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— Mãe, Pai. Cheguei.

Não demora nada pros meus pais aparecerem aqui na sala, passando por meio de toda a bagunça de decoração. Fiz questão de vir exatamente no dia da festa de Natal, pra não ter que passar mais tempo do que o necessário.

Gosto dos meus pais, e gosto da minha casa. Mas gostaria mais de aproveitar tudo o que eu posso de Hogwarts desse ano, já que me dá a impressão que é realmente meu último ano de todos. Pra sempre.

Papai me abraça e me cumprimenta antes de ter que se ausentar por alguma questão "extremamente importante". Mamãe é um doce, embora meio inconveniente às vezes. Me leva até o meu quarto — como se eu não soubesse como chegar lá — e prepara o meu banho.

— Como está indo essa sua pesquisa, Melie? — ela me pergunta.

Sei que ela não está realmente interessada em saber, então resumo tudo em um:

— Vai bem.

E vai mesmo. Mas pra minha mãe isso não faz qualquer diferença. Ela gostava que eu fosse inteligente na escola pra que eu tivesse sempre mais motivos pra contar vantagem. Mas quando você se forma e continua fazendo parte de uma família rica e de elite, todos os seus outros talentos não fazem muita diferença. Porque, afinal, se eu quiser um emprego, é só pedir ao meu pai.

Meus planos eram trancar a porta, tomar banho e dormir até que eu seja obrigada a acordar. Mas minha mãe está insistindo em ficar aqui e falar incansavelmente de tudo que ela e as amigas fizeram enquanto eu estava fora, e de como eu "iria adorar" passar tardes tomando chá com ela e com a Narcisa Malfoy.

Não, mãe, eu provavelmente odiaria.

Acho que ela vai me dar privacidade quando eu começo a tirar a roupa pra entrar na banheira mas ele nem liga. E eu só consigo agradecer aos céus por fazer duas semanas que Lupin não me deixa marca alguma. Porque eu não ia saber explicar pra ela porquê teriam marcas de mão na minha bunda.

Mamãe continua falando e falando e falando. Em certo ponto eu começo a prestar atenção nela pra me distrai, e meio que funciona. Ela me deixa dormir, depois de eu saio do banho, porquê julga que eu estou cansada da viagem. Eu de fato estou cansada, mas não da viagem em si. Não me dou ao trabalho de vestir pijamas ou coisa do tipo. Sempre gostei mais de dormir pelada por baixo das cobertas.

[...]

Eu preciso admitir, a festa de Natal desse ano se superou. Foi mais chata que a dos outros anos (ou então meu juízo de qualidade só tenha ficado mais criterioso...). A casa está cheia de gente chata, conversando sobre assuntos chatos, reconheço a maioria das pessoas dos anos anteriores mas não faço questão de conhecer as novas. Mas não demora nada pra que meus pais me chamem e tentem me introduzir nas conversas deles, exibindo a filha prodígio, melhor ex-aluna da Sonserina.

Volto a sentir um pouquinho da animação que é ser adorada... Embora às vezes soe um pouquinho desconfortável.

Mamãe volta a conversar com Narcisa e papai com seus amigos do ministério. E eu não tenho mais ninguém pra conversar.

Tento passar o resto da noite andando de um lado pro outro, escutando o barulho dos meus sapatos. Bebo três taças de vinho e já me sinto quase vulgarmente manhosa. E frustrada, porque eu sei que nunca ia conseguir nenhum tipo de ação por aqui, com ninguém. E não é nem só porque Lupin não está aqui. Também não há garantia de exclusividade entre nós dois... ei, será que ele está passando o Natal transando com alguém? Com certeza deve estar se divertindo mais que eu.

Volto pro meu quarto, não tenho nada pra fazer aqui também mas é menos tumultuado do que na festa. Espero ter sono logo.

Na manhã seguinte ainda tem resto de maquiagem no meu sonho e meu cabelo ainda está meio amassado, quando sento pra tomar café da manhã com meus pais. Todos com muita cara de sono, que não combina muito com a gente. Minha cabeça está latejando e eu tenho certeza que o barulho dos talheres incomoda meus pais tanto quanto me incomoda.

Mr Moony's New Assistant - Remo Lupin Onde histórias criam vida. Descubra agora