7 - O avesso do meu desejo

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― Alguém tem alguma outra pergunta?

Você poderia dar uma mordida na tensão no Grande Salão. Ninguém, exceto Justin, tinha dito uma palavra nas últimas duas horas. Nós apenas nos sentamos lá, ouvindo Minerva passar por cima de detalhes sobre a pesquisa mais recente das atividades de magia negra que os pesquisadores de Durmstrang nos enviaram. Cada um de nós, sentados em torno das antigas mesas das casas, simplesmente ouviu e assentiu com a cabeça. Passar tanto tempo ouvindo os outros falarem, em vez de estar treinando ou cozinhando poções, é chato e doloroso o suficiente, se envolver nessa discussão então, seria ainda pior. Mas o verdadeiro culpado por trás do comportamento estranho e apático da equipe é o homem de vestes negras, nosso co-orientador que está de pé no canto da sala, ao lado da tela encantada onde a pesquisa estava sendo projetada.

Quando ninguém mais respondeu à pergunta de Minerva, eu balancei minha cabeça e respondi.

― Não.

Uma carranca marcou o vinco entre as sobrancelhas da diretora quando ela olhou ao redor da sala, esperando alguém dizer alguma coisa. Mas as palavras nunca vieram, e eu poderia dizer pelo jeito que suas bochechas apertaram que ela não entendia a apatia da equipe na última semana.

Na verdade, não faltava exatamente confiança a ninguém. Todos nós continuamos treinando, pesquisando, cozinhando poções e mostrando nossas habilidades mágicas aos examinadores do Ministério. Tudo estava normal. Exceto que nós estávamos quietos sobre o que nos incomodava. E, se alguém tinha um problema, geralmente não tínhamos ressalvas em expressar isso. Mas desta vez, o principal problema tinha dois braços e pernas e detinha certo "poder" para ferrar com a gente, então ninguém ia dizer nada.

― Ninguém? ― Minerva perguntou novamente, seu tom descrente. Nenhuma resposta. ― Certo. Se ninguém tem nada a dizer, acho que vocês estão livres para ir. Podemos nos encontrar aqui amanhã às oito, todos aqui no salão e depois iremos para o campo de quadribol juntos. ― Ela anunciou dando um aceno coletivo antes que a equipe se levantasse.

Fiquei alguns minutos falando com Dean, e só tinha acabado de pegar minhas coisas quando eu a ouvi.

― Hermione, tem tempo para vir ao meu escritório?

Meu instinto me disse que sabia exatamente que tipo de conversa estava prestes a ter com ela. Eu tinha visto o rosto de Minerva e meu interior estava bem ciente de que ela sabia que algo estava acontecendo. Infelizmente, eu também sabia que eu seria a primeira, e mais do que provavelmente a única, a quem ela viria com suas perguntas. Era a maldição de ter sido a sua maldita "menina dos olhos da Grifinória" quando eu era uma simples estudante aqui.

― Claro. ― Eu disse a ela, mesmo que a última coisa que eu quisesse era falar sobre isso.

Ela sorriu para mim e chamou-me para a frente.

― Vamos lá, então.

Joguei minha bolsa por cima do meu ombro, e a segui. Dentro de alguns minutos, estávamos subindo a escada em espiral e fomos ao escritório dela. Minerva tomou um assento atrás de sua mesa com um sorriso amigável no rosto.

― Você sabe que vou direto ao assunto com você, então, me diga o que está acontecendo. ― Ela proferiu.

Então... Por onde exatamente eu começo? Não que eu queria trazer problemas para ninguém, muito menos com meu próprio dilema de não parecer uma dedo-duro. Deslizei para a cadeira com a minha bolsa aos meus pés, levantei minhas sobrancelhas e imediatamente decidi jogar o cartão de burra pelo tempo que fosse possível.

― Com a gente?

― Todos vocês. A equipe inteira. O que está acontecendo? ― Minerva reforçou a pergunta.

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