4 - Desapaixonando-se

170 19 86
                                    


As cartas começaram a chegar cerca de duas semanas após a entrevista coletiva que anunciou a chegada de Snape. Não era que eu não fosse acostumada a receber ameaças, eu era, passei por isso no quarto ano, quando Rita Skeeter publicou um artigo insinuando que eu estava brincando com os sentimentos de Victor Krum e Harry Potter. Então, desde que minha escolha de profissão desagradou os insatisfeitos bruxos que perderam seus poderes, eu recebia pelo menos vinte delas por mês e já estava habituada com o conteúdo. Mas, agora, elas têm um novo teor. Esperei mais duas semanas até resolver fazer algo a respeito.

― ... idiotas. ― Eu olhei para Minerva com as sobrancelhas levantadas. ― São todos uns idiotas. ― Ela murmurou.

Ela levantou a mão no ar, me incentivando a continuar a leitura em voz alta da correspondência que tinha chegado na noite anterior.

"Era óbvio que você e o traidor iriam se juntar, ambos são escórias que sempre quiseram o poder supremo que o Lorde das Trevas possuía. Se quiser viver, sugiro que tome muito cuidado, vocês irão se arrepender de terem roubado nossa magia."

Minerva sentou na sua cadeira, narinas praticamente soltando fumaça de tanta raiva.

― Por Godric, Hermione! Me desculpe por isso. ― Ela piscou algumas vezes. ― Vamos trazer um dos aurores para arranjar uma estratégia de rastrear essas cartas. Estou pessoalmente ofendida com esses ultrajes.

― Me desculpe também, Minerva. Detesto incomodá-la com esse lixo, mas não sei se há algo que devo fazer, ou se devo continuar a ignorar as mensagens.

Ela acenou com uma mão para mim, enquanto apontava com a varinha para o telefone antigo e magicamente modificado que ficava em sua mesa.

― Não pense duas vezes, querida... Séptima? Pode subir ao meu escritório? Estou com a Hermione e ela está recebendo mais algumas das cartas ameaçadoras, dessa vez incluindo Severus e não tenho certeza de qual o melhor caminho a tomar.

Um segundo depois, telefone empurrado de lado, Minerva levantou as duas linhas finas de sobrancelhas para mim.

― Séptima estará aqui em um segundo. — Anunciou.

Eu assenti com a cabeça. ― Certo.

― Como vão os Potters? E as crianças? ― Minerva me lançou um sorriso tranquilizador e notei de imediato a sua tentativa de mudança de assunto, para um tópico mais leve.

― Estão todos bem. E as crianças são encantadoras. ― Um sorriso acompanhou essa minha resposta, lembrando-me do quanto os filhos de Ginny e Harry são especiais para mim.

— E você? Pensando em tirar algum tempo fora, para ter algumas? ― A bruxa mais velha me perguntou.

Olhei para ela. Então pisquei, antes de encará-la mais um pouco, chocada demais para falar. Que loucura é essa? Ela me encarou séria, antes de esboçar um sorriso divertido.

― Eu estou brincando com você, querida. ― Minerva justificou.

― Eu realmente pensei que você estivesse falando sério. ― Respondi, soltando lentamente todo o ar que tinha prendido.

Merlin! Eu realmente surtei por um minuto inteiro. Eu não tinha um encontro a.... Um ano? E eu não tive sexo em...? Um longo, longo tempo. Não que eu não quisesse, porque queria, mas é complicado. Muito complicado.

Ela bufou. ― Estou só brincando, Hermione, você ainda é muito jovem.

Fui salva dessa conversa quando alguém bateu na porta e Minerva pediu que entrasse. Séptima Vector espiou pela porta.

Novo MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora