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8 anos atrás

— Gêmeos, eu quero brincar lá fora. Todos brincam lá fora, menos eu, por favor, eu quero ir também.-A garota de 8 anos suplicou.

— Eu também queria, pequena.- O pequeno garoto de 10 anos respondeu com um sorriso fraco.— Mas não podemos, você ouviu o pai. Não podemos ir lá fora sem a permissão dele.-Victor concluiu com um olhar triste.

— Victor está certo, Izzy.-S/n adentrou o cômodo. — Não podemos.

— Por favor, por favor.-A garota implorou.— Eu quero muito sentir o sol na minha pele de novo, papai nunca vai saber. Por favor, irmã, ele não vai saber.

S/n se deu por vencida.

— Tudo bem, tudo bem.-Disse a mais velha.— Mas tem que ser rápido, ok?.-S/n olhou entre os irmãos que assentiram frenéticos.

S/n abriu a porta com cautela, olhando pela brecha para ver se seu pai não estava por perto. Ela suspirou abrindo a porta, deixando seus irmãos saírem.

Victor e Izzy corriam, brincavam, gargalhavam. Era o melhor dia de suas vidas.
S/n vigiava quando viu o carro de seu pai se aproximando da casa.

— Ele chegou, ele chegou.-S/n sussurrou puxando os irmãos para dentro da casa.

Izzy tropeçou em seus próprios pés e caiu no chão, Victor carregou a mais nova para dentro da casa. A garotinha tinha um machucado no joelho, o que não passou despercebido para o homem que acabara de entrar na casa.

— Vocês saíram?.-O homem pressionou o maxilar.— Não adianta mentir, o machucado de Izzy é a maldita prova.

— Não fizemos nada demais, papai.-S/n abaixou a cabeça.— Eles só brincaram, ninguém nos viu.

— Eu disse para não saírem da casa, porra.-O homem esbravejou.— Vá para seu quarto, Izzy..-O senhor Mccal gritou.

Izzy correu para seu quarto assustada e se escondeu debaixo da cama. Enquanto os gêmeos permaneciam na casa de cabeças baixas.

— Ele não nos viram.-Victor tremeu.

O senhor Mccal deu um tapa no garoto.

— Deixe de ser um maldito bichinha.

O homem agarra o cabelo dos filhos e os arrasta para o porão. Enquanto seu gêmeo implorava o perdão do pai, S/n engolia o choro.

— Por favor papai, eu só queria brincar com Izzy.-Suplicou o mais novo.

O homem ignorou o pedido de perdão do filho, e os amarrou na maca metálica gelada.

O homem gritava com os filhos enquanto dizia que sua saída inocente havia sido extremamente errada.

O senhor Mccall iniciou a sessão de tortura, tanto psicológica, quanto física.

Ao acabar, o homem desamarrou os gêmeos e os deixou na maca, as crianças cobertas de machucados, sangue.

— Ei, você está bem?.-S/n se esforçou para chegar até o irmão.— Não chore, vai ficar tudo bem.

S/n limpou as lágrimas de seu gêmeo, fraca, a garota caminhou até a estante para pegar o kit de primeiros socorros. Ela fez os curativos em seu irmão e ao acabar, o conforta com um abraço.

— É minha culpa?.-Izzy apareceu na porta chorando.

Os gêmeos se olham e respondem.

— Não.-S/n sorriu.— Não é sua culpa, você é apenas uma criança.

— Não se preocupe, pequena. É só um arranhaozinho.-Victor sorriu.— Muito melhor do que o seu machucado.

A garota correu até os gêmeos, os abraçando, Victor deixou que mais algumas lágrimas caísse, enquanto a única coisa que S/n sentia, era vontade de se vingar.

[...]

O senhor Mccall preparou um "banquete" para contar a novidade que recebera mais cedo.

— Recebi uma proposta de promoção.-O homem sorriu.

As crianças se mantiveram em silêncio, estavam muito doloridas para falar alguma coisa. O que irritou o homem, fazendo-o bater na mesa e assustar os três irmãos.

— Não vão me dar parabéns?.-O homem gritou.

Parabéns.-S/n murmurou apertando a faca que usara para cortar sua carne.

— Parabéns, papai.-Victor forçou um sorriso.

— Parabéns, papai.-Izzy abraçava seu ursinho.

Não agradeçam dessa forma.-O homem deu uma garfada de comida.— Vocês vão me ajudar e se eu conseguir a promoção, deixarei que brinquem lá fora todos os dias.-O homem sorriu.

Ouviu isso, S/n?.-Victor perguntou empolgado.

— Sim, eu ouvi.-S/n respondeu desconfiada.

— Ebaa.-Izzy indagou alegre.

— Amanhã, não se esqueçam.

The New Hope For Me (HOPE MIKAELSON e S/N)1°TEMPOnde histórias criam vida. Descubra agora