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Passei os 3 dias seguintes trancada no quarto remoendo essa vergonha lancinante de ter tentando beijar o professor Lupin. Você provavelmente deve estar esperando eu dar um motivo plausível para ter tentado fazer isso, mas eu simplesmente não sei. Acho que deve ter sido tudo culpa da minha TPM. É, eu vou culpar minha TPM sim...

É só na quarta-feira que eu tenho coragem de colocar os pés fora do meu quarto nos horários úteis e ir estudar na biblioteca, rezando para não tombar com o professor Lupin em absolutamente nenhum dos corredores. E, magicamente, funciona. Não o vejo na quarta-feira em nenhum momento, nem na quinta. Escutei um boato de que ninguém o viu nessa semana também, e que ele nem está indo dar aulas. Ótimo, a garota maluca que o tentou beijar no sábado a noite o fez pedir demissão, com certeza...

Eu fico meio infuncional depois disso, não consigo estudar ou me concentrar em nada. Me sinto culpada, nervosa e envergonhada 100% do tempo e, na quinta à noite escrevo uma carta pra Isabelle Harpinwood, minha melhor amiga desde o terceiro ano de Hogwarts. Eu a imploro pra vir aqui, me ouvir lamentando a noite toda o estrago que eu acho que causei. Isabelle concorda, mas as corujas estão atrasando demais. Ela aparata em Hogsmead no sábado ao final da tarde, exatamente uma semana depois do desastre, e eu arranjo um jeito de levá-la pra Hogwarts sem que ninguém perceba, e acho que deu tudo certo.

— ...E aí você beijou ele — Isabelle contasta, andando pelo meu quarto e analisando tudo — Do nada?

Eu balanço a cabeça sinalizando que sim. Estou de olhos fechados e deitada no meio da cama, ouvindo ela rir da minha situação.

— Melie, por que diabos você fez isso? — ela perguntou rindo, e o tom de voz dela me faz rir também.

— Eu não seeeeeei — choramingo, arrastando a voz. Me sento na cama com as pernas no estilo borboleta e me exalto — Eu tava triste, me sentindo meio solitária, sensível, de TPM... E ele tinha cheiro de chocolate!

— E aí você achou que ele fosse um chocolate de verdade e foi tentar morder um pedacinho?! — ela ri, num tom de desdém inofensivo que me faz me sentir ainda mais boba. Mas me faz rir, e me deixar menos ansiosa — Melie, você pelo menos sabe quantos anos ele tem?

— Acho que uns trinta... e poucos.

Isabelle faz uma careta de nojo que eu sei que foi forçada e eu rio dela. Ela me dá as costas por um momento e eu sei que ela está olhando para os papéis na escrivaninha.

— Veja pelo lado bom, pelo menos você não é uma das alunas dele ou coisa do tipo... — ela suspira.

Eu solto um grunhido de lamento e ela se vira de novo pra mim, esperando que eu me explique:

— Eu estava quase aceitando que ele me orientasse na pesquisa. Ele tinha sugerido isso antes de eu...

Os olhos dela se arregalam e eu tenho certeza que ela segurou uma gargalhada alta
— Porra, Amelie, você deve ter um fetiche em autoridade acadêmica, não é possível!

Eu jogo a almofada nela e ela a agarra rindo, e vem sentar do meu lado na cama. Isabelle tinha cabelos longos, ondulados e num tom de loiro dourado e sujo, seus olhos eram castanhos tão claros que as vezes pareciam amarelos. As vezes eu achava que as cores do uniforme da Lufa-Lufa combinavam nela como se fosse feito pra ela.

— Dorme aqui — eu peço, segurando nos dedos dela — Por favor.

— Não sei não, amiga...

Mas ela sabe sim, vai dormir aqui. Porque parece muito com as vezes que eu colocava ela dentro do meu dormitório da sonserina só pra dormir comigo e me consolar quando eu estava passando por alguma questão.

Mr Moony's New Assistant - Remo Lupin Onde histórias criam vida. Descubra agora