9 - Para onde iremos a partir do agora

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― Quer assistir a um filme mais tarde? ― Dean perguntou enquanto folheava o livro que lia.

― Talvez. ― Respondi, com os olhos pregados na minha própria leitura. ― Eu estava pensando em convocar a nossa noite de pizza e vinho.

Ele riu. ― O que aconteceu?

Claro que Dean sabe que tinha algo me forçando a beber. Sempre jantamos pizza e bebemos vinho barato quando estamos nos sentindo um lixo.

― Falei com Ron ao telefone na noite passada e ele me chamou de sabe-tudo intrometida, depois que eu disse que ele precisava relaxar e parar de infernizar o Harry. Cada vez que falo com Ron, ele sempre está gritando por uma coisa ou outra. Não sei o que raios se passa com ele.

Não era só isso. Eu acordei preocupada, por causa das minhas conversas com Hannah e Daphne; ansiosa pela visita muito real à tumba dos fundadores e irritada pela forma como Robards tinha me tratado na manhã anterior. Além disso, eu ainda me sentia um pouco fora de órbita pela trégua com Severus. Era coisa demais para lidar, quase não preguei o olho na noite passada. Ontem foi realmente um dia 'daqueles'.

Dean me puxou para um abraço de lado e beijou o topo da minha cabeça.
― Tenho certeza de que ele vai amadurecer eventualmente.

Isso era o que eu pensava anos atrás, quando eu e Ron terminamos o namoro e ele fez um circo sobre isso. Depois começou a passar por estas fases em que às vezes éramos melhores amigos de novo, e então de repente ele me achava a pior pessoa do universo, além de uma usurpadora da magia.

― Espero que sim. Eu já disse uma centena de vezes para ele que não há uma explicação para eu ter continuado uma bruxa, enquanto ele não, exceto pelo nosso status sanguíneo. Ele sabe que nunca passou pela minha cabeça ser uma bruxa, até a minha carta de Hogwarts chegar, mas ele age como se cada nascido trouxa fosse o causador da desgraça dele. ― Eu reviro meus olhos. ― O Ron amou um drama. Eu não era assim quando era mais jovem. Você era?

Dean negou com a cabeça.
― Não, esse era o Seamus.

Fizemos contato visual um com o outro e então começamos a rir juntos.

― Você ganhou, Dean. ― Eu respondi entre os sorrisos e ele fez uma pequena reverência em reconhecimento. ― Seu término com o Seamus conseguiu ser mais dramático do que o meu com Ron.

Me ajeitei na cadeira e fechei meu livro bruscamente quando me dei conta de que não conseguiria as respostas que procurava naquele volume.

Dean franziu a testa.
― O que foi?

― Nada. ― Resmunguei.

Por que essas árvores genealógicas foram adulteradas? E como esses rastros foram perdidos? E, mais importante, por que ninguém da própria família ouvira falar de nenhum Abbott ou Greengrass desaparecido antes? Além de Hannah Abbott, eu também visitei Daphne Greengrass e ela me garantiu que todas as histórias de sua família são passadas de geração em geração, mas que nunca ouviu falar sobre nenhum membro banido.

― Se não é nada, pare de ficar irritada e chateada. ― Dean brigou, olhando para o título do meu livro. ― Lembre-me do que você está lendo.

― Nada útil. ― Respondi de novo, cobrindo o livro com os braços. Mas as sobrancelhas dele se franziram e eu suspirei. – São sobre as árvores genealógicas dos sangues puros. Viktor me enviou alguns livros sobre o assunto, então comecei a pesquisar mais sobre elas. ― Respondi frustrada.

― E? Por que a frustração? ― Dean perguntou, folheando mais uma página do livro dele.

Eu olhei para o teto, quase irritada pelo desinteresse de Dean.

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