola de cristal, deixando a seiva cair.

Ganna fechou os olhos e tomou início ao ritual, recitando versos em sidelênico.

Della mail uji, dello saizdi uaivide jerlo...

Lai urmi sulmanin lai trian neccio... — Millo começou a acompanhá-la, recitando o poema em uníssono.

Ecnos sirian I'n fus niteriuo

Entgus bherusrio dnu giruzosife ehjos

Aslucre nillo ienr qumi

Instantaneamente, as velas ao redor se apagaram, como se um vento silencioso houvesse adentrado naquele recinto, entretanto, nem mesmo uma brisa suave pode-se sentir. Quanto as velas do ritual, mantinham-se acesas somente, porém, as chamas oscilavam, dançando freneticamente como se fossem ameaçavas em se apagarem. Ganna apenas olhou com o canto do olho para Millo, a mente dele estava tumultuada e isso seria um problema para completar o ritual.

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⏰ Última atualização: Jan 28, 2023 ⏰

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