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Aparentemente, agora nós ganhamos um certo nível de intimidade, da noite pro dia, que eu não sei de onde veio — é mentira, eu sei sim de onde veio.

Agora nós passamos mais tempo juntos (Sim, ele ainda está me fazendo ser paciente, antes que você pergunte), não nos vemos mais só exclusivamente pra estudar e corrigir resumos. Ele passa mais mais tempo na biblioteca comigo, às vezes lendo livros normais. Ele evita demonstrações chamativas de carinho em público, principalmente quando tem alunos perto e eu compreendo e não reclamo — até gosto da adrenalina. Mas ele faz pequenas coisinhas que me fazem sentir adorada. Numa ocasião especial, ele desatou a fita que estava no meu penteado e guardou com ele, dias depois, encontrei a fita dentro da maleta dele, enrolada em um livro.

Eu sinto que agora nos conhecemos bem melhor. Embora eu sinta que estou sempre em desvantagem quando o assunto é saber sobre ele. Há algumas coisas que ele parece nunca trazer à tona, e eu não insisto nisso. Mas consigo listar algumas das coisas que percebi sobre ele nesses últimos tempos:

•Ele acha que pode resolver tudo com chocolate.
•A cara que ele faz quando está lendo QUALQUER COISA é sempre muito indecifrável.
•Ele tem mãos bonitas.
•A cicatriz do rosto não é a única que ele tem.
•Ele gosta de joguinhos de poder.
•Ele se sente tímido depois de fazer joguinhos de poder.
•Mas ele ainda gosta.

A sala de aula dele também é outro lugar que andamos passando muito tempo. Os almoços, as aulas livres, depois das aulas e antes delas.

Hoje, em específico, ele não teve a última aula da tarde, então vim aqui fazer companhia. Estou sentada no colo dele — porque acho que temos intimidade o suficiente pra isso agora, mas não há nada de sexual nisso — e anotando mais algumas coisas do meu resumo. Lupin está quieto, esperando que eu termine de escrever mais alguns parágrafos para que eu possa ler em voz alta pra ele poder corrigir.

— Vou estar fora por alguns dias — ele avisa de repente, paro de escrever o que eu estava escrevendo e fico triste de repente — Pra resolver algumas coisas.

— Por quanto tempo?

— Alguns dias.

Não pergunto nada sobre isso, não é da minha conta, mas a ideia de passar alguns dias sem ele aqui automaticamente me deixa entediada. Por além de todos os benefícios, ele ainda é uma companhia muito boa. E praticamente a única que tenho.

Já estou com saudades e ele nem foi ainda. Me ajeito no colo dele, tentando sentar de lado, de um jeito que eu consiga ver o rosto dele, e ele logo segura minhas costas. Então eu beijo ele na boca. O meu beijo é calmo, mas a mão dele aperta minha cintura tão firme que quase dói, e ele faz pequenas tentativas de roubar o controle do beijo. Mas, no fundo, ele já está no controle disso. E ele sabe. É por isso quando o beijo acaba ele fecha os olhos, respira fundo e inclina levemente a cabeça pra trás.

Está tentando se manter controlado.
E tudo que eu mais quero é que ele se descontrole.

Mas eu vou respeitar os limites dele. Porque ele respeita os meus.

— Como é que você vai me ajudar na pesquisa, então? — pergunto — Já que você não vai estar aqui.

— Você faz sozinha. Consegue fazer um monte de coisas sozinha.

Sorrio, me viro pra frente de novo e continuo o que eu estava fazendo antes de virar pra beijar ele, e ele fica alisando meu cabelo com os dedos. Eu adoro o jeito com que nem tudo que nós fazemos termina em sexo ou em alguma coisa antes disso.

Estou mordendo o meu dedo mindinho e ansiosa em terminar as últimas linhas do que eu estou escrevendo. Quando termino, me sinto satisfeita com o resultado e praticamente pulo do colo de Lupin pro chão.

Mr Moony's New Assistant - Remo Lupin Onde histórias criam vida. Descubra agora