18 - A Calmaria em nós dois

138 19 92
                                    


O quarto ainda estava escuro quando pisei no chão frio. Não importava se eu configurava ou não um alarme, meu corpo só sabia que era hora de levantar. O mais silenciosamente que pude, fui até minha mochila e me atrapalhei no escuro para encontrar a roupa que deixei bem na parte superior dela. Tinha acabado de puxar o meu blusão de dormir sobre a minha cabeça quando veio a luz fraca de um telefone. Eu congelei.

Congelei, vestindo nada mais que a minha calcinha.

— O que você está fazendo? — A voz grossa de sono de Severus perguntou.

Eu tinha duas opções: poderia surtar e fazer um escândalo ali estando praticamente nua, ou poderia fingir que estava levando isso numa boa e fazer parecer como se fosse natural que estava de topless na frente dele.

— Vou fazer um pouco de caminhada. — Respondi em um sussurro, ainda não me movendo. — Volte a dormir.

Houve uma pausa e então o colchão começou a ranger. Eu sabia de antemão o que ele ia dizer.

— Eu irei. — Afirmou enfático.

Oh meu Deus.

Fiquei de joelhos o mais rápido possível, agora que era capaz de ver, puxei o sutiã esportivo tão rápido como um raio, assim que o som abafado dos pés dele plantaram no chão e me avisou que o meu tempo acabou. Eu nem me permiti pensar que ele teve provavelmente um vislumbre lateral do meu seio quando o interruptor foi acionado e puxei uma blusa sobre a cabeça antes de me levantar, já segurando minha legging com a outra mão, pronta para vesti-la logo que possível. Mas tão certo como o vento lá fora, eu não vou me curvar e colocá-los com a minha bunda virada para ele.

Assim que me virei para ficar de frente, eu parei, porque Severus estava de frente para mim, me observando com o rosto sonolento e vestindo nada mais que uma cueca boxer. Tudo o que vi foi o seu abdômen pálido com pelos curtos descendo até a borda da sua peça íntima cinza, que estampava a ereção matinal encaixada em sua coxa.

Eu tossi e olhei suas coxas mais uma vez, antes de rapidamente entrar na minha calça e puxá-la pelas minhas pernas, no mesmo momento em que ele também vestiu-se em sua própria calça de moletom. Eu não conseguia respirar, e não o encarei quando peguei as meias do chão.

— Hum, eu vou... — Tossi novamente. — Esperar por você na cozinha.

Ele resmungou seu acordo e pisei para fora do quarto, até me lembrar que deixei os meus tênis lá dentro. Gemi, e voltei, agarrando-os, sem olhar para Severus. Me tranquei no banheiro, respirando rápido enquanto fazia minhas rotinas de limpezas matinais.

Harry já tinha ido embora e Ginny terminava de colocar os casacos nas crianças para levá-las à creche. Ambos os garotos correram para me abraçar e preenchi cada área do rostinho deles com beijos doces. Assim que os três se despediram, segui para cozinha e enchi duas garrafas de água para nosso esporte ao ar livre, também pegando um próprio copo para mim, enquanto o esperava. Não me ocorreu, até que ele chegou na cozinha, que eu deveria no mínimo ter arrumado meu cabelo ao invés de deixá-lo na bagunça que estava.

— Pronto? — Perguntei.

Sonolento e com seus olhos e bochechas inchadas, ele confirmou com a cabeça. Não olhe para sua virilha, não olhe para sua virilha. Eu olhei de relance. Bem rápido.

— Olhos aqui em cima, Granger.

Eu queria morrer.

— O quê? — Perguntei mortificada.

Olhei lentamente para cima para ver um olhar presunçoso dele, mas por algum milagre, ele decidiu não me envergonhar e dizer que ele sabia o que eu estava olhando enquanto me fazia de sonsa.

Novo MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora