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Ganhamos novos níveis de intimidade, depois daquilo. Não que já não estivéssemos íntimos antes, mas agora não há mais aquela barreira de manter controle. Mas nós aproveitamos muito a companhia um do outro mesmo quando não se trata de atividades sexuais. Principalmente quando não se trata delas.

Agora o tempo começou a passar rápido demais, e dezembro já chegou com a sua neve densa. E agora eu estava ficando meio desanimada de repente. O Natal estava chegando. E as festas de fim de ano sempre me deixam deprimida. Desde os meus catorze anos.

Agora estou aqui no meu quarto, deitada de um jeito aparentemente desconfortável, de cabeça pra baixo com a cabeça fora da cama. Já faz alguns minutos que eu estou assim e com certeza meu semblante está desanimador. Se eu passar mal e vomitar, vai ser um alívio. Lupin está na minha escrivaninha, relendo uns papéis. A pesquisa vai bem, obrigada!

A cada texto novo você se supera, Amelie — ele comenta admirado. Hoje isso não me comove — Todas as suas conclusões são tão inteligentes!... Me deixa maravilhado.

— Os seus textos também são bons... — eu murmuro sem muita emoção.

— Mas os meus eu escrevi com 27 anos. E você escreveu os seus com 19 anos. Tem noção do quão inteligente você é, Amelie?

É, hoje não faz muita diferença ser inteligente... Bufo desanimada e continuo encarando o quarto de cabeça pra baixo. Lupin se virou na cadeira e agora eu consigo ver ele de pernas cruzadas.

— O que está deixando você tão quieta assim hoje?

Ele pergunta docemente, e eu me sinto meio rude por responder sem nenhuma entonação de ânimo:

— Festas de final de ano me deixam deprimida.

Lupin balança a cabeça bem devagarzinho, como se estivesse me analisando. Num sentido psicológico. Acho que ele está mesmo.

— O que você vai fazer nas festas de fim de ano?

— Ir pra casa — respondo, soltando um grunhido por estar puxando meu corpo de volta pra superfície da cama. Para deitar como uma pessoa normal — Ficar com meus pais. Eles sempre dão essas festas chiques que eu odeio.

Ele continua sem dizer nada. O silêncio entre nós, quando acontece, nunca é desconfortável. Mas, mesmo assim, sinto vontade de continuar explicando;

— Eu não odiei sempre, essas festas. Até os meus treze anos eu gostava. Sei lá. Um monte de gente adulta e que parecia importante, onde minha mãe podia me exibir e dizer o quanto eu era inteligente... Mas quando você cresce e percebe toda essa chatice de conversas que só giram em torno de pureza de sangue, você enjoa disso. E começa a detestar.

O próximo movimento que Lupin faz é se levantar da cadeira. Bem devagar e calmo. Os passos dele são tão lentos e demorados que eu não sei pra onde ele está indo.

— Vai dormir aqui hoje? — eu pergunto, na esperança que ele diga que sim e deite aqui comigo.

— Não. — ele diz e eu faço uma carinha manhosa — Você merece espaço pra administrar melhor seus sentimentos.

Sorrio vencida, e ele sorri vitorioso.

— Você é tão responsável que me deixa impaciente, sabia? — digo reclamando

Ele se inclina sobre mim, na cama, e me beija na boca. O beijo mais doce de todos. E eu quero que não seja mais tão doce e tento agarrar ele. Mas ele não deixa.

— Sabe o que eu penso dessas suas impaciências, não sabe? — ele sussurra. Eu esfrego uma perna na outra tentando conseguir mais algum tipo de atenção mas ele nem liga. Se ergue de novo e fala com a voz mais limpa — Não vamos nos ver mais antes das festas de fim de ano, então...

— ...Então esse foi meu beijo de despedida?! — eu o provoco, forçando uma voz de indignação. Ele balança a cabeça enquanto ri de mim.

— Então feliz natal, Amelie! — seu tom de voz sai meio risonho, como se estivesse me corrigindo.

Fico meio bobinha com isso. Não ligo tanto pro Natal, mas pelo jeito que ele falou fez parecer ainda mais especial. Mal consigo conter um sorriso quando respondo;

— Feliz Natal.

— E, divirta-se, quando estiver com seus pais. Aproveite a festa, por mais você ache chato.

Balanço a cabeça rápido, rejeitando a ideia. Ele me repreende na mesma hora;
— Não seja tão dura com você mesma, Amelie... — ele diz — Quando você voltar, pode me contar como foi tudo.

— E aí você vai concordar em dormir aqui comigo?

Ele assente;
— Tudo o que você quiser.

—•—•—
Capítulo mais curtinho porquê esse é o segundo que eu postei hoje (inclusive, chequem se vocês leram o capitulo 13, e se tiverem lido, leiam de novo KKKK)

Mr Moony's New Assistant - Remo Lupin Onde histórias criam vida. Descubra agora