25

852 102 40
                                    

Oi! Vi que muita gente nova começou a ler a fic! Fico muito feliz, sejam todos bem-vindos!
Comentem, eu adoro saber o que vocês estão achando! E também é o que me motiva a continuar atualizando. Beijo, boa leitura!


Em nenhum momento eu achei que ia lidar bem com todas essas novas condições, mas logo no segundo dia já estou absolutamente farta delas. É insuportável, quando há mais alguém na casa, todos falam em cochichos e depois se trancam para terem as tais reuniões.

Me sinto meio intrusa, e meio excluída da tudo. Não que eu queira exatamente saber do que se trata, mas gostaria de não ser tratada como uma criança que não entende conversas de adultos. Até porquê, meus pais sempre me incluíram nas conversas, quando eu era uma criança, especialmente nas mais chatas de todas.

Eu me sentiria ainda mais solitária, se não fosse por Sirius, ele se esforça pra ser gentil. Aqui as pessoas acreditam piamente que ele não é um assassino condenado e, bem, se ele é ou não, não faz mais tanta diferença. Ele é a coisa mais próxima de um amigo que eu tenho aqui... É um bom amigo, afinal.

E único porquê; Moody resmunga sempre que me vê, Tonks e eu ainda estamos na fase de trocar pequenos cumprimentos, e Lupin... reduziu toda e qualquer intimidade que um dia tivemos a me olhar nervosamente. De um jeito quase triste.

Outras vezes só parece meio indecifrável mesmo...

Quando meu aniversário chega, me sinto a garota mais triste do mundo — com uma boa dose de exagero, é claro. Não posso receber cartas, uma vez que estou praticamente escondida aqui. E também não posso sair para comemorar meu aniversário. Estou completamente fadada a passar meu dia fazendo absolutamente nada, esperando essa maldita reunião bem longa acabar.

Então, já que eu tenho o resto de um dia inteirinho e muito tedioso pela frente; Vou aproveitar cada segundo para alongar todas as minhas tarefas.

Tomo o banho mais demorado — e cheio de espuma — que consigo. Passo longos minutos dentro da banheira até que meus dedos começam a enrugar. Depois, demoro o tanto que posso para secar o cabelo com a toalha, e ainda gasto mais alguns minutos passando creme no corpo. Penteio o cabelo, faço uma trança, coloco uma fita, escolho a roupa mais bonita — é meu aniversário, posse me mimar — e estou pronta para fazer absolutamente NADA!

Já não sou mais obrigada a ficar trancada no quarto enquanto as reuniões acontecem, então posso ficar andando pelos corredores e contemplando o absoluto nada. A reunião de hoje parece ser bem importante, porque passaram o dia inteirinho nela. Ainda estão, inclusive. Eventualmente, eu vi que mais algumas outras pessoas participam delas, mas Moody me mataria se eu deixasse ser vista, então eu evito ser notada.

Me sento nos degraus da escada, perto do térreo. A conversa sai abafada pela porta trancada mas eu nem estou muito empenhada em bisbilhotar...

Estou começando a ficar convencida de que essa reunião vai durar a tarde e a noite inteira. E eu vou morrer de fome, sem poder entrar na cozinha. Feliz aniversário pra você, Amelie!

Decido voltar pro quarto, quem sabe eu não tenho muita sorte e consigo dormir. Me estico na cama e encaro o teto da maneira mais dramática possível. Não sei quanto tempo passou, mas sei que foi muito.

Só que, agora, finalmente, o dia não parece mais tão quieto. A porta abre, eu me apoio nos cotovelos e me ergo na cama. Lupin está na porta segurando um bolo.

É impossível conter um sorriso muito largo e ignorar todo esse estranhamento novo que nós agora temos. Tenho um fraco por bolos, mesmo que sejam bolos muito mal confeitados, como esse.

E também tenho um fraco por ele.

Se estou certo, hoje é seu aniversário... — ele diz e eu balanço a cabeça freneticamente para assentir. Mesmo que não precise, me arrasto pro ladinho da cama pra dar espaço pra ele sentar aqui — Desculpe ter feito você esperar o dia todo. Eu e Sirius tentamos fazer um bolo, mas descobri que somos péssimos padeiros.

— Podiam ter feito o bolo com magia, não?

— Tentamos. Descobrimos que talvez sejamos péssimo bruxos, também.

Eu dou uma risadinha. De fato, o bolo não está a melhor obra da confeitaria que eu já vi na vida. Mas a intenção é adorável, e faz meu coração se iluminar.

— E onde está Sirius? — eu pergunto quando ele senta do meu lado. Não faça realmente questão que ele esteja aqui, mas gostaria de saber.

— Ele disse que ia dar uma garrafa de vinho pra você, de aniversário — explica — Mas bebeu ela toda e passou mal. Já está desmaiado na cama faz alguns minutos...

Ele termina a fala com uma risada tímida e eu o acompanho. Lembrei como eu gostava da risada dele, puta merda.

— Então, devemos cantar parabéns? — ele pergunta irônico. Sorrio e nego com a cabeça. Ele está me olhando agora, perto. Não parece como antes, mas me faz sentir coisas. — Feliz aniversário, Amelie.

A voz sai baixinha, o dedo dele vem ao meu rosto pra ordenar uma mexa de cabelo para trás da orelha, quase como uma memória. Mordo o lábio.

Não vou culpar os impulsos hormonais dessa vez, mas beijo ele. Afundo minhas mãos nas coxas dele para ter alguma sustentação quando inclino o corpo.

A sensação do beijo, depois de tanto tempo sem ele, é úmida e quentinha como nunca antes. E me deixa ansiosa, de um jeito muito bom.

Não é o beijo mais faminto que já demos, há grandes possibilidades de ser um dos mais calmos. Parte de mim quer pular em cima dele e continuar por mais. Outra parte está tímida demais pra isso, e satisfeita com o que eu tenho agora. Ele leva as mãos pro meu rosto quando estamos prestes a separar o beijo. O toque é sutil, tão sutil que eu duvido muito que tenha sido um incentivo.

É aqui que termina. Já me sinto dormente e 100% sorridente e tímida. Não sei o que ele está pensando agora, mas sei que senti saudades disso. E senti saudades de muitas outras coisas, que eu sei que não vão acontecer agora. Ele olha pro meu rosto e eu sinto que consegue analisar o fundo da minha alma.

Quero que me beija mais, mas vou entender se não o fizer. E não faz. Ele se levanta e passa os dedos pelos lábios. Fico acompanhando ele com os olhos bem atentos e um sorrisinho bobo.  

— Espero que você goste do bolo. — ele diz abrindo a porta, meio desconcertado — E feliz aniversário. Mais uma vez...

Ele sai e fecha a porta. Deito de novo na cama, como antes. Mas agora tenho um bolo de aniversário, e um sorriso estampado no meu rosto inteirinho.


Ainda estou precisando de sugestões pros próximos capítulos, então, por favor, não deixem de comentar elas aqui :)

Mr Moony's New Assistant - Remo Lupin Onde histórias criam vida. Descubra agora