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Oi, leiam as notas finais, é bem importante!

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Fico deitada na cama mesmo depois de acordar, por longos minutos. Encaro o teto e depois pontos aleatórios do quarto. Ontem a noite Lupin disse "amanhã conversamos", e eu acho que não sei como estou me sentindo em relação a isso.

Não quero acabar o dia de hoje passando, que nem ontem, então crio coragem pra levantar da cama e descer até a cozinha. Eu me visto antes, é claro.

A casa parece ter o mínimo de mais vida hoje. A medida que me aproximo da cozinha, consigo ouvir uma conversa baixinha vindo de lá. Sirius e Lupin estão de pé, de frente um pro outro, cada um escorado em uma bancada e tomando café enquanto conversam. A conversa se interrompe quando eu chego e eu fico meio constrangida. Pela cara de recém acordado, consigo ter certeza que Lupin passou a noite aqui. Pela cara de relaxamento evidente, consigo ter certeza que Sirius passou a noite com ele.

Sirius me olha, dá um sorrisinho e sai. Não sei se fico grata por isso ou se começo a odiá-lo. Pelo jeito quase empático que ele me olhou, acredito que Lupin tenha contado tudo à ele. Não tudo, mas o que ele julgou ser necessário e, com certeza, superficial o suficiente para evitar os detalhes.

Acabei ficando de pé exatamente no mesmo lugar onde Sirius estava antes, mas Lupin não está conversando comigo como estava conversando com ele. Ele está olhando pra mim. Olhando pra mim enquanto bebe café. Não faço a menor ideia do que ele está pensando, e isso me deixa muito constrangida. Fico esfregando um pé no outro e olhando pro chão.

— Meu aniversário é nessa semana... — é a única coisa que consigo pensar em dizer, pareço uma idiota. Odeio ficar tímida.

— Ah... bom saber disso! — dá um gole no café e depois lambe os lábios rápido — 21, certo?

— Sim.

Bebe mais um pouco de café e então abandona a xícara na bancada, e aí faz um movimento com a cabeça para que eu o siga para outro cômodo; a sala. Nos sentamos exatamente nas mesmas cadeiras que eu e Sirius sentamos ontem. Ele estira as mãos na superfície da mesa e acaricia os próprios dedos. Eu escondo as minhas mãos entre os meus joelhos, em baixo da mesa.

A sensação é que eu estou prestes a ter uma conversa constrangedora, um sermão que vai me fazer sentir vergonha e culpa. Não sei porque sinto isso.

— Ainda está fazendo sua pesquisa?

— Acabou. Por agora — digo — Preciso reportar tudo ao ministério pra saber o que fazer agora.

— Entendi.

Que merda. Esse estranhamento todo está começando a me deixar triste.

— Escute, Amelie — ele faz uma pausa pra respirar — Não sei como Sirius conseguiu trazer você pra cá, ou como você aceitou. Mas, a questão é que, você não pode ficar.

Finjo que isso não me deixou minimamente sentida, mas deixou. Ele está me expulsando? Tipo, tudo bem, mas ele me dizer "negativas" me deixou meio triste. Acho que estou muito sensível.

— Tudo bem. — sorrio envergonhada — Mas por quê?

Ele abre a boca pra dar uma explicação, mas antes que consiga dizer uma palavra, viramos toda nossa atenção pro corredor, onde há o som alto da porta abrindo.

Por isso... — ele murmura bem baixinho.

Entram duas pessoas, um delas eu conheço; Tonks. Ela estou comigo, não literalmente comigo, era um ano mais velha. Não éramos melhores amigas — sequer próximas —, mas já estivemos na mesma roda de conversa várias vezes. É um rosto conhecido.

Mr Moony's New Assistant - Remo Lupin Onde histórias criam vida. Descubra agora