Filhos do fogo - Selene

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É meu aniversário, são 10 horas da manhã. E cá estou eu fugindo para Adarlan. Mal parei para dormir, meu plano não é muito bom, mas é oque tenho. Meu amigo o príncipe Damen, filho mais novo do rei Dorian. Já fez 18 anos há alguns meses. Ele é minha única opção, para me ajudar a sair dessa.
Não é que eu não queira me casar, porém jamais vou me casar com qualquer rostinho bonito que aparecer. Gosto da minha liberdade, do meu livre- árbitro. Não me imagino presa a ninguém, sendo obrigada a isso.
Ouço um barulho nas árvores, o cavalo fica um pouco assustado. Mas não paro, sei que devem estar atrás de mim. Não me deixo abater pelo barulho, sigo correndo mais rápido.
Chego a um rio, desço do cavalo e vou até lá. A água é cristalina, limpa e boa para beber. Aproveito e vou tomar banho, faz um dia que não me lavo. Tiro as roupas, entro na água. É uma calma, para o fogo que está dentro de mim. O poder passado do meu pai para mim também é forte. Vento. Rowan se transforma em gavião branco, e usa o vento a seu favor. Tenho que tomar cuidado, por que é exatamente assim que ele pode me achar.
Depois que termino, estou limpa, sem nenhuma sujeira. Saio da água, pego minha roupas; a calça verde- musgo e a camisa branca. Verde é as cores de Terrasen. Não tive tempo de pegar outras, saí o quão rápido podia de lá.
Depois de me arrumar, vou arranjar algo para comer, estou faminta!. Procuro por frutinhas, ou qualquer animal, fácil de pegar. Após  meia hora de procura, só achei algumas amoras.
Sem mais delongas, subi no cavalo, cavalguei até achar uma cidade, perto de um porto. Para minha sorte havia umas moedas na bolsa de couro da sela do cavalo. Passei pelas ruas no centro da cidade, onde tinha uma feira, várias tendas de diversas mercadorias, uma velha vendendo artesanatos, um homem de meia idade vendendo animais. Andei até achar uma com comida, desci do cavalo e andei até a tenda que vendia um ensopado de carne. O cheiro esta maravilhoso!

- senhor? Gostaria de um ensopado de carne de carneiro, por favor - falo com gentileza para o cozinheiro.

- sim, senhorita ? - me pergunta, e agora?!

Tento me lembra do antigo sobrenome falso que minha mãe usava, antes de ser Rainha. É ... Sardoin... Sardothien! Isso!

- Sardothien, senhor - ele acena em comprimento, arruma um pouco do ensopado e entrega.

- Custa uma moeda de prata - entrego o dinheiro a ele - Bom apetite e boa viagem, senhorita Sardothien.

- Obrigada, senhor.

Vou andando pelas avenida até onde deixei amarrado meu cavalo, mas não o encontro. Tinha deixado ele ali, amarrado no palanque, onde estão outros cavalos. Claro que roubariam um cavalo asterin, afinal custa uma fortuna. Que merda! Como vou sair daqui sem um cavalo. Termino o ensopado antes que esfrie e vou procurando em cada canto da cidade, mas não o acho.
Começa a escurecer, e não tenho para onde ir. As ruas estão ficando vazias, é onde há perigo para garotas como eu, aqui nas rua a está hora. Fico com calafrio na barriga. Só me resta ir para uma taverna, quando vejo já estou entrando em uma.
Tem uma aparência deprimente, com fedor de cerveja forte, enjoativo, chega a me revirar o estômago. A taverna é comum, há algumas messas espalhadas, homens e mulheres jogando cartas. Uns bebendo, jantando o cardápio da noite. Vou até o bar tender, a bancada está suja de cervejas derramadas, e sabe sei lá oque mais. Me sento num dos bancos.

- Senhor, sabe me dizer se viu um cavalo de perdido por aí? - pergunto ao atendente.

Ele me olha de cima a baixo, isso me deixa enjoada. Seus olhos cor de marfim param nós meus.

- Não senhorita, acho que não vi - Só isso? Acho que não vi? Que hipocrisia! - Mais alguma coisa ? - me pergunta, por fim.

- Não, era só isso - viro as costa, e saio para fora daquela podridão.

Não deixo de notar, aquela sensação de que está sendo vigiada. Olho para todos os lados da rua, mas não vejo ninguém. Derrepente, olho para trás e dou de cara com um homem. O reconheço.

 O oficial que vi ontem pela manhã, junto com um convidado ruivo

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O oficial que vi ontem pela manhã, junto com um convidado ruivo. Mas está diferente, roupas refinadas, pretas e detalhes dourados. Nos encaramos por um tempo, seus olhos intediados e surpresos.

- Vossa alteza? Oque faz aqui tão longe de casa? - para um pouco e continua - e a essa hora? - desdenha.

- Não lhe interessa, resolvi dar uma volta, estou bem - minto o mais rápido possível.

- Aé? Então por que está pedindo do seu cavalo em tavernas - não repondo - Tudo bem, então. - diz levantando as mãos em rendição, olha de mim para as ruas - deixe me ajudar, eu a levo pra casa princesa.

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