Filhos do fogo - Damen

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Saio pisando forte no piso de mármore cinzelado. Mas que merda. Por que ela aceita isso!? Ver o medo em seus olhos quando tentei tocá-la, feriu meu coração. E foi aí que percebi que algo estava errado. Os lençóis cheios de sangue, ela estava pálida e seus olhos sem o brilho habitual.
Vou em direção aonde está a rainha Aelin, Preciso falar com ela urgente, não vou deixar Selene sofrer. Passo por mais corredores até a sala principal. Assim que atravesso as portas de madeira escura, avisto Aelin conversando com alguns guardas. Chego perto, ela me encara com os mesmo olhos de Selene.

- Damen? - indaga

- Preciso falar com você - encaro- a de volta - agora.

A rainha assente e seguimos até uma ante sala, com poltronas de frente a uma lareira e uma mesinha de centro. Aelin olha para mim e ergue uma de suas sobrancelhas loiras.

- É a Selene - começo - fui ao seu quarto hoje mais cedo... - fecho os olhos por um momento - Notei algo errado assim que entrei, ela estava pálida...

Contei tudo o que vi para a rainha, a cada palavra suas expressões iam de choque, raiva e tristeza. Um tempo se passou.

- Ele não faria isso, estamos falando do Lyan - Aelin se senta - Ele a ama, vi isso em seu olhar diversas vezes, mas... - faz uma pausa e me encara - E se... não pode ser, não, não...

- O que!? - indago, Aelin levanta, se aproxima bem perto e me encara profundamente em meus olhos - É... agora estou constrangido.

- Não fique - disse e se afastou - Sentiu algo estranho depois daquele dia na tumba?

- Não - respondo, perai... - Você acha que ele foi possuído!?

- Shh - repreende - fala baixo, é o que eu acho e se foi mesmo isso - seus olhos revelam o mais puro pavor - Eles querem  me atingir - sussurra mais para si mesma

- Onde está o Lyan, o sei lá quem que possuiu seu corpo? - questiono, a rainha vira em direção a porta.

- Está com ela - sua voz sai trêmula - Não...

Aelin corre, abrindo a porta rapidamente e subindo as escadas, eu a sigo.

- Pelos deuses oque houve? - ouço uma voz familiar perguntando, mas ignoro.

Chegamos as portas do quarto de Selene, a rainha paralisa, paro ao seu lado. Ouço sons abafados do lado de dentro... antes de entender o que era, Aelin chuta as portas com força e a arrebenta. Entramos e vi uma das piores cenas da minha vida.
O quarto estava bagunçado, móveis caídos, vidros quebrados no chão e Eles.
Selene estava com os braços amarrados a cabeceira da cama, nua. E ele em cima dela, com uma de suas mãos em seu pescoço, quase a inforcando. Estava nu também entre as pernas dela.
Sinto algo quente ao meu lado, e quando me viro Aelin esta com chamas ao seu redor, seus olhos do mais puro ódio. Me afasto. Ele nos vê, sorri e continua o que estava fazendo, sem se importar.
Tudo não passou de um boram, Aelin grita e guardas entram no quarto e vão até a cama e o arrancam de cima dela. Colocam algemas pretas para prender ele, jogam uma capa por cima para cobrir seu corpo.

- Tirem no daqui! - rosna Aelin - Depois irei visita- lo - Ela se vira e corre até sua filha.

Pego uma manta aveludada e vou até a cama e cubro Selene. Aelin queima as cordas que prendem sua filha. Um marca escura se forma ao redor do pescoço de Selene.

- Filha... - lágrimas rolam pelo rosto da rainha, que leva a mão a marca.

- Ela está quase desmaiando - aviso e Aelin senta na cama e a apoia em seu colo.

- Obrigada por avisar, agora por favor saia - diz ainda olhando para a filha - quero ficar a sós com ela.

Sem espera, me viro e vou embora, porém tudo o que eu queria era ficar com ela. Cuidar dela.
Eu vou matar aquele desgraçado!



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