Pacify [ TRADUÇÃO ]

Vermelho significa parar

Harry passou os próximos três dias nos quartos de Severus, recusando-se absolutamente a sair para suas aulas até que Severus fosse para as suas, e então implorando para ser chamado de volta logo após o jantar. Era quase como se Harry pensasse que Severus poderia desaparecer a qualquer momento, e apenas ficar de olho nele o tempo todo poderia evitá-lo.

Chamando-o de volta imprudentemente cedo todas as noites, Severus se perguntou se talvez Harry estivesse certo - se manter um ao outro dentro da visão de alguma forma impediria a calamidade que pairava sobre eles. Se ao menos existisse magia assim no mundo.

Alguns dos outros professores também estavam olhando para ele. Minerva, Hagrid e Slughorn, às vezes, e ele se perguntava o que estava fazendo para provocá-lo. Olhando para Harry, provavelmente. Olhando para Harry como se ele o amasse - o que ele amava. Olhando para Harry como se ele estivesse passando a noite toda beijando-o - o que ele estava. Ou talvez fosse o comportamento de Harry que estava irritando a equipe. Porque se Harry estava olhando para ele antes, ele estava olhando, agora. Encarando-o com uma intensidade tão consistente que Severus quase podia sentir. Como uma mão entre as omoplatas.

Mas não importa. Harry poderia sentar-se em seu colo durante o jantar e isso não impediria nada.

***

Hermione estava preocupada com ele, Harry percebeu. Ela estava olhando de soslaio para ele durante as refeições, quando ela pensou que ele não podia ver, e se arrastou perto dele entre as aulas. Ela parecia ter algo a dizer a ele - provavelmente sobre Malfoy - e ele não tinha vontade de ouvir. Então, ele evitou ficar sozinho com ela o melhor que pôde. E ela não poderia alcançá-lo nas masmorras, de qualquer maneira, que era onde ele passava a maior parte do tempo.

Era perto do fim do jantar uma noite que ela finalmente conseguiu alcançá-lo depois que ele pediu licença para ir ao banheiro. Ele não gostou nada disso. Parecia estar preso.

"Ei, Harry, espere," ela chamou. "Eu quero falar com você e você continua desaparecendo."

Harry pressionou o polegar na ponta do gatilho e o segurou enquanto se virava para olhar para ela. Os olhos dela pousaram nas mãos dele e depois voltaram para o rosto dele, e ele se perguntou se ela iria perguntar. Seria uma conversa divertida.

"Desculpe," Harry respondeu. "Eu estive ocupado." Deixe-me voltar para as masmorras. Eu tenho que ir para as masmorras.

"Com," ela baixou a voz, "Snape?"

"Sim, com Snape," Harry sibilou de volta. "Quem mais?"

"Nova magia?"

"Sim." Deixar. Mim. Ir. Eu tenho que ir.

"Bem, eu não vou demorar. Eu só - queria falar com você sobre o chamado Príncipe Mestiço. "

"Oh, de novo não," Harry gemeu. "Você pode, por favor, esquecer isso? Eu não queria fazer isso com Malfoy e o Príncipe Mestiço não queria que eu fizesse isso também. Apenas deixe ir."

"Eu não vou," Hermione continuou. "Apenas me escute e você pode sair."

"Tudo bem", respondeu Harry. "Seja rápido."

Hermione parecia bastante ferida, mas Harry não se importou. Ela estava totalmente fora de sintonia com as coisas do Príncipe Mestiço, e sua tolerância com isso era menor do que nunca. "Agora, estou tentando descobrir um pouco sobre quem pode ter como hobby inventar Feitiços das Trevas", ela começou, e Harry revirou os olhos e zombou, mas ela o ignorou. "E eu sei que você acha que é um menino, Harry, mas - ouça - olhe para isso." Ela entregou um pedaço de papel de jornal esfarrapado, amarelado pelo tempo, e Harry o pegou.